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Estado de Minas

Empresas de segurança de adaptam a novo cenário pós-11/09

Diferentes setores da atividade da segurança privada se beneficiaram de formas diferentes com os atentados em Nova York e Washington.


postado em 08/09/2011 12:14

Ao criar um sentimento de perigo inédito nos Estados Unidos, o 11 de setembro deu lugar a um enorme mercado de segurança particular que agora deve se adaptar à queda da percepção de risco dos americanos, particularmente após a morte de Osama bin Laden.

Os atentados de 11 de setembro de 2001 desencadearam um desenvolvimento sem precedentes do mercado de segurança e de contraterrorismo nos Estados Unidos. "Dizer que a segurança particular cresceu depois do 11 de setembro é pouco. Acho que Osama bin Laden criou uma indústria. Criou um ambiente no qual nunca mais poderemos fazer as coisas da forma como fazíamos", disse à AFP Eroll Southers, especialista em contraterrorismo e professor da Universidade da Califórnia do Sul (USC). "É um mercado em plena evolução", confirmou Michael Intriligator, professor da escola de assuntos públicos da Universidade da Califórnia em Los Angeles (USLA), especializado em terrorismo e contraterrorismo. "Era um mercado muito pequeno antes de 11 de setembro e se tornou enorme. As pessoas querem segurança e estão dispostas a pagar por ela", disse.

O mercado da segurança e do contraterrorismo é muito variado e reúne diversas atividades, como vigilância, segurança privada, assessoria, tecnologia e formação. E seus clientes são igualmente numerosos: pequenas empresas, multinacionais, governos, infraestruturas e particulares.

Os diferentes setores da atividade da segurança privada se beneficiaram de formas diferentes com os atentados em Nova York e Washington. "Houve muitas oportunidades para as empresas de segurança particular", disse Ilana Freedman, presidente da Gerard Group International, uma empresa de assessoria em segurança com sede em Boston (Massachusetts, leste).

Segundo um relatório anual de 2010 do sueco Securitas, número um da segurança privada nos Estados Unidos e um dos líderes mundiais, sete grupos dividem 52% do mercado americano, enquanto o restante está muito fragmentado. O Securitas teve em 2010 um volume de negócios de 3,6 bilhões de dólares na América do Norte (Estados Unidos, Canadá e México).

As empresas se inclinaram para esta indústria depois dos atentados, quando um ano antes não mostravam nenhum interesse por ela, destacou Southers. "Compreenderam o quão lucrativo ela é. Tecnologias são desenvolvidas. Entrar na indústria da segurança é um sábio investimento", afirmou.

No entanto, o setor, muito orientado para as empresas, também foi afetado pela crise econômica, particularmente depois de 2008. O volume de negócios do Securitas baixou 2% entre 2009 e 2010, e 4% entre 2008 e 2009.

Essa queda também se deve a uma nova percepção de risco entre os americanos, segundo Jeffrey Simon, especialista em terrorismo, autor de "The Terrorist Trap: America's Eperience with Terrorism" (A armadilha terrorista: a experiência americana com o terrorismo) e professor da UCLA. "Quando se considera esse décimo aniversário (dos atentados), junto com a morte de Bin Laden, muita gente pretende gastar menos em segurança no futuro, já que a percepção da ameaça parece ter diminuído", disse. "Assim como qualquer outro negócio, este tem de se adaptar", declarou. "Estamos lidando com um adversário muito inteligente e adaptável, que obviamente muda sua metodologia, portanto, nossa tecnologia precisa ser igualmente dinâmica", disse Southers.

As empresas de segurança "devem ser mais agressivas, ter novas tecnologias. Há 10 anos já tínhamos boa tecnologia, agora ela deve ser melhor, mais intuitiva e capaz de detectar coisas que não eram uma ameaça há 10 anos", observou.

Para esses especialistas, o risco de um ataque não diminuiu e, segundo Freedman, o desafio mais importante atualmente para a indústria da segurança é "fazer os americanos entenderem os riscos que correm".

Segundo a especialista, colocar guardas na entrada dos edifícios é uma medida "muito básica", mas as empresas fazem apenas isso porque se negam a reconhecer "o risco real de uma ameaça".

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