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Estado de Minas

Teorias da conspiração ainda desafiam a história oficial do 11/9

Apesar do grande nível de imaginação, a verdade é que muitas pessoas desconfiam da versão oficial dos atentados


postado em 08/09/2011 12:10 / atualizado em 08/09/2011 18:00

Dez anos depois dos atentados de 11 de setembro, as teorias da conspiração, com direito a acusações contra agentes israelenses ou do próprio governo americano, ainda desafiam a versão oficial dos fatos. Um número surpreendente de pessoas ainda acredita que a organização terrorista Al-Qaeda não foi responsável pelos ataques executados com aviões comerciais contra as Torres Gêmeas de Nova York e o Pentágono em Washington, que deixaram quase 3.000 mortos.

As teorias mais ousadas de complô afirmam que elementos dentro da administração do então presidente George W. Bush utilizaram explosivos colocados de forma prévia e mísseis contra os edifícios do World Trade Center e do Pentágono. Outra versão menos extrema alega que o governo não executou os ataques, mas que sabia de antemão que poderiam acontecer e não fez nada para impedir.

Nos dois casos, o raciocínio é de que o governo Bush queria justificar as invasões do Iraque e Afeganistão, assim como a redução das liberdades civis dentro dos Estados Unidos. Algumas teses envolvem Israel na preparação dos atentados com o objetivo de incitar os Estados Unidos a atacar o mundo muçulmano. Apesar da variedade de suposições, a verdade é que muitas pessoas desconfiam da versão oficial dos atentados.

Em 2006, uma pesquisa do instituto Scripps Howard mostrou que 36% dos americanos acreditavam em algum tipo de conspiração governamental. A teoria da conspiração tem muito crédito no mundo árabe, assim como na França, onde o livro "L'Effroyable imposture" (A grande impostura) vendeu 200.000 cópias pouco depois de 11 de setembro de 2001.

Analistas afirmam que os números provavelmente mudaram pouco nos Estados Unidos, onde existe um movimento de apoio à hipótese de uma conspiração. Grupos como "Scholars for 9/11 Truth and Justice" (Eruditos para a Verdade e a Justiça sobre o 11 de setembro) ou "Architects and Engineers for 9/11 Truth" (Arquitetos e Engenheiros para a Verdade sobre o 11 de setembro) se consideram investigadores sérios. Os verdadeiros malucos seriam aqueles que acreditam na versão oficial sobre as Torres Gêmeas e o Pentágono, afirma David Ray Griffin, autor de "The New Pearl Harbor" (O Novo Pearl Harbor) e "Cognitive Infiltration" (Infiltração Cognitiva).

"Se definimos os milagres como uma violação de princípios científicos, em particular os princípios da física e da química, há cerca de uma dezena de milagres na história oficial", declarou Griffin à rádio californiana KPFA. Um resumo das principais teorias da conspiração pode ser visto em "Loose Change", um documentário caseiro assistido 125 milhões de vezes no Google vídeos e quase 30 milhões de vezes no YouTube, segundo o diretor Dylan Avery.

O documentário inclui novas edições e entrevistas sobre as lendas urbanas a respeito do 11 de setembro, como: as Torres Gêmeas não desabaram apenas pelo impacto dos aviões; o surpreendente rápido colapso da torre 7 do World Trade Center, que não foi atingida por nenhum avião, tem as marcas de uma demolição profissional; um míssil americano, e não o voo 77 da American Airlines, impactou o Pentágono. De fato, os Estados Unidos historicamente são uma terra fértil para as teorias conspirativas.

Neste mundo paralelo, John F. Kennedy foi assassinado pela CIA ou exilados cubanos, a chegada do homem à Lua foi filmada em um estúdio e o governo americano ocultou evidência sobre discos voadores. O mais novo elemento da "história alternativa" é o movimento que afirma que Barack Obama não nasceu no território americano e, portanto, é um presidente ilegítimo.

De todos os modos, a grande maioria da população acredita que a Al-Qaeda executou um ataque surpresa em 11 de setembro de 2001. Assim, existe um movimento contrário à teoria da conspiração, com sites como www.debunking911.com e www.screwloosechange.blogspot.com, que rebatem cada afirmação incluída no documentário sobre os complôs.

Para Kathy Olmsted, professora de história da Universidade Davis, Califórnia, é compreensível que muitas pessoas não acreditem no governo. Além disso, lembra, o governo Bush utilizou muita energia promovendo as próprias falsas teorias da conspiração sobre Saddam Hussein, alegando que o ditador iraquiano possuía armas de destruição em massa e insinuando que estava vinculado aos ataques de 11 de setembro. "A administração Bush tergiversou a verdade, ou inclusive mentiu diretamente durante a guerra do Iraque. Então as pessoas perguntam 'Nos disseram a verdade sobre o 11 de setembro?'", explica Olmsted.

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