Jornal Estado de Minas

Fernanda e Macarrão se abraçam após serem condenados

Luiz Henrique Romão recebeu a condenação que lhe devolveu à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Grande BH, de cabeça baixa. Fernanda Gomes de Castro, condenada, mas livre da cadeia, se aproximou dele e desejou boa sorte, depois de lhe dar um abraço. Para o advogado do réu, Leonardo Diniz, a estratégia da confissão foi acertada. Ele considerou o resultado uma vitória e disse que a decisão de contar o que houve com Eliza partiu de Macarrão. "Vamos analisar semana que vem se vamos recorrer, mas estava dentro do esperado."

A advogada Carla Silene, que representa a ex-namorada do goleiro, também considerou o resultado justo. Segundo ela, a grande vitória foi Fernanda não ser pronunciada pelo homicídio. "Diante do contexto de tumulto e cerceamento, ela já estava preparada, mas está cansada e abalada emocionalmente. Vamos recorrer da decisão", anunciou a advogada.

Na plateia, a família de Macarrão chorou muito, mas comemorou a redução de pena inicial, de 20 anos, para 12, em regime fechado, por homicídio.
O réu também se emocionou ao abraçar a esposa e o avô. A juíza Marixa Fabiane chegou a conversar pessoalmente com ele, elogiando sua postura de confessar o crime. O mesmo fez o promotor Henry Wagner Vasconcelos, que considerou seu comportamento digno de um homem.

Para a mãe de Macarrão, dona Luciene, o promotor disse que esse era o melhor recomeço possível. Sônia Moura, mãe de Eliza, também chorou, cumprimentando o promotor. Ela se emocionou ao deixar o fórum e foi recebida com aplausos por uma multidão. Para ela, a justiça agora está começando a ser feita, em nome do seu neto e em memória de Eliza. “Estou chorando porque não tenho os restos mortais da minha filha”, disse.
Ela afirmou que esperava uma pena maior para Macarrão, acreditando que ele merecia passar 30 anos na prisão.

Já a mãe de Fernanda, dona Solange, reconfortou a filha com abraço apertado, balançando a cabeça positivamente ao ouvir a pena.

Sentença

Ao ler a sentença, a magistrada disse que Macarrão não conseguiu acabar com a vida "que se iniciava no ventre de Eliza" , mantendo-a rendida, até levar a moça para a morte. Segundo a juíza, "a execução foi meticulosamente articulada". Ela considerou a materialidade do crime a partir das provas indiretas.

Sobre Fernanda, disse que, embora a ré não soubesse que o destino de Eliza seria a morte, a ex-namorada de Bruno "auxiliou na vigília de Eliza e privou o bebê da companhia da mãe". "O sequestro foi o prelúdio do extermínio", completou a magistrada, antes de anunciar a punição..