![Jane Faria/Arquivo EM Jane Faria/Arquivo EM](https://imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2017/05/05/867127/20170505135246286298o.jpg)
Barbacena – Embora o Dia da Luta Antimanicomial seja celebrado há 30 anos no Brasil, a batalha para assegurar direitos a pacientes da saúde mental começou bem antes no país. O estopim das denúncias de maus-tratos no Hospital Colônia de Barbacena, maior manicômio do Brasil, que chegou a ter 5 mil pacientes em espaço projetado originalmente para 200, ocorreu em 1979, com a visita do psiquiatra Franco Basaglia, que comparou os pátios abarrotados a campos de concentração nazistas.
A posição do italiano foi seguida por vários psiquiatras brasileiros, como Francisco Paes Barreto, dando os primeiros passos para a reforma psiquiátrica. No mesmo ano, o Estado de Minas denunciou os abusos na série “Os porões da loucura”, do jornalista Hiram Firmino, vencedora do Prêmio Esso, e o diretor mineiro Helvécio Ratton lançou Em nome da razão, trabalhos que lançaram luzes sobre os obscuros pavilhões do Hospital Colônia, com relatos de fome, tortura, choques.
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Imagens feitas pela fotógrafa Jane Faria retratam pacientes pelos pátios, mulheres e homens nus, crianças com mosquitos pelo rosto. No livro Holocausto brasileiro, da jornalista mineira Daniela Arbex, lançado em 2013 e recentemente adaptado para documentário, estima-se a morte de 60 mil pessoas em oito décadas – chegando à média de 16 mortos por noite nos anos 1960 –, sendo que quase 1,9 mil corpos foram vendidos ilegalmente para faculdades de medicina.
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