Jornal Estado de Minas

ENEM 2021

Foco no Enem: confira dicas para se preparar na reta final para as provas

Caneta esferográfica transparente com tinta preta, documento de identidade oficial com foto e, mais uma vez, máscara de proteção facial. Se esses são os itens obrigatórios para quem vai fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma boa noite de sono, alimentação adequada e controle emocional, além claro, da preparação antecipada, são para lá de desejáveis.



A maratona do exame, porta de entrada para o ensino superior em instituições de todo o país e algumas universidades de Portugal, começa no domingo, dia 21, com 3.109.762 pessoas com a inscrição confirmada, menor número desde 2005. Para confirmação, era necessário o pagamento da taxa de R$ 85. As confirmações corresponderam a 77,5% das inscrições iniciais. Ao todo, 68.891 estudantes farão prova no formato digital.

A estrutura e logística da versão digital do Enem são as mesmas do exame tradicional.  São 45 questões de cada área do conhecimento, mais uma Redação – feita a mão também por quem presta o exame digital –, que deverá ser desenvolvida no modelo dissertativo-argumentativo, com um máximo de 30 linhas. A única diferença é que no Enem Digital as provas objetivas serão respondidas em um computador.

O exame do Enem 2021 será aplicado em dois fins de semana distintos, 21 e 28 de novembro. As provas são divididas em quatro conteúdos com questões objetivas e redação. No primeiro domingo, os candidatos têm cinco horas e meia para responder à múltipla escolha, preencher o gabarito, fazer a redação e passar para a folha de respostas. No segundo domingo a duração é de cinco horas.





DESCANSO É ESSENCIAL


Nesta reta final, é muito importante que o estudante conheça o formato e estilo da prova. Outra dica é não virar a noite estudando ou passar a manhã do dia da prova debruçado nos livros e apostilas. Descansar é necessário. "Se você estiver cansado, terá dificuldades de concentração e sairá prejudicado na hora de resolver as questões do Enem", ressalta o professor de Redação e Linguagens Christian Catão.

Segundo o professor, é importante separar os documentos necessários, se alimentar, descansar bem e chegar com antecedência ao local da prova. "Na teoria, essas ações podem parecer simples, mas muitas pessoas as subestimam ou esquecem de sua importância. O ideal é estar no local de prova com uma hora de antecedência para evitar imprevistos e contratempos. Outra dica é evitar estudar ou consumir conteúdos na internet no dia da prova – seja pelo computador ou celular. “Amenize o cansaço mental e o desgaste visual antes do teste”, orienta.

PREPARAÇÃO

Nilo Rodrigues de Magalhães Neto, de 17 anos, se prepara para disputar uma vaga em educação física e, para isso, investe na capacidade de interpretar as questões. “O lance é focar em matérias específicas, primeiro tem que saber bem o básico. O critério de correção não é acertar ou errar, mas ser coerente. Estudar o básico e não aprofundar demais. E saber interpretar as questões”, avalia.





O adolescente já fez outras provas para ganhar experiência e, embora sua prioridade seja ingressar numa universidade pública já tem plano B garantido. "Gostaria de ir para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), mas já passei na PUC (Pontifícia Universidade Católica) e estou matriculado, caso não consiga”, conta. A expectativa dele é otimista em função da experiência adquirida. “Na hora da prova o psicológico pesa um pouco, eu estudava e ficava afobado. Agora estou com outra mentalidade, acho que será um dos melhores”, aposta.

A preparação cuidadosa também sustenta as esperanças de Vitória Alves Buchholz Nogueira, de 17, de ingressar em uma instituição pública para cursar pedagogia. "Desde 2019, eu já era treineira. Agora é pra valer. Optei por pedagogia e meu foco é a UFMG, mas também a UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais), que estão em BH. Já passei na PUC Minas e me matriculei para assegurar a vaga”, conta.

Vitória admite que ainda sente “aquele medinho”, apesar de considerar que está “no caminho certo”. E destaca: “Acho que preparação para o Enem é um processo. Passei 2020 em casa, mas sempre tentava estudar pensando no futuro. Neste ano, montei um cronograma, e meus professores no (colégio) Nossa Senhora das Dores me ajudaram. Pesquisei muito também na internet. Estou me sentindo preparada, fiz simulados na escola”. Ela avalia como “notável” a própria evolução no último ano, mas sabe que o equilíbrio emocional também conta. “Estou indo com confiança, mas tenho que me manter tranquila psicologicamente."




