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Estado de Minas

Pedido de acareação entre adolescente e Sérgio deve sair até terça-feira


postado em 24/07/2010 19:15 / atualizado em 24/07/2010 19:43

Sérgio, que está preso desde 7 de julho, vem contribuindo com as investigações(foto: Jackson Romanelli/EM/D.A.Press)
Sérgio, que está preso desde 7 de julho, vem contribuindo com as investigações (foto: Jackson Romanelli/EM/D.A.Press)
 

Até terça-feira, o Juizado da Infância e Juventude de Contagem, na Grande Belo Horizonte, deverá decidir se acata o pedido de acareação entre o adolescente J., de 17 anos, e Sérgio Rosa Sales, de 22, o Camelo, feito pelo chefe do Departamento de Investigação de Homicídios Proteção à Pessoa (DIHPP), delegado Edson Moreira. Primos do goleiro do Flamengo Bruno Fernandes de Souza, de 25, o menor foi apreendido no Rio, na residência do jogador, e Sérgio preso na casa onde mora com os pais e quatro irmãos, no Bairro Minaslândia, Região Norte de Belo Horizonte. Ao contrário dos demais envolvidos no desaparecimento e suposto assassinato da modelo Eliza Samudio, ex-namorada de Bruno, que orientados por seus advogados de defesa permanecem de boca fechada, os dois estão contribuindo com o trabalho da polícia. A acareação servirá para contrapor informações divergentes dos depoimentos prestados por eles.

Para o advogado de Sérgio, Marco Antônio Siqueira, a Justiça deverá acatar a solicitação de Edson Moreira de colocar seu cliente frente a frente com o adolescente. “Embora estejam dispostas a só falar em juízo, outras pessoas arroladas no inquérito também poderão fazer parte da acareação”, disse o advogado. Ele ressalta que, ao tomar a decisão de contribuir com a investigação, Sérgio não teve o intuito de “prejudicar ou atrapalhar ninguém”. “Ele não é autor de nenhum crime, nem partícipe. Estava no sítio, mas não contribuiu com a coisa estranha que viu por lá. E quando chamado a contribuir com a polícia, o fez, estando inclusive disposto a participar da acareação”, afirmou Siqueira.

Em depoimentos prestados nos dias 8 e 15, Sérgio afirmou ter visto Eliza no sítio de Bruno, em Esmeraldas, na Grande BH, entre os dias 7 e 9 de junho, acompanhada do filho dela, de 5 meses, que a modelo dizia ser do goleiro. Sérgio confirma que Eliza tinha um “machucado expressivo na cabeça”, de acordo com seu advogado. “Ele foi ao sítio para jogar futebol e foi colocado nas acomodações externas. Viu Eliza do lado de dentro, mas não teve contato com ela. Também não viu revólver. Achou estranho ter ficado num quarto da parte de fora, sem poder entrar na casa. Quando questionou, o Bruno mandou que ele perguntasse ao Macarrão (Luiz Henrique Ferreira Romão, funcionário de Bruno), que por sua vez disse apenas: ‘isso não é problema seu’”, afirmou o advogado.

Sérgio dormia quando a polícia chegou ao Minaslândia para prendê-lo, no início da manhã do dia 7. A mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, de 23, também estava na casa e foi presa junto com o rapaz. A residência, comprada pelo goleiro e cedida aos pais de Sérgio, fica num lote onde estão outros dois imóveis, todos habitados por familiares do jogador – em um deles mora a avó de Bruno, que o criou. Os pais de Sérgio, a dona de casa Ângela Maria Rosa Sales, de 43, e o porteiro Carlos Alberto Sales, de 57, estão esperançosos de que o filho volte para casa tão logo termine o mandado de prisão temporária expedido contra ele, que expira no dia 7 de agosto.

No cárcere, Sérgio ficou sabendo que sua namorada está grávida. “Sinto muita saudade do meu filho e espero que tudo isso passe. Se ele tiver feito alguma coisa, ele tem que pagar. Mas se não fez, peço à Justiça que olhe por ele. O Sérgio é trabalhador e preciso dele aqui”, disse Ângela Sales, irmã do pai de Bruno. Ela conta que Sérgio cresceu junto com Bruno e chegou a morar cinco anos com o primo, tendo trabalhado com o jogador em São Paulo e no Rio.

Imagem confundida


Na noite de sexta-feira, Jeizi Fernandes Jesuíno, de 20, que foi confundida com Eliza Samudio após ser filmada pelo sistema de segurança de um shopping de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, registrou queixa no 16º Distrito de Polícia do Rio, alegando que está passando por constrangimentos. As imagens foram divulgadas por emissoras de televisão e na internet. A advogada de Jeizi, Maria Angeli da Cruz, estuda qual medida judicial vai tomar. As informações fornecidas por sua cliente serão repassadas à Polícia Civil mineira.

Corpo carbonizado


Edson Moreira praticamente descartou a possibilidade de que o corpo encontrado carbonizado em 26 de junho, em Cachoeira Paulista (a 212 km de São Paulo), seja de Eliza. Mas ele vai esperar a conclusão da autopsia feita no cadáver, o que poderá atrasar a conclusão do inquérito.

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