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Estado de Minas ECONOMIA

Mercado vive expectativa por candidatos à ministro da Economia para 2023

Com aproximação das eleições de 2022, analistas e investidores estão de olho nos nomes articulados por presidenciáveis para o Ministério da Economia


25/10/2021 04:00 - atualizado 25/10/2021 07:09

Rui Costa, governador da Bahia, em um palanque assistindo à desfile
Rui Costa (PT) é um dos nomes cotados para conduzir a Economia em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as mais recentes pesquisas (foto: Manu Dias/GOV.BA - 7/9/15)
A menos de um ano para as eleições, os principais pré-candidatos presidenciáveis já são conhecidos. No entanto, em meio à crise econômica no país, o mercado segue de olho principalmente na equipe que poderá ser escolhida para gerir o Ministério da Economia. Em caso de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), diante do descontentamento do Centrão, especialistas apontam que Paulo Guedes está na corda bamba e dificilmente será escolhido novamente para ficar à frente da pasta.

Nos bastidores, é cedo para traçar conjunturas, mas em um cenário onde Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) seja conduzido ao terceiro mandato, o provável convite ficará na ala petista e pode ser feito ao governador da Bahia, Rui Costa (PT-BA), ou ao ex-ministro do Planejamento e Ministro da Fazenda do Brasil no governo Dilma Rousseff, Nelson Henrique Barbosa Filho – que foi secretário de Política Econômica e secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda no governo Lula, entre 2007 e 2010.

O ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, cotado na disputa pelo Podemos, tem tido conversas com o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido), defensor da terceira via, da responsabilidade fiscal e das reformas tributária e administrativa.

Segundo interlocutores, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), se aproximou de Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e do Planejamento paulista e ex-ministro da Fazenda, um dos criadores da regra constitucional que limita os gastos do governo enquanto chefe da Economia da gestão Temer.

No caso do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB-RS), outro postulante a candidato nas prévias internas do partido, a articulação é com o economista Aod Cunha, coordenador da área econômica da pré-candidatura do tucano ao Planalto que tem explicitado um conjunto de propostas de cunho liberal, mas com “consciência” social.

Ciro Gomes