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Estado de Minas

Acredite, há profissionais que descartam uma contratação

Levantamento feito por uma empresa mineira aponta sinais que impedem ou desestimulam trabalhadores a aceitar uma vaga de emprego. É a melhor decisão?


postado em 21/11/2018 12:21 / atualizado em 21/11/2018 12:43

(foto: arte_ram/Freeimages )
(foto: arte_ram/Freeimages )

 
Ser capaz de dizer não para uma proposta de emprego, diante de um cenário com 12,7 milhões de brasileiros desempregados, segundo dados de setembro de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é mostrar muita segurança ou se arriscar demais. Mas essa não é uma preocupação para 22% dos candidatos – sem emprego ou não – que desistem de uma vaga por conta das mais variadas exigências do empregador, conforme levantamento da empresa mineira Leaders-HR Consultants BR, especializada em reposicionamento. 
 
Astrid Vieira, diretora da Leaders-HR Consultants BR, diz que os candidatos participam do processo seletivo, vão até o fim, são escolhidos, mas não querem a vaga. Declinam e agradecem. Parece assustador para você? De acordo com ela, esses profissionais abrem mão do emprego porque não estão dispostos, entre outras atribuições, “a viajarem muito”, em primeiro lugar. Em segundo, “trabalhavam em uma empresa mais nobre, de nome, marca forte e mais repercussão no mercado do que a atual. Ou seja, estavam em uma organização de primeira linha e sentem dificuldade em ir para uma segunda, mesmo em cargo maior. O status se torna mais importante”. Também há muitos casos no qual o empregado precisará de seguir um cronograma repleto de idas e vindas. Nesse caso a desistência é por conta da exaustividade.
 
Outro aspecto que faz profissionais capacitados, que passam em rigorosos processos seletivos, desistirem da vaga é o fato de ser obrigado a mudar de estado. Ele está há anos em uma mesma empresa e mesmo com a oportunidade de mudar para outra com salário 30% maior não aceita. Mudar de cidade ou de estado é um empecilho, destaca Astrid Vieira. Esse perfil, bem específico desse profissional, também não aceita a recolocação se “for para ganhar menos. Não aceita abrir mão de ganhos que, antes da crise, chegavam a R$ 30 mil, R$ 40 mil. No entanto, nesse momento é importante ter flexibilidade” e, em determinados casos, desistem na última hora do cargo porque asseguram que são fluentes no inglês e, na etapa final, na hora da entrevista com o CEO, como não dominam a língua, não comparecem.
 
Astrid Vieira enxerga dois cenários que explicam esse comportamento: “O primeiro é o fato desse profissional ter uma reserva financeira que o sustenta por um tempo. E o segundo, claramente, é a vaidade. Diante dessa crise, como assim? Como abrir mão de uma vaga? Mas, por incrível que pareça, essa atitude foi evidenciada pela crise. Estamos deixando de recolocar no mercado 22% de profissionais”.
 
Astrid Vieira, diretora da Leaders-HR Consultants BR, alerta que mercado atual exige flexibilidade do profissional(foto: Eddy Fernandes/Divulgação)
Astrid Vieira, diretora da Leaders-HR Consultants BR, alerta que mercado atual exige flexibilidade do profissional (foto: Eddy Fernandes/Divulgação)
Vale enfatizar que Astrid Vieira fala de trabalhadores com formação superior e que se enquadram em cargos que vão de analistas até diretores, passando pelas mais variadas gerências: “Não é falta de qualificação, mas questão de escolha. Tive um caso de um gerente de compra. Encontramos uma excelente vaga para ele, no entanto, como ela era mais operacional, teria de colocar mão na massa, não aceitou alegando que seu nível era mais estratégico. Desistiu. Não quis assumir um cargo mais técnico, porque se considera no patamar gerencial”.

COMPORTAMENTO O que também chama a atenção é que Astrid Vieira não está falando de profissionais com 20, 30 anos de carreira: “São pessoas que estão com 10 anos de mercado, têm uma reserva e sabem que pode disputar um cargo melhor. Logo, preferem aguardar e se arriscam em dois cenários. Há quem desista e, na frente, encontre uma vaga nos moldes que deseja e, há quem se arrependa, volte atrás, mas já é tarde demais. O lugar foi ocupado”. O período médio de espera, conforme a diretora da Leaders-HR Consultants BR, é de seis meses.
 
Para Astrid Vieira, nesse nicho de mercado, o que não falta é oportunidade: “Há vagas para o profissional competitivo, para aquele que é bom de disputa, que não tem somente a técnica, mas particularidades comportamentais, ou seja, tem coeficiente emocional e qualificação pessoal no sentido de dar conta do recado. Tivemos um outro caso em que o profissional, depois de várias entrevistas e de superar etapas para uma multinacional, não foi efetivado porque lhe faltava um ânimo maior, quer dizer, traquejo, arranjo, melhor articulação para saber lidar com a organização. Foi recomendado a procurar um coach de carreira para mudar alguns aspectos comportamentais”.
 
Astrid Vieira destaca que pensar no futuro é importante. É preciso ter cautela para tomar alguma decisão sobre mudar ou não de emprego. “Isso porque uma escolha errada pode desconstruir a imagem do candidato e afastá-lo de um grande cargo. Nunca se sabe se o próximo emprego vai carecer de alguma exigência extracurricular e para evitar ficar obsoleto é preciso ter foco, determinação e prioridade com os objetivos”, aconselha. 


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