Jornal Estado de Minas

PROFISSÕES DO FUTURO

Qual caminho escolher?




Quais áreas emergem com maior força da pandemia? Quais serão as habilidades e profissões mais solicitadas agora e no pós-pandemia? Quais os empregos em alta? Qual carreira escolher? É hora de mudança de rota ou seguir o caminho escolhido? Saúde? Tecnologia?

São tantas perguntas para poucas respostas diante de um cenário em construção. Mas o tempo não para, nem espera e com o Brasil ainda desgovernado na luta contra a COVID-19, mesmo com a vacinação em curso, como será o futuro profissional que esta nação está formando? Como ele chegará para a sociedade? Qualificado? Defasado?

A área da saúde, antes negligenciada por muitos neste país, ganhou da pior maneira a relevância que sempre mereceu. “O que observamos de uma maneira geral foi uma valorização, pela sociedade, dos profissionais de saúde e do sistema de saúde como um todo.



O assunto coronavírus que envolve transmissão, prevenção, vacinação, tratamento, hospitalização, sequelas, óbitos, enfim tudo o que envolveu este período de pandemia, ficou em evidência com horas e horas de exposição em todas as plataformas de comunicação. Isto levou a sociedade a se debruçar sobre o tema e, consequentemente, valorizar os profissionais que se envolvem e atuam de maneira direta com uma ameaça global como esta”, analisa o professor José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho, diretor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG).

José Celso concorda que, com a pandemia, a aprendizagem na área de saúde incorporou novos significados, técnicas e ensinamentos. E ela teve de se reinventar. Segundo o diretor da FCM-MG, alguns cursos, como o de medicina por exemplo, eram totalmente impedidos de ter conteúdos teóricos de maneira remota.

Com os ajustes emergenciais da legislação, isto passou a ser possível e, hoje, com o retorno dessas atividades de maneira presencial, o que se discute é qual o tipo de conteúdo deverá ser presencial.

“Não mais o conteúdo conceitual, mas cada vez mais situações práticas do dia a dia, que estimulem o desenvolvimento do raciocínio, a reflexão e a construção conjunta do conhecimento pelo aluno e pelo professor. Em algumas situações, o ensino híbrido se encaixa de maneira adequada e deverá permanecer. Todas as nossas salas de aula hoje têm condições técnicas de transmissão externa quando demandadas. Temos um Hub Tecnológico com dois modernos estúdios profissionais de gravação de conteúdo dentro da faculdade, e também contamos com profissionais especializados nesse trabalho. Isto não existia antes da pandemia.”





O diretor da Ciências Médicas enfatiza que, em meio a tantas mudanças aceleradas diante da COVID-19, o conceito de telessaúde com certeza veio para ficar.

“A possibilidade de interagir a distância com os pacientes é uma realidade. Já praticamos com sucesso esta realidade no nosso ambulatório e nos municípios do interior do estado em que temos alunos em internato de saúde coletiva, parte importante da formação supervisionada. Sem dúvida essa interação com plataformas digitais, de maneira ética, é um ganho que estamos acompanhando e nos adequaremos de acordo com a evolução e a orientação das entidades competentes.”
 
 

INOVAÇÃO 


Na área da saúde, ao mesmo tempo que a tecnologia é essencial na formação dos profissionais, levanta também a questão quanto a necessidade da vivência presencial e prática, o contato com o paciente como experiência fundamental.

“As novas tecnologias são aliadas no cuidado do paciente e não adversárias. Monitoramento em tempo real, auxílio no diagnóstico e na terapêutica, tudo isto que já existe na revolução digital que estamos atravessando estará cada vez mais presente na atuação do futuro profissional. Vejo isto como um ganho de qualidade e diminuição de custos para o paciente.”





Ele afirma que a empatia, a compaixão, o relacionamento com as instituições e com os colegas jamais serão substituídos por máquinas. “Sou totalmente otimista quanto ao futuro, considerando essa sinergia harmônica entre profissional e tecnologia em prol do paciente”, defende.

José Celso destaca que a Ciências Médicas reforçou e readequou os conceitos de ética, bioética e medicina legal na instituição. “Entendemos que somos responsáveis em prover as diretrizes que irão guiar o futuro profissional no mundo do trabalho. Situações práticas em que os alunos devem refletir sobre o seu papel profissional, suas responsabilidades e limitações. Isto aliado às competências humanas (soft skills) e vivências em inovação e empreendedorismo serão fundamentais para o profissional do futuro.”




três perguntas para...
Moema Belo

diretora-executiva do Cotemig
 
Moema Belo é diretora-executiva do Cotemig (foto: Cotemig/Divulgação)
 

Qual o peso das profissões da área 
de tecnologia para o futuro do Brasil? 
A tecnologia está presente em tudo, permitindo que pessoas e empresas sejam mais eficientes, tenham acesso rápido e fácil às informações e um dia a dia mais simples. E isso está exigindo profissionais cada vez mais aptos a lidarem com diferentes tecnologias de forma criativa e inovadora. Mas não são somente dos profissionais que atuam exclusivamente da área de computação que o mercado está demandando esta capacidade de lidar com a tecnologia. Todos os setores produtivos procuram, atualmente, mão de obra qualificada nesses tipos de conhecimento como um adicional às habilidades específicas das áreas de atuação e formação. Para equilibrar essa oferta bem menor que a demanda, existente no mundo todo, a solução é a percepção, pela sociedade, da necessidade da formação dos jovens, já no ensino médio, com habilidades e competências em tecnologia. E também a formação de mais profissionais graduados nas áreas de informática e computação. A união entre os setores produtivo e educacional é um dos caminhos para essa formação de mão de obra qualificada.





Como a pandemia influenciou a área da tecnologia? 
A pandemia foi um catalisador de mudanças globais e da transformação digital que não estavam sendo percebidas por todos. A tecnologia vem cada vez mais sendo o meio das principais evoluções no mundo e, com isso, todos os profissionais devem estar inseridos nesses saberes para fazerem parte atuante desse processo. Instituições de ensino, como o Cotemig Colégio e Faculdade, se tornam essenciais num processo de transformação da educação no qual o domínio da tecnologia deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser uma condição básica para as pessoas que querem se inserir no mundo do trabalho. Cabe às escolas a formação de profissionais tecnologicamente competentes e cidadãos conscientes.

Ensino técnico e superior. Como fazer a melhor 
escolha nesta área? Como tem sido a procura? 
A procura pelos profissionais com formação em computação e tecnologia cresce exponencialmente. São inúmeras as empresas que buscam os alunos do Cotemig, tanto dos cursos técnicos como graduação, para estágios e empregos, desde o início dos cursos. E a realização do estágio supervisionado obrigatório facilita a inserção do aluno no mercado. A formação técnica em informática e computação em nível médio prepara o jovem para iniciar a vida adulta com uma qualificação profissional e um diploma. E caso queira prosseguir os estudos em nível superior, tanto da área de tecnologia como em qualquer outra, esse jovem já irá ter uma formação sólida e domínio deste atributo, o que o colocará em destaque em qualquer profissão escolhida. E para quem quiser dar continuidade aos estudos em nível superior, as graduações na área de computação oferecem uma formação ainda mais completa, com foco nos conhecimentos necessários para a implementação de projetos tecnológicos voltados ao processamento de informações, plataformas virtuais, inteligência artificial, segurança de redes, pesquisa e muito mais.


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