DESAFIOS 

Colegas de turma no Colégio Nossa Senhora das Dores, unidade Pompeia, Ana Júlia Carneiro Bottaro de Morais, Ana Carolina de Aguiar, Sophia de Oliveira Sarmento, todas de 17, e Maria Luiza Marques Menezes, de 18, tentam se equilibrar entre o desejo de garantir uma vaga, a confiança adquirida durante a preparação e a tensão provocada pelo exame.

Ana Júlia quer estudar biomedicina, diz estar tranquila e confiante, mas sabe do desafios a vencer. “Fiz o Enem pela primeira vez em 2020 e não achei difícil, mas extremamente cansativo. Cheguei à exaustão e isso foi o que mais pesou”, conta. Ana Carolina mira o direito em universidade federal, mas “se der na Dom Hélder também está bom”. Ela fez as provas como treineira em janeiro e considera que “ninguém está completamente preparado”. Sophia, que busca uma vaga em educação física, concorda. “Como qualquer outra pessoa, não me sinto completamente preparada. Mas minha escola deu suporte muito bom”, avalia.

Única do grupo que pôde fazer provas como treineira, Maria Luiza deixa escapar a apreensão. "Meu projeto é estudar direito. Não tentei no ano passado porque minha família era de risco na pandemia e não quis me expor. Estou um pouco nervosa, medo de pressão familiar, porque sou a primeira filha e primeira neta. Todos ficam com muita expectativa. Mas meus pais sempre procuram me tranquilizar. Estou centrando em física, matéria em que tenho mais dificuldade. Faço muitos exercícios nesse conteúdo."




Quatro perguntas para...

Janiny Fernanda Santos - professora e coordenadora de redação da rede Chromos de ensino1) 

Já caminhamos para a reta final da preparação para o Enem 2021. O que a senhora sugere como leitura de última hora para os candidatos?
Minha recomendação é: pesquise o que temos de assunto atual. Recentemente a Câmara dos Deputados publicou um resumo com 180 propostas do Legislativo aprovadas por eles durante o ano de 2021. O tema do Enem sempre se relaciona com aquilo de mais relevante e atual, discutido no ano anterior. Então, estudar fontes oficiais e governamentais é o caminho para saber falar sobre qualquer tema que caia.

Além disso, é importante que o candidato faça uma boa revisão do modelo dissertativo-argumentativo é uma dica importante. A cartilha mais recente publicada, em relação à prova de Redação, é a cartilha do Participante Enem: redação 2020.  São informações oficiais que o Inep disponibiliza para os candidatos para se prepararem quanto às regras e escritas. Eu recomendo que os candidatos consultem esse documento. 

Assuntos da atualidade são comumente cobrados, seja na redação ou nos cadernos de humanas e gramática. O que a senhora imagina que pode ser cobrado de forma mais enfática neste ano? A pandemia entra?
Nós sabemos que o Enem não vai se envolver em nenhuma questão que mexa com a sensibilidade do aluno. Assuntos sensíveis, como a pandemia, dificilmente vão aparecer de maneira explícita. As questões que envolvem o contexto de pandemia,  de atualidades, com certeza podem aparecer. 





Sabemos da ansiedade que ronda os candidatos nos dias próximos ao Enem. Como professora, o que a senhora sugere que seus alunos e vestibulandos façam na véspera da prova?
Geralmente, tenho duas recomendações, uma social e uma individual. A recomendação social é: fique próximo de quem você gosta e ama. Se relacione nesta reta final com quem te faz bem, porque se submeter a situações de estresse não vai fazer bem às vésperas de uma prova de mais de 4 horas. Além disso, na perspectiva individual, o candidato precisa saber controlar, principalmente, a respiração. Porque em um momento de tensão, como a de uma prova, o aluno que não souber respirar, com controle de suas emoções, pode ser prejudicado no desempenho. Sempre recomendo aos meus alunos praticar a meditação guiada. 

Por fim, a 'cereja do bolo', qual o palpite da senhora para o tema da redação deste ano?
Não acredito que um tema sensível à sociedade vá cair, de jeito nenhum. Acredito que vai cair um tema que trate do contexto Brasil. Quanto aos eixos temáticos que eu aposto para este ano são: questões econômicas, por ser uma situação que afeta toda a sociedade; agricultura sustentável, pelo Brasil ter retornado, infelizmente, ao mapa da fome; e esporte. Mas acredito que a crise econômica é uma boa aposta. 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Rachel Botelho

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