Duas escolas de Minas Gerais estão no topo do ranking das melhores notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. Se no ano passado a primeira instituição de ensino mineira aparecia em quarto lugar na lista nacional, agora o estado ocupa a segunda e terceira colocações. O Colégio Elite do Vale do Aço, em Ipatinga, ficou no segundo lugar nacional, com 718,88 pontos na média geral, perdendo apenas para o Objetivo Colégio Integrado, de São Paulo, com 737,15. E em terceiro ficou o Colégio Bernoulli, de Belo Horizonte, com 718,18 pontos. A divulgação foi feita ontem em Brasília pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Este ano, diferente dos anteriores, a nota não computou o resultado dos alunos na prova de redação. O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (Coluni) é a única escola pública entre as 10 primeiras do país e de Minas.

Entre as instituições de Minas, o Elite do Vale do Aço ficou em primeiro lugar na lista. A conquista foi recebida com surpresa pelos alunos e diretores do colégio. A turma do terceiro ano do ensino médio que fez o Enem em 2011 e conquistou a melhor nota no estado inaugurou o colégio que antes oferecia apenas o pré-vestibular. "Esperávamos um resultado expressivo porque sabíamos do potencial dos alunos, foi um trabalho árduo ao longo do ano", afirmou o coordenador pedagógico, André Ricardo de Castro. Se o MEC tivesse computado a nota da redação, a expectativa, segundo André, era a de que o Elite ocupasse a primeira colocação no país, já que obteve maior pontuação no item (830,37) do que o Colégio Integrado (750).

O exemplo para os alunos, de acordo com o coordenador, vem de cima. Os diretores do Elite têm cerca de 30 anos e saíram do Vale do Aço para estudar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Eles se formaram, voltaram a Ipatinga para montar o curso pré-vestibular e o resultado foi o Sistema Elite de Ensino, presente em vários estados."O resultado é motivo de orgulho, mas a ideia era manter no colégio os bons resultados do pré-vestibular e atingir grandes objetivos, resultados nacionais", afirmou Castro.

PÚBLICO O Coluni desta vez reinou sozinho na lista em comparação a outras escolas públicas do país. Tanto no ranking nacional, onde ocupa a oitava colocação, quanto entre as instituições de ensino, onde ficou em terceiro, ela foi a única escola pública entre as 10 primeiras. Motivo de orgulho, mas, segundo o diretor Hélio Paulo Pereira Filho, este não é o foco. "A orientação dentro da escola é cumprir o proposto para o ano letivo e ter uma formação o mais completa possível. Para os alunos é bacana, mas não estamos preocupados com a nota, não fazemos um trabalho específico para o Enem. Nossa meta é dar ensino de qualidade", disse Hélio.

Sofrendo falta de professores e aguardando liberação do MEC para realizar concurso, o Coluni também enfrenta problemas de escolas públicas. Este ano, os alunos ficaram quatro meses sem aulas por causa da greve dos docentes. Ainda assim, segundo Hélio, chega a 90% o índice de alunos que ingressam nas maiores universidades do país, inclusive a de Viçosa, com a qual já estão habituados. O colégio funciona dentro do câmpus, os estudantes do ensino médio dividem a biblioteca e outros espaços com os alunos da graduação e se beneficiam do ambiente acadêmico. "Ser federal, ser uma unidade da universidade conta muito, os alunos saem preparados para enfrentar os anos da graduação", afirmou.

Entre os 10 primeiros do país, também apareceram colégios que não estavam em 2010. O Integrado de São Paulo é um deles, além do Ari de Sá Cavalcanti, de Fortaleza, e o Integrado de Mogi das Cruzes, no interior paulista. O Colégio de São Bento, no Rio de Janeiro, que ocupou a primeira colocação no ano passado e a segunda em 2009, agora apareceu em 10º lugar. A diferença pode estar na nota da redação, que no São Bento foi 766,54 pontos, maior que do primeiro colocado..