Os advogados do goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 29 anos, condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo assassinato da ex-amante Eliza Samudio, tentam uma nova manobra para transferir o atleta para Montes Claros, no Norte de Minas. Os defensores entraram com um pedido para que seja feita uma permuta, já que o presídio da cidade está superlotado. Com isso, um preso do município viria para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, enquanto o jogador seria transferido para a cadeia do interior do estado.
A possibilidade da transferência começou depois que Bruno assinou um contrato de cinco anos com o Montes Claros Futebol Clube, equipe que disputa o Módulo II do Campeonato Mineiro, em 28 de fevereiro. Um pedido foi feito, mas o juiz da Vara de Execuções Penais de Montes Claros, Francisco Lacerda de Figueiredo, se manifestou contrário à transferência do goleiro, alegando que o presídio regional não teria como receber o detento, devido à superlotação.
A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou em nota, nesta terça-feira, que os advogados de Bruno anexaram ao processo de transferência um pedido de permuta de presos, que está sob a avaliação da subsecretaria. O preso que seria transferido de Montes Claros já teria sido identificado pelos defensores e mostrado interesse de ir para a Nelson Hungria.
Conforme a Suapi, o processo está sendo analisado e o Judiciário de Montes Claros consultado sobre o caso. Não há previsão para definição sobre a transferência. O documento a Subsecretaria afirma que o juiz da Vara de Execuções Penais de Contagem, Wagner Cavalieri, não se opõe à transferência do atleta.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o pedido de permuta foi entregue ao juiz de Montes Claros, que ainda não analisou o documento.
Feministas contra a transferência
Logo depois que o goleiro assinou contrato com o Montes Claros, várias protestos de moradores da cidade surgiram na internet e ganharam as ruas. Algumas imagens do jogador foram impressas e coladas em paredes de lojas, tapumes e postes, com frases como “As mulheres dizem não a Bruno no Mocão!” Os cartazes são assinados pelo movimento Mulheres do Projeto Popular, que faz parte da organização nacional Levante Popular da Juventude.