Às vésperas do julgamento do goleiro Bruno Fernandes e mais quatro acusados de envolvimento com desaparecimento e morte da modelo Eliza Silva Samudio, marcado para o dia 19, as atenções do Judiciário vão além das ameaças da defesa dos réus de adiar o júri. Ontem, começaram as obras de manutenção no Tribunal do Júri de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para garantir que o espaço, que vai abrigar um público de 100 pessoas, esteja preparado para receber um dos mais esperados júris da história recente da Justiça brasileira.
Além da infraestrutura predial, à tarde foi realizada reunião com pessoal da área administrativa e de segurança do Tribunal de Justiça, para cuidar de detalhes para garantir o julgamento. Representantes do 18º Batalhão da PM, que responde pelo policiamento da área em que se encontra o Fórum de Contagem, e da Transcon, empresa que gerencia o trânsito na cidade, foram convocados para discutir quais procedimentos serão adotados com relação à segurança e o trânsito local.
Petições
De um total de 38 volumes no começo do mês passado e quase 9,5 mil páginas, ontem o processo do caso Eliza Samudio já chegava a 59 volumes e mais de 12 mil páginas. Pelo menos duas petições estão sendo encaminhadas diariamente à juiza do caso, Marixa Fabiane. Vai desde pedido para que testemunha, que se encontra presa, compareça sem uniforme da cadeia; troca de testemunhas; reforço de intimação de testemunhas. Há também expectativa de que a defesa entre com recursos no Supremo Tribunal Federal tentando suspender o julgamento. O advogado Francisco Simin, que representa Bruno e a ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues, disse que hoje estará em Brasília para entrar com recurso visando adiar o júri.
O caso
De acordo com a denúncia oferecida à Justiça pelo Ministério Público, em 4 de junho de 2010, Luiz Henrique, o Macarrão, amigo e funcionário de Bruno, com ajuda de um adolescente sequestrou a modelo Eliza Samudio e o bebê dela, filho do goleiro, no Rio de Janeiro. A mulher veio contra sua vontade para Minas e ficou em cativeiro no sítio do jogador.
No dia 10 daquele mês, ela teria sido morta estrangulada pelo ex-policial Marcos Aparecido, o Bola. A ex-mulher de Bruno Dayanne se encarregou de cuidar da criança no sítio. Fernanda Gomes, ex-namorada de Bruno, teria participado do sequestro de Eliza. Esses cinco acusados serão levado ao banco dos réus no dia 19. Há mais dois envolvidos, que serão levados a júri posteriormente.