Além Paraíba, Juiz de Fora e Ouro Fino – Entre 1932 e 1939, Luiz Gonzaga morou em Minas Gerais. Foram quatro meses em Belo Horizonte, cinco anos em Juiz de Fora e, por fim, dois anos em Ouro Fino. Quando chegou à capital mineira, aos 20 anos, o pernambucano estava longe de ser o Rei do Baião. Decidido a seguir carreira no Exército, veio completar o contingente do 12º Regimento de Infantaria, que se esfacelou por ter resistido à Revolução de 1930. Nas duas últimas cidades mineiras, ainda como militar, fez amigos, aprimorou o toque da sanfona e saiu pronto para se tornar o grande artista que foi, deixando saudades e, claro, muitas histórias para trás.
Nem todo mundo sabe dessa sua temporada mineira, nem mesmo alguns dos pouco mais de 30 mil habitantes de Ouro Fino, onde, aparentemente, todo mundo tem um caso para contar sobre a passagem do sanfoneiro por ali. Pela oportunidade do centenário de seu nascimento, que será comemorado quinta-feira, o Estado de Minas visitou as duas cidades do interior do estado para descobrir como Minas Gerais influenciou a formação de Luiz Gonzaga e, em Além Paraíba, na divisa com o Rio de Janeiro, encontrou o mineiro Romeu Rainho, que foi empresário do sanfoneiro por uma década e o conheceu intimamente.
“Em Juiz de Fora eu estava folgado, era o mais antigo do grupo. Comecei a fazer minhas farrinhas. Foi aí que conheci Santo Lima e Domingos Ambrósio, fazendo bonitas serenatas.
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No ano do centenário, memória de Gonzagão permanece viva entre aqueles que conviveram com eleAo sabor das lembranças de Luiz Gonzaga"Fui em cana porque toquei bem demais", disse o Rei do BaiãoLuiz Gonzaga: "Mulherengo com simpatia de sobra"A economia no ritmo de GonzagaDesenvolvimento, emprego e renda maior hoje trazem de volta quem deixou a região para prosperarA estiagem queima a lavoura e derruba o gado, mas garante a renda de quem vende água e raçãoBusca por emprego também é cantada nos versos de GonzagaLuiz Gonzaga incluiu a música e a cultura do Nordeste no mapa da mídiaAlgodão promete renascer nas plantações do Norte de MinasO artista afirma que Juiz de Fora foi a cidade que mais marcou sua vida depois de deixar o Nordeste. Saiu de lá em 1937 para continuar como militar, já conhecido como “Bico de Aço” pela habilidade na corneta. “Eu já estava doido para pegar outro caminho. Minha vida sempre foi andar, meu destino era andar. Me perguntaram se eu queria entrar na formação de uma companhia que iria para Ouro Fino e eu disse: ‘Vou demais’.” Lá fez amigos, teve novos mestres musicais e, dizem, arranjou outros amores. No palco do Éden Club, centenário clube que existe até hoje, fez seu primeiro show.
Tudo isso com o acordeom que comprou de Carlos Alemão, amigo de Domingos, que foi seu primeiro professor do instrumento.