NA VARANDA
Entre os amigos que Luiz Gonzaga fez na capital mineira está Lourival Passos, pai do instrumentista Célio Balona, de 73 anos. "Ele foi apresentado a Gonzagão por Jair Silva. Na noite em que se conheceram, papai passou-lhe algumas músicas que escreveu. Luiz Gonzaga gravou todas entre 1957 e 1961. Foi o caso de Tacacá, Maceió, Creuza morena, Alvorada da paz, Chorão e Corridinho Canindé", conta Célio. A amizade se estreitou e o Rei do Baião sempre visitava o amigo em BH, aproveitando para se deliciar com a comida mineira. Certa vez, os vizinhos perceberam quem era o visitante daquela casa da Rua Tenente Garro, no Bairro Santa Efigênia, e o chamaram. "Gonzagão cantou por quase duas horas na varanda.
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Quando passava por BH, o Rei do Baião sempre visitava o Bairro Bonfim. Motivo: lá funcionava a oficina dos irmãos Geraldo e Antonio Scarpelli, que reformavam acordeons, concertinas e sanfonas enviadas por fregueses de várias partes do país. "Quando ia lá, Luiz Gonzaga ficava peruando. Tocava um instrumento, testava outro. Chegava de manhã e, às vezes, saía à tarde. Era amigo da casa", relembra José Geraldo Scarpelli, de 68 anos, filho de Geraldo.
NO HOTEL
"Quando vinha artista do Rio de Janeiro e de São Paulo para BH, a gente corria atrás", lembra o sambista mineiro Jadir Ambrósio, de 90 anos. Numa dessas ocasiões, ele foi para o hotel onde se hospedara Luiz Gonzaga. "Cantei tudo quanto é música, mas nada serviu. Quando ele estava indo embora, eu disse: 'Seu Luiz, tenho outra, mas não sei se o senhor vai gostar, pois é muito chata. Vou te mostrar'. Que ironia. Comecei a cantar os versos de Buraco de tatu.