Estado de Minas BH 120 anos - Especial de aniversário dos 120 anos de Belo Horizonte

10/12/2017

Horizontes

Quem são alguns dos moradores que levam Belo Horizonte para além dos limites da Serra do Curral

"Isso aqui é planta de verdade, trabalho do biólogo Luiz Glück e aqui no chão, essas rochas são Minas Gerais", explica Berthier Ribeiro-Neto, 57 anos, diante de um grande adorno, com pedras canga, avermelhadas, em referência à mineração. Estamos na Praça do Google, no escritório de 4,8 mil metros, em quatro andares, que a gigante de Mountain View mantém no Santa Efigênia, Região Leste de Belo-Horizonte - o único do tipo na América Latina. Se olharmos para os 120 anos que Belo-Horizonte completa agora, os últimos 20 valem um capítulo. Com direito a personagem principal, porque o legado dele pode ser vital para determinar os próximos 120. Este protagonista é Berthier, diretor de engenharia do Google cuja atuação é catalizadora de uma mudança de paradigma capaz de gerar valor com tecnologia e conhecimento - de forma a tornar essas áreas mais importantes para a nossa economia. A pedra canga e o extrativismo que ela representa, sempre vale lembrar, têm dias contados.

Lutar é verbo que Miqueias do Valle, de 19 anos, conhece bem desde o nascimento. Promessa do judô mineiro, o atleta coleciona títulos por onde passa e treina diariamente para a Olimpíada de Paris, em 2024. "Meu primeiro projeto de vida é, com certeza ser atleta. Ganhar todas as medalhas, títulos e prêmios possíveis do judô", afirma o jovem morador do aglomerado da Serra que descobriu o esporte por acaso. De olho no horizonte, Miqueias investe também na carreira profissional para depois de sua aposentadoria como judoca. Estudante de engenharia civil em BH, o filho do pedreiro Aristóteles e da dona de casa Maria da Glória planeja erguer muitos prédios na capital.

A artista Priscila Amoni se inspirou em Nathália Orleans Barcelo para pintar a imagem de mulher negra na empena do Hotel Rio Jordão, localizado na rua Rio de Janeiro. Priscila fez o maior mural pintado por uma mulher em toda a América Latina. Quando iniciou o trabalho, em julho, viu que estava escrito 'garagem'. A palavra inspirou trabalho de intervenção urbana realizada pela artista. Ela mudava as letras para no lugar de garagem escrever 'coragem'. Amoni é também uma das mulheres idealizadoras do Cura, o Circuito de Arte Urbana, que trocou o cinza do concreto pelo colorido de pinturas em empenas e fachadas na cidade este ano. Da Rua Sapucaí, começa a surgir no horizonte o primeiro mirante de arte urbana do mundo.

Expediente

Produção e reportagem
Cecília Emiliana
Fred Bottrel
Márcia Maria Cruz

Edição de textos
Rafael Alves

Imagens
Fred Bottrel
Gladyston Rodrigues
Larissa Kümpel
Maria Pereira
Renan Damasceno

Imagens aéreas cedidas
Área de Serviço

Edição de vídeo
Fred Bottrel
Larissa Kümpel
Maria Pereira