O advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, que defende o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, rebateu as acusações que foram feitas a ele pela juíza Marixa Fabiane Lopes e pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro durante audiência na manhã desta quarta-feira. As críticas feitas ao defensor foram por ele não ter participado da audiência que julga um crime que teria sido cometido por Bola em 2000. Como Magalhães não compareceu, o julgamento foi adiado e ele recebeu uma multa de 30 salários mínimos.
Fernando alega que enviou uma petição na última segunda-feira à juíza dizendo que não iria ao julgamento, pois estaria na cidade de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso, para uma audiência sobre o sumiço e morte de Eliza Samudio, em que Marcos Aparecido também é réu. Segundo ele, o Ministério Público de BH arrolou uma mulher como testemunha para o caso que seria ouvida hoje por carta precatória. Porém, a audiência não aconteceu, pois ela não compareceu e por isso foi adiada.
Fernando apresentou um termo de deliberação obtido em Tangará da Serra assinado pela juíza da cidade. Isso comprova que ele esteve no local e que o julgamento não foi feito pela testemunha não ter comparecido. O advogado também criticou Marixa Rodrigues. "Comuniquei ela dois dias antes que iria faltar, inclusive anexei cópia da passagem aérea. Ela armou o julgamento de forma desnecessária. Vou conversar com ela, recorrer na multa, e se for o caso recorrer ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Minha audiência não foi uma manobra. A declaração dela e do promotor afetaram a minha honra", afirmou.
Julgamento de Bola
Devido a falta do advogado, a juíza decidiu adiar para as 9h do dia 5 de novembro o julgamento de Marcos Aparecido, no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH. O réu é acusado da morte de Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, no Bairro São Joaquim. Bola foi reconhecido pela irmã da vítima, que testemunhou o crime, depois que a imagem dele foi veiculada em diversas emissoras de TV e em jornais pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.
Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Bola teria atirado contra a vítima, que estava dentro de um veículo em frente ao estabelecimento comercial onde trabalhava. Para o MP, o crime teria sido encomendado, já que os envolvidos não se conheciam. Dados do processo revelam que o réu teria espreitado o local de trabalho de Rogério, na tentativa de identificá-lo.
Hoje, a família de Bola esteve no Fórum de Contagem para acompanhar o julgamento. Os parentes levaram faixas de apoio ao réu. Eles também estavam com o retrato falado do homem que seria o assassino do carcereiro, alegando que ele não possui as mesmas características do ex-policial.
O ex-policial chegou a passar mal e teve de ser levado ao hospital por uma ambulância. Durante a tarde ele recebeu alta e voltou para a cadeia.