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Estado de Minas

Orientação vocacional


postado em 17/11/2008 09:21 / atualizado em 08/01/2010 04:02

 
Fotos: Beto Magalhães/EM/D.A Press
Nathália Castagna Cló reconhece que, aos 18 anos, é cedo para ter noção de qual profissão seguir
-->As angústias da escolha da profissão foram sentidas pelas amigas Helena Magalhães Salomão e Nathália Castagna Cló, ambas de 19 anos. Nathália já está no segundo período de economia, feliz e confiante com sua escolha depois de uma batalha de autoconhecimento e noções de mercado. Ela conta que, depois de fazer intercâmbio nos Estados Unidos, chegou ao colégio para cursar o último ano do ensino médio e prestar vestibular. “Pensava em tentar economia, psicologia ou história, que sempre foi minha melhor matéria”, lembra a garota. “Tinha dificuldade em matemática, o que também me deixava na dúvida em relação à economia.”

Os pais preferiram levar Nathália para orientação de uma profissional. “Adorei fazer orientação vocacional. Com 18 anos não temos noção do mundo que nos espera. Ter alguém para colocar nosso pé no chão, falar sobre dinheiro, mercado etc. é importante para não ficarmos frustrados depois de formar.” Ela conta que analisou em cima das opções que já tinha definido. “Psicologia eu adoro, mas não me via trabalhando, atendendo pessoas. História descartei porque entendi que adorava a matéria, mas não me imaginava pesquisando ou dando aula, e também não era o retorno financeiro que esperava.”

Helena Magalhães faz cursinho depois de ter sido aprovada no vestibular para direito no ano passado

Já para Helena, as coisas não ficaram tão resolvidas assim. A estudante hoje faz cursinho depois de ter sido aprovada no vestibular de direito do ano passado. “Sempre tive dúvida, tentei direito e medicina. Passei em direito, mas como não estava confiante resolvi estudar mais um ano antes de começar a faculdade”, conta Helena. Ela fez duas orientações vocacionais, mas achou que não ajudaram muito. “Não me preocupo em analisar o mercado, acredito que as áreas que eu quero estão todas saturadas. Estou mais preocupada mesmo é com o meu perfil.” Desta vez, a garota espera passar em direito e cursar pelo menos os primeiros períodos. “Acho que é esse curso que quero, mas não me incomodo se descobrir que não era.”

FOCO Ricardo Moreira, coordenador do curso de administração da Faculdade IBS e professor da Fundação Getulio Vargas, organizou a palestra “Concluí o ensino médio, e agora? – dilemas que envolvem a escolha de uma profissão”. Segundo ele, a idéia surgiu depois de conversas com empresários, que acreditavam que os jovens chegavam muito crus ao mercado de trabalho. “Eles têm muita dificuldade em português, em comunicação e raciocínio lógico”, explica Ricardo. Uma boa deixa para quem quer se preparar melhor para entrar no mercado é aprimorar esses conhecimentos durante a formação.

Para Ricardo, é fundamental aliar talento e aptidão, pensar no seu projeto com mais pragmatismo. “Quero fazer a diferença ou não?” Um bom conselho é buscar a sua definição do que é sucesso. “Para mim, é liberdade de escolha, fazer o que gosto, escolhendo e não sendo escolhido. E para você? Se for prestígio, carro importado, segurança financeira, talvez seu perfil seja de funcionário público. Parece simples, mas é extremamente válido.” Segundo ele, a frustração com a carreira é muito comum, e esses questionamentos são fundamentais para que as pessoas consigam o que querem. “É fato que, quando estamos fazendo o que gostamos, colocamos mais energia no projeto e temos resultados melhores. Mas é bom que se analise o mercado. O ideal é juntar a fome com a vontade de comer.”

OLHAR CAUTELOSO Robson Barbosa, gerente de projetos e desenvolvimento do Grupo Selpe, acredita que os estudantes devam ter um olhar cauteloso sobre o mercado. “O que é uma realidade hoje pode não ser daqui a quatro ou cinco anos quando a pessoa se formar. O mundo está girando muito rápido. A engenharia, por exemplo, ficou parada muito tempo, está supervalorizada agora, mas a busca maior já está ocorrendo. Acho que isso vai normalizar.”

Por outro lado, ele acredita que existem, sim, vagas que estarão aí por mais tempo, como é o caso das engenharias, área de metalurgia, siderurgia, geologia etc. “Engenheiros de minas ou metalúrgicos, por exemplo, são escassos e existem poucas escolas que os formam.” As áreas de tecnologia da informação, segundo Robson, também estão em constante evolução e ainda há carência de profissionais. “Mas vale ressaltar que o mercado já não está pagando tão bem a esses profissionais quanto no início”, comenta.

Para quem quer entrar logo no mercado de trabalho, Robson afirma que as carreiras técnicas também são uma opção interessante. “Cursos de sondagem, ferramentaria, mecânica e eletrotécnica.” Os cursos de tecnólogos ainda não estão nas pesquisas de vaga, segundo ele, mas são uma boa aposta, principalmente na área de logística e recursos humanos. “São cursos direcionais e muito práticos.”

Outra aposta são as profissões na área comercial, necessárias em qualquer empresa, como vendedores, supervisores de vendas, gerentes etc. Para chegar mais competitivo ao mercado, o conselho é não ficar preso a atividades acadêmicas, participar de seminários, congressos para ver o que ocorre na área e ir criando uma rede de relacionamentos. “E buscar estágio desde o início, não visando a remuneração, mas aprendizado. Empresas diferentes, perfis diferentes.”


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