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"O folião fez a sua parte"

Cantor e compositor mineiro é personagem marcante na mudança do carnaval em BH

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postado em 25/02/2012 07:00 / atualizado em 19/01/2016 12:05

Eduardo Tristão Girão /Estado de Minas

Estava escrito. Dudu Nicácio, um dos principais nomes do samba em Belo Horizonte, nasceu numa sexta-feira de carnaval. Aos 33 anos, vive fase profissional intensa, dividido entre a carreira artística, os projetos de sua agência cultural (Ultrapássaro) e, o que nem todos sabem, a atuação como advogado. Fora tudo isso, na temporada de folia ele se desdobrou para fazer a festa na capital mineira. Dessa vez, coordenou o Bloco da Cidade, desfilou na Escola de Samba Cidade Jardim e deu as caras em alguns dos vários “bloquinhos” que fizeram memorável o carnaval deste ano em BH.

“O carnaval foi excelente, uma delícia. Como folião, aproveitei horrores e vi o espírito da folia na cara das pessoas. Não choveu, os blocos estavam gostosos e a coisa evoluiu. Foi um momento delicioso, de espontaneidade e curtição plena. Espero que os órgãos públicos apoiem cada vez mais, pois isso é papel deles e folião não tem de ter estratégia. É preciso ter infraestrutura para conforto do foilão e não desagradar aos moradores. Ano que vem melhorará muito se a organização for feita com antecedência”, avalia o artista.

Para ele, o carnaval da capital mineira vem passando por revitalização nos últimos anos e a folia que terminou esta semana foi “tão boa como a do ano passado”. “A diferença é que, desta vez, não choveu”, observa. Outro ponto importante para o sucesso da festa, acredita, foi o envolvimento da população – afinal, só ocorreu graças à iniciativa e à espontaneidade de cada um. “Todo mundo quis participar e cuidar da nossa cidade. É muito bonito as pessoas quererem ocupar a cidade e ressignificar os espaços. Estão ávidas por participar e as marchinhas têm a ver com isso também”, afirma.

“Alguns foliões, entre tantos outros, foram responsáveis por isso, como Rafa Barros, da Praia da Estação e do bloco Filhos de Tcha Tcha; Guto Borges e Milagros Vazquez, que comandam baterias de vários blocos; Nian Pissolati e Elisa Marques, do Bloco do Peixoto; e Gustavo Caetano, do Unidos do Samba Queixinho”, exemplifica. Dudu afirma que, se houver aprimoramento na organização e infraestrutura da festa, será possível dar visibilidade nacional ao carnaval belo-horizontino. “Mas, sem muita regulamentação, senão perderemos a espontaneidade. O folião já está fazendo a parte dele e muito bem”.

Cenário
O momento atual do carnaval, diz, está ligado ao fortalecimento da cena de samba na cidade, da qual é peça-chave há 10 anos. “Criou-se um contexto favorável, com visibilidade e reconhecimento. Há vários artistas despontando e até o Flávio Renegado gravou samba”, diz Dudu. Seu nome está associado a projetos importantes na área, como Reciclo Geral, Do morro ao asfalto, Samba do compositor e Samba da madrugada, além do próprio Bloco da Cidade. Lançou, ainda, um bom disco de samba com o músico carioca Rodrigo Braga, intitulado Dois do samba (2008).

O caminho até esse momento especial começou a ser trilhado cedo. Nascido em Belo Horizonte, Antônio Eduardo Silva Nicácio foi criado em Oliveira, no Centro-Oeste mineiro, onde os pais nasceram. O pai, o professor Antônio, era também diretor de escolas de samba e associação de congadeiros na cidade. “Quando chegava outubro, ia para as quadras ver ensaios com ele”, lembra. Na época do carnaval, via a casa ficar cheia de amigos e parentes e participava ativamente da festa, sempre fantasiado. Ainda por lá, Dudu formou sua primeira banda de rock e começou a tocar violão em barzinhos.

Voltou para Belo Horizonte para prestar vestibular. Já cursando direito na Universidade Federal de Minas Gerais, entrou para o grupo de teatro Trupe a Torto e a Direito, projeto de pesquisa e extensão do programa Polos de Cidadania (do qual hoje é coordenador). Sediado na faculdade, o programa tem como objetivo efetivar direitos humanos em favelas da cidade e da região metropolitana. Pouco depois, em 2002, entrou para o Oficinão do grupo teatral Galpão e sua estreia profissional foi como o protagonista da peça O homem que não dava seta. “Queria ser artista”, conta.

Reciclo
Entre os atores havia músicos e foi por meio deles que foi apresentado a Mestre Jonas, Makely Ka, Tadeu Morais, Renato Negrão e Renato Vilaça. Envolvido com todos eles, ajudou a organizar o projeto Reciclo Geral, que revelou então novos talentos: Sérgio Pererê, Érika Machado, Pablo Castro e Miguel dos Anjos passaram por lá. Nessa ocasião, Dudu teve convicção de que a arte era o seu caminho e não tardou para que chegasse ao mercado seu primeiro disco, em parceria com outra cantora local: Leopoldina e Dudu Nicácio (2004). Sem instrução musical formal, ele toca violão e banjo – durante o carnaval, também tarol.

Retomou o contato com a música e, consequentemente, com o samba. Passou a frequentar bares que são referências no gênero, como Opção e Cartola. De canja em canja pelos palcos, aguçou ainda mais a veia de compositor e iniciou coleção de parceiros. Foi quando nasceu o disco Dois do samba, que o levou com Rodrigo pelo Brasil e Europa. A camaradagem musical continua e é ela a base de Pra cidade cantar, seu terceiro disco (e primeiro solo), ainda sem previsão de lançamento. “São músicas minhas com Fabinho do Terreiro, Graveto, Vander Lee, Renegado e o próprio Rodrigo, que também assina a produção. Tem parte forte de samba, mas flerta com outros ritmos brasileiros”, anuncia.

Dois no samba
Um dos projetos mais bem-sucedidos de Dudu Nicácio, o disco Dois do samba, em parceria com o músico carioca Rodrigo Braga, chamou a atenção por fazer do mais conhecido ritmo brasileiro a ponte entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro. “É um álbum acessível e alegre”, define Dudu. Entrosada, a dupla apresenta sobretudo temas autorais, com a maioria das letras assinadas pelo mineiro.


 

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