Estado de Minas BH 120 anos - Especial de aniversário dos 120 anos de Belo Horizonte

03/12/2017

Sentidos

Moradores com alguma deficiência revelam a capital que muitos não enxergam ou ouvem

O Estado de Minas usa neste especial textos que ajudam cegos a entender os vídeos ao lado.
#PraCegoVer
Uma mulher com deficiência visual caminha com sua bengala no Mirante das Mangabeiras, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Mesmo sem enxergar, ela descreve a paisagem. Enquanto isso, câmera mostra a vista panorâmica da cidade, com emaranhado de prédios e casas na topografia acidentada da capital. Em outra cena, dois surdos conversam na Língua Brasileira de Sinais (Libras), que faz uso de gestos e expressões faciais. Eles caminham por uma ponte que compõe a arquitetura moderna da Casa do Baile, parte do Complexo Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer. Eles continuam a conversar sentados em um banco e contam sobre o encantamento que sentiram ao ver a Serra do Curral, símbolo de BH, tão grandiosa. O vídeo mostra em seguida um senhora surda, de cabelos curtos e brancos, numa sala de piso de taco. Ela comenta que o que mais lhe chama atenção no seus passeios pela Praça da Liberdade é o verde. Na sequência, imagem mostra um homem cego, vestido com terno prateado, no Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado. Ele é dançarino e, depois de falar sobre sua relação com a cidade, encerra o vídeo com uma performance.

#PraCegoVer
Ricardo Malta dança em meio à mata do Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, no Itapoã, num estilo que mistura dança de rua e break. Ele está vestido com um terno prata, camisa preta, suspensório, gravata e chapéu. Óculos espelhado laranja completa o look. Ele começa a falar sobre a perda da visão, há 13 anos. Ricardo está sentado em um tronco de uma árvore. Na sequência, a imagem mostra a Avenida Vilarinho, em Venda Nova, movimentada. Ricardo anda no passeio central da via, que é bastante amplo. Ao fundo está a estação do Move. Carros trafegam pela avenida. Câmera filma Ricardo sentado num banco no canteiro central e também andando pelas ruas do bairro. Cena mostra novamente Ricardo conversando, sentado na árvore do Parque Lagoa do Nado. Vídeo encerra com o dançarino em performance.

#PraCegoVer
Dona Regina é surda e está no prédio que abriga o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), na Praça da Liberdade. A construção data de 1930 e tem estilo eclético com influência neoclássica. Um texto em letras brancas informa que ela tem 80 anos e que frequentar centros culturais em BH é uma experiência nova para ela, pois a maior parte desses locais não tem tradução na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Dona Regina tem cabelos curtos e brancos. Ela sobe as escadas de mármore do prédio, cujas paredes são amarelas, e vai até uma das salas do espaço. O ambiente tem piso de taco e janelas amplas. Sentada em uma cadeira em frente à janela, Dona Regina conta sobre sua relação com BH e o prazer de ir ao CCBB, por causa da acessibilidade para pessoas surdas. Ela se comunica em Libras, língua que usa gestos com as mãos e braços e expressões faciais.

#PraCegoVer
A câmera filma a vista panorâmica de Belo Horizonte, do alto do Mirante das Mangabeiras, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de BH. A imagem mostra casas luxuosas situadas aos pés da Serra do Curral, montanha que é símbolo da cidade, e aos poucos vai revelando o horizonte da capital, com seus milhares de prédios numa topografia acidentada. O céu está nublado, com raios de sol atravessando as nuvens. Quem narra a cena é a psicóloga Elizabet Dias de Sá, cega e coordenadora do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual. Está frio e ela veste casaco azul de náilon. Elizabet tem pele branca e cabelo curto, castanho e liso. Depois disso, imagem mostra Elizabet sentada em um banco no mirante, em frente a um jardim de bromélias. À esquerda, há um guarda-corpo e a vista da cidade ao fundo. Há muitas plantas no entorno. Elizabet caminha com sua bengala pelo ponto turístico. Em outra cena, repórter caminha de braços dados com a psicóloga. As duas são filmadas de costas.

#PraCegoVer
Vídeo mostra Aldemar Alves, que mora na capital há 20 anos, e Hélio de Melo, natural de BH, conversando na Língua Brasileira de Sinais (Libras), cuja construção gramatical é feita por meio de gestos e expressões faciais. Imagem corta para uma vista de 180 graus da Casa do Baile, parte do Complexo Arquitetônico da Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer. De arquitetura moderna, espaço tem jardins projetados por Burle Marx. Para Aldemar, BH pode ser traduzida em cultura e arte. Hélio comenta que, pelo fato de serem surdos, as pessoas se assustam com a presença deles. Também comentam que, ao longo do tempo, sentem melhorias nos meios de transporte, mas que a segurança ainda deixa a desejar. Eles afirmam que um dos desafios para a capital, que completa 120 anos, é a maior acessibilidade dos espaços. Os amigos encerram parabenizando a cidade pelo aniversário.

Expediente

Reportagem
Flávia Ayer
Jociane Moraes
Liliane Correa
Paulo Galvão

Vídeos
Getúlio Fernandes
Larissa Kümpel
Túlio Santos

Edição de vídeos
Maria Pereira
Fred Bottrel

Tradutoras de Libras
Sônia Marta Oliveira
Rosane Lucas