Até a bengala está mais tecnológica!

Acessório com sensores que ajudam deficientes visuais a desviar de obstáculos será apresentado por um grupo de alunos do Cotemig na Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), que começa no fim do mês


João Paulo Alvarenga/Divulgação

O portador de deficiência física tem que “matar um leão por dia”. Infelizmente, a realidade em que vivemos hoje traduz uma imensa dificuldade dos deficientes em superar todos os obstáculos que aparecem, mesmo que a Constituição Brasileira assegure o direito de ir e vir de qualquer cidadão. Desde subir da rua para a calçada até conseguir achar uma vaga de estacionamento exclusiva, esse público enfrenta diversas barreiras e preconceitos.
Foi pensando justamente em ajudar esse pessoal – e também em desenvolver um produto inovador – que os alunos João Paulo Alvarenga, Lucas Alvarenga, Izabella Jales, Heber Lacerda e Henrique Pena, todos do terceiro ano do Colégio Cotemig, tiveram a ideia de desenvolver uma bengala automatizada, de baixo custo, para facilitar a locomoção de pessoas que têm deficiência visual.

 

Nomeada Sensorial Stick, a ideia da bengala foi de Henrique e teve adesão imediata do grupo. “No Cotemig, temos que fazer um projeto de conclusão de curso e ele (Henrique Pena) deu a ideia de fazer algo focado na área dos deficientes visuais. A partir daí, fomos desenvolvendo e pensando no que poderia ser melhorado”, afirma João Paulo Alvarenga, de 17 anos, um dos membros do grupo.

 

Para desenvolvê-la de maneira adequada, os alunos foram até a União Auxiliadora dos Cegos de Minas Gerais, entidade de apoio a deficientes visuais, para trocar ideias sobre a montagem do protótipo e, claro, identificar soluções para as dificuldades. “Eles (membros da entidade) contaram que a maior dificuldade são os obstáculos encontrados pelo caminho. A bengala normal possibilita apenas ir batendo nas coisas e, às vezes, não ajuda muito. Para eles, o orelhão, placas na rua, buracos e bancos de ponto de ônibus são dos obstáculos mais difíceis”, conta João Paulo.

 

APLICATIVO O produto está em fase final de construção e conta com quatro sensores em diferentes direções. Esses sensores, posicionados ao longo da bengala, servem para identificar algum objeto que esteja no caminho e alertar o usuário, emitindo uma intensa vibração. “A bengala tem um sensor na parte da frente, um na parte de cima e dois nas laterais, que alertam os cegos por meio de intensa vibração. Ou seja, quanto mais perto estiver de um obstáculo, mais forte a bengala vai vibrar”, detalha o estudante.

O Sensorial Stick foi inteiramente custeado pelos alunos e, agora, eles procuram investidores para fazer panfletos, banner e cartões de visitas do produto. Ele será apresentado na Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), que ocorrerá entre os dias 31 deste mês e 5 de novembro, no Expominas. “Por fim, vale lembrar que estamos desenvolvendo um aplicativo para a bengala, que vai funcionar via bluetooth. É opcional, claro, pois a função da bengala é auxiliar no desvio dos obstáculos, porém, o app funcionará via GPS e indicará a direção certa para o destino do deficiente”, completa João. * Estagiário sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares


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