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Estado de Minas

Que tipo de notícia interessa a Europa neste momento da pandemia?


01/12/2020 16:56 - atualizado 04/02/2021 11:27

A pandemia trouxe uma profunda transformação em várias áreas do mercado de trabalho, inclusive na comunicação. Mas este não é um problema restrito apenas ao Brasil, afinal, situação difícil também se encontra em Portugal, como explica jornalista português.





Francisco Reis/Divulgação
Francisco Reis/Divulgação




O ano de 2020 certamente está trazendo uma série de desafios para todo tipo de profissionais. A pandemia trouxe mudanças nos hábitos das pessoas e nas relações trabalhistas, e a área de comunicação também foi profundamente afetada. Tamanha dificuldade é vista não só no Brasil, mas em Portugal também.





Segundo o partner da Guess What, empresa de comunicação portuguesa, Francisco Chaveiro Reis, neste ano "o mercado da assessoria de imprensa tornou-se mais exigente e desafiante do que nunca. Em Portugal, é cada vez mais difícil conseguir fazer assessoria de imprensa, uma vez que há cada vez menos jornalistas ou jornalistas com cada vez menos tempo. O jornalista que há alguns anos tinha dois ou três dias para fazer uma peça, tem agora menos tempo e tem que escrever para a edição imprensa e online", detalha.





Mas é importante lembrar que a crise no jornalismo não surgiu este ano, apenas foi intensificada com a pandemia. Francisco Reis conta que "desde a crise de 2009 que o jornalismo tem vindo a sofrer. Há menos dinheiro para as empresas fazerem publicidade e há cada vez menos pessoas a comprarem jornais, pelo que isto leva ao despedimento de jornalistas". Pessimista, ele teme que 2021 seja ainda pior para os comunicadores: "Com a pandemia, tornou-se ainda mais normal a prática ilegal de partilhar, via WhatsApp os PDFs dos diversos jornais, descendo ainda mais a compra", completa.





Com essas crises, uma solução encontrada pelos jornais para ganhar dinheiro é o desenvolvimento dos branded content, o que segundo Francisco Reis, é "uma forma de publicidade mesclada com conteúdo editorial relevante e levou a que algumas peças sejam pagas, mas sejam peças pagas na mesma. O modelo ideal atual, passa por fazer assessoria e ao mesmo tempo, fazer um pouco de branded contente". Além disso, outro detalhe é que, com o advento das redes sociais, "as pessoas também começaram a ler as suas notícias fora do jornalismo comum, levando até a acreditar em fontes duvidosas".





Mesmo com um cenário tão obscuro, o jornalista português acredita que sempre há uma maneira de contas boas histórias: "O ser humano gosta de ouvir boas histórias desde sempre e isso não mudou. O que mudou é a forma de fazer chegar essas histórias aos jornalistas, nomeadamente aos portugueses".





Para quem deseja investir na comunicação em Portugal, Francisco frisa que é fundamental "contar com uma empresa já experiente ou com um assessor já estabelecido. Alguém que já tenha relação com os meios, já sabe a quem recorrer. Pode nem sempre ter sucesso, mas sabe qual é a porta certa a que bater. E uma empresa será sempre melhor do que um assessor. Ninguém conhece toda a gente, nem se dá da mesma forma com toda a gente. Se trabalhar com uma agência de comunicação, cada um conhece algumas pessoas e todos juntos, conhecem todo o mundo". Um exemplo disso, ele recomenda, é ler a agenda mediática: "Se o primeiro-ministro português vai falar naquele dia, é melhor esperar pelo dia seguinte para fazermos a nossa comunicação, já que ninguém nos vai ouvir".





Comparando as realidades entre Portugal e Brasil, Francisco Reis salienta que nas terras lusitanas "há menos meios, menos jornalistas e ter sucesso na média pode demorar mais tempo. É preciso trabalhar muito, sem desistir, conseguir pequenas vitórias até conseguir os objetivos, a não ser tenhamos uma mensagem muito forte". Para chegar lá, um conselho de quem entende do assunto: "O trabalho deve ser contínuo e de construção de uma relação com os jornalistas e de notoriedade. Não queremos estar no alto numa semana e depois ninguém se lembrar de nós o resto do ano", finaliza.

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