Até maio, todos os sete réus acusados pelo Ministério Público de Minas Gerais por envolvimento no sequestro e morte de Eliza Samudio terão sido julgados. Nesta sexta-feira o Tribunal de Justiça divulgou a data do júri de Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. A juíza da vara do Tribunal do Júri do Fórum de Contagem, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, marcou para as 9h do dia 15 de maio o início do julgamento.
Elenilson e Wemerson aguardam julgamento em liberdade. Ambos respondem pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho do goleiro com a modelo Eliza Samudio, crime cuja pena prevista é de 1 a 3 anos de reclusão. Elenilson era o caseiro do sítio do jogador em Esmeraldas, onde mãe e filho foram mantidos antes da jovem ser levada a morte e o bebê ser levado para Ribeirão das Neves. Já Wemerson, conhecido pelo apelido de Coxinha, era amigo e motorista de Bruno, além de diretor do time de futebol 100%, clube patrocinado pelo goleiro. Os dois afirmam que desconheciam o plano para executar Eliza.
Bruno, preso desde julho de 2010, responde pelos crimes de sequestro e cárcere privado (de Samudio e do filho), homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele seria julgado em novembro juntamente com Macarrão, Fernanda, Bola e Dayane, mas manobras da defesa dos réus fez com que o julgamento fosse desmembrado. Com isso, o amigo de infância e braço direito do goleiro confessou parcialmente o crime, atribuindo ao ex-atleta todo planejamento e articulação do plano para dar fim à vida da jovem que cobrava dele o reconhecimento da paternidade do filho e pagamento de pensão alimentícia. Já Dayane, que também aguarda julgamento em liberdade, responde apenas pelo sequestro e cárcere do bebê.
Bola responde pelos mesmos crimes do goleiro. Segundo o Ministério Público, o ex-policial foi contratado por Bruno para matar Eliza e o bebê. Definido pela acusação como um homem frio e calculista, ele teria se recusado a executar Bruninho e a sobrevivência da criança foi o que desencadeou toda elucidação do crime. Conforme a promotoria, Bola matou Eliza por estrangulamento, em seguida dilacerou todo o corpo, incinerou todas as partes e espalhou as cinzas em um areal ou lago. Condenado por outros homicídios, Bola também aguarda preso o julgamento.
Condenações
Os primeiros réus do processo que investiga o sumiço e morte de Eliza Samudio foram julgados e condenados. Macarrão pegou 15 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado e a outros três pelo sequestro da vítima. Por ter confessado o crime, mesmo que parcialmente, conforme análise do Ministério Público, ele teve a pena de homicídio reduzida para 12 anos. Pela Lei de Execução Penal, ele deverá permanecer mais três anos preso em regime fechado, uma vez que já cumpriu mais de dois anos de prisão.
Já Fernanda foi condenada a três anos em regime aberto pelo sequestro de Bruninho, filho de Eliza, e a outros dois, também em regime aberto, pelo sequestro da jovem. Como o somatória das penas é superior a quatro anos, ela não pode ser regime aberto. Somente após cumprir 1/6 da pena (10 meses), a jovem pode ingressar no semi-aberto. Como já ficou quatro meses atrás das grades, Fernanda terá que ficar mais seis dormindo na penitenciária e realizando atividades externas durante o dia.
Oficialmente morta
Com base na confissão de Macarrão e na decisão dos jurados que o condenaram, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues determinou a expedição da certidão de óbito de Eliza Samudio. Emitido em janeiro passado, o documento aponta que a jovem morreu em 10 de julho de 2010 e a causa da morte é "emprego de violência aplicada na forma de asfixia mecânica (esganadura)".
O local da morte de Eliza, conforme o documento, é Rua Araruama, nº 173, Bairro Santa Clara, em Vespasiano, endereço residencial do ex-policial civil Marcos Aparecido. Como foi emitido sem a existência de um atestado de óbito, uma vez que o corpo não foi encontrado, a certidão mostra "mandado judicial" como declarante e explica que o "corpo está insepulto, pois ocultado o cadáver". Veja o documento abaixo: