Startup brasileira cria filamento sustentável para impressoras 3D

Com materiais recicláveis coletados em cooperativas, a PrintGreen3D produz filamentos acessíveis e que geram menor impacto ao meio ambiente. No Brasil, são aproximadamente 500 mil usuários de impressoras 3D, que movimentam cerca de R$ 6 milhões por ano


 
PrintGreen/Divulgação
Há pouco tempo, era difícil acreditar que qualquer pessoa pudesse ter em sua própria casa uma máquina capaz de produzir diferentes tipos e formatos de peças. No entanto, a recente popularização das impressoras 3D - criadas por Chuck Hull em 1984 - deixaram de ser uma tecnologia fechada e cara. Foi quando, em 2004,,surgiu o movimento RepRap, que disseminou a ideia da impressora como auto replicável, para que ela, sozinha, pudesse fabricar suas próprias peças e o usuário fosse livre para modificar e melhorar sua impressora.  Segundo pesquisa da FONTE, estima-se que o mercado global de impressão 3D irá atingir, até 2020, a marca de U$ 5.2 bilhões. Ou seja, trata-se de um mercado promissor. No Brasil, são aproximadamente 500 mil usuários, que movimentam cerca de R$ 6 milhões por ano. Marcela sócia da startup afirma que os números ainda crescerão muito, principalmente pelas grandes oportunidades que o mercado gera em todas as áreas de negócio. “Há uma infinidade de uso, como na educação (para produção de maquetes), na engenharia (para a criação e estudo de protótipos), na medicina. Já existem empresas que criam e doam próteses como pernas, braços etc, permitindo uma melhor qualidade de vida a essas pessoas.
 
Sócio-fundador da startup brasileira PrintGreen3D, William Lima observou que não existia uma alternativa de filamento sustentável no Brasil e na América Latina, outro fator observado é o custo elevado do filamento: “ele é o suprimento desse tipo de impressora, como se fosse a tinta dessas que temos em casa”. Acontece que praticamente não existe produção nacional, ou seja, o filamento sofre alteração cambial para ser importado, o que o torna mais caro”. Foi então que William, que é engenheiro de computação e maker, iniciou uma pesquisa com foco em tentar produzir um material mais acessível e, porque não, mais sustentável também. “Os filamentos, de maneira geral, são produzidos a partir do petróleo, o que gera ainda mais plástico no meio ambiente. Então decidi que encontraria um meio de obter o mesmo produto a partir de recicláveis”, conta.  William passou a guardar garrafas PET, copos descartáveis, e outras embalagens plásticas para iniciar sua pesquisa. Em 2015, o projeto ganhou ainda mais força com a parceria do SENAI e o material passou a ser adquirido de industrias (scrap industrial) e de cooperativas. “Foram 1 ano e 05 meses de estudo e, hoje, posso afirmar que chegamos numa boa composição: o filamento de ABS da PrintGreen3D possui até 90% de material reciclado e vem obtendo ótimas avaliações dos nossos clientes. O nosso foco é produzir filamentos de qualidade e financeiramente viáveis para contribuir com a sociedade”, finaliza.
 
Mais informações acesse www.printgreen3d.com.br


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