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Estado de Minas

Recomendações de comissão de investigação do 11/9 ainda são ignoradas

Ex-presidente da Comissão Nacional de Investigação sobre os atentados lamenta descumprimento de normas de segurança pelos EUA


postado em 08/09/2011 12:22 / atualizado em 09/09/2011 01:11

(foto: AFP PHOTO/FILES/Seth McCallister)
(foto: AFP PHOTO/FILES/Seth McCallister)


Os Estados Unidos fizeram progressos em sua luta contra os extremistas dez anos depois do 11 de setembro, mas ainda são vulneráveis, considerou o ex-presidente da Comissão Nacional de Investigação sobre os atentados, lamentando que as recomendações emitidas em 2004 tenham sido ignoradas.

"Somos menos vulneráveis porque algumas boas medidas foram tomadas, como compartilhar informações entre as diferentes agências de inteligência que organizamos e a melhoria na segurança dos aeroportos", afirma Tom Kean, ex-governador republicano de Nova Jersey que presidia a comissão bipartidária de dez membros criada pelo presidente George W. Bush.

No entanto, Kean, destacou em uma entrevista à AFP que, "apesar de progressos consideráveis, certas recomendações da Comissão do 11/09 ainda permanecem suspensas. Elas devem ser adotadas de forma urgente levando em conta a ameaça da Al-Qaeda, de grupos terroristas afiliados e de indivíduos que aderem ao extremismo islâmico violento", acrescentou.

No dia 11 de setembro de 2001, um dos grandes problemas foi a impossibilidade para a polícia, os bombeiros e outros serviços de emergência de se comunicar entre eles devido à incompatibilidade de seus sistemas de comunicação, que não utilizam o mesmo comprimento de onda", advertiu Kean. A Comissão recomendou solucionar isso de forma urgente. Mas nada foi feito até o momento, lamentou o ex-governador.

Este problema, revelou, também prejudicou os socorristas após a passagem do furacão Katrina em agosto de 2005. A polícia nos helicópteros não podia se comunicar com os socorristas nos barcos, lembrou Kean. "No entanto, isto não é uma coisa difícil de fazer", disse.

Uma vigilância insuficiente nas atividades das 17 principais agências de inteligência pelo Congresso é outro dos grandes problemas que não foram levados em conta, apesar das diretivas da Comissão, afirmou Kean. "Se o Congresso não exercer uma supervisão adequada das agências de inteligência, nenhuma outra pessoa pode fazê-lo" devido ao segredo de defesa que cobre estas atividades, disse.

Segundo Kean, esta lacuna no controle democrático é explicada pelo fato de as comissões parlamentares que são responsáveis pelo tema não disporem de orçamento para levar esse tipo de iniciativa adiante. Outro problema: o número excessivo de comissões parlamentares que supervisionam o Departamento de Segurança Interna leva a uma perda de tempo, de acordo com o ex-governador, para os responsáveis deste super departamento de 230 mil pessoas que conta com um orçamento anual de 56 bilhões de dólares.

Kean considera que a Comissão do 11 de Setembro teve quase todo o acesso requerido a diferentes autoridades, incluindo o presidente George W. Bush e seu antecessor Bill Clinton. A única exceção ocorreu com os prisioneiros de Guantánamo, para quem a Comissão só pôde dirigir suas perguntas por escrito.

Kean lamentou que o presidente Barack Obama não tenha ainda designado os membros de um conselho de liberdades civis na Casa Branca, cuja criação foi recomendada pela Comissão. "Não queremos que as liberdades civis sejam esquecidas num momento de emergências nacionais", explicou, mas "este presidente não designou ninguém e ainda não temos um conselho de liberdades civis, o que constitui um grande problema", concluiu Kean.

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