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Estado de Minas COMBUSTÍVEIS

Combustíveis: moradora de Juiz de Fora corta na alimentação para abastecer

Aumento dos combustíveis: reportagem do EM visitou postos de Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, e conversou com consumidores


23/06/2022 11:00 - atualizado 23/06/2022 19:14

Na Zona Norte de Juiz de Fora, gasolina comum gira em torno de R$ 7,59
Na Zona Norte de Juiz de Fora, gasolina comum gira em torno de R$ 7,59 (foto: Bruno Luis Barros - Especial para o EM)

Os reajustes de 5,18% na gasolina e de 14,25% no diesel para as refinarias, anunciados pela Petrobras na última sexta-feira (17/6), impactam de forma drástica a vida de muitas pessoas. “Já estou a ponto de desfazer do carro, passar a andar a pé e colocar meu filho numa escola mais próxima de casa, já que não terei mais o veículo”, desabafou a servidora pública estadual Mônica Paiva, de 35 anos, em conversa com a reportagem enquanto abastecia no Posto Chalé, no Bairro Alto dos Passos, na Zona Sul de Juiz de Fora.

Conforme levantamento realizado pelo Estado de Minas nessa quarta-feira (22/6), os aumentos da estatal refletiram numa oscilação expressiva dos preços repassados ao consumidor no município. Nesse sentido, o diesel é comercializado de R$ 7,39 a R$ 7,69, dependendo do estabelecimento. Já o etanol pode ser encontrado por R$ 4,89 até R$ 5,69 o litro. A menor variação fica a cargo da gasolina comum - entre R$ 7,59 e R$ 7,69.
“Com esses preços, está muito difícil pra sair de casa. Gasto mais da metade do meu salário apenas com combustível. Hoje, para quem é assalariado, é impossível ter um carro. O único jeito do pobre andar de carro é cortar na alimentação. Foi o que eu fiz. Cortei tudo pela metade, como leite, ovos e carne de boi”, contou Mônica.

Posto Chalé, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul de Juiz de Fora
Posto Chalé, no Bairro Alto dos Passos, Zona Sul de Juiz de Fora (foto: Bruno Luis Barros - Especial para o EM)


Embora com uma realidade financeira um pouco mais favorável, o aposentado Silvério dos Santos Rodrigues, de 89 anos, também afirmou sentir os impactos da escalada dos preços dos combustíveis enquanto abastecia seu automóvel no Posto Vip, no Bairro Francisco Bernardino, na Zona Norte da cidade.

“Não tenho aumento nas minhas aposentadorias de advogado e militar, mas sou obrigado, como muitos, a pagar esses preços abusivos. A sensação é que a tendência é só piorar. A gasolina está cara. Tudo está caro. Por exemplo, eu ainda consigo comer carne, mas tenho muitos amigos que já não compram mais”, refletiu Silvério ao estender sua crítica ao aumento generalizado dos preços nos itens da alimentação.


Tendo o carro como principal meio de transporte, a comerciante Andreia de Barros, de 45 anos, já tentou alternativas para driblar a disparada dos preços. “Tentei usar Uber, mas não deu certo, pois muitas vezes as corridas são canceladas. Por um tempo, meu marido me levava ao trabalho e depois ia para o dele, mas também não funcionou, pois a nossa qualidade de vida estava piorando muito”.

Posto Bonitão, no Bairro Mariano Procópio, Região Central de Juiz de Fora, foi um dos visitados pela reportagem
Posto Bonitão, no Bairro Mariano Procópio, Região Central de Juiz de Fora, foi um dos visitados pela reportagem (foto: Bruno Luis Barros - Especial para o EM)


Segundo Andreia, o gasto semanal com gasolina quase que dobrou. “Há cerca de um ano, eu gastava de R$ 120 a R$ 150 por semana. Agora, olha aí, R$ 288”, mostrou a comerciante, referindo-se ao valor pago nessa quarta-feira no Posto Bonitão, no Bairro Mariano Procópio, Região Central de Juiz de Fora. “Infelizmente, não tem pra onde correr”.
 

'Situação desafiadora', diz Petrobras

 
Ao anunciar os aumentos, a Petrobras disse que tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio. “Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por até 99 dias”.


“Não obstante, quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado. É esse equilíbrio com o mercado global que naturalmente resulta na continuidade do suprimento do mercado brasileiro, sem riscos de desabastecimento, pelos diversos atores: importadores, distribuidores e outros produtores, além da própria Petrobras”, justificou a estatal.
 

Impacto na economia

 
O preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro (alta de 5,18%). Para o diesel, o preço médio subiu de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%). Logo, a mudança deve pressionar ainda mais a inflação, que já está em 11,73% no acumulado de 12 meses.


Como a logística brasileira é fortemente atrelada ao transporte rodoviário, as mercadorias transportadas por rodovia - praticamente tudo o que se consome no país - vão ter o preço aumentado por causa do frete, causando uma reação em cadeia.


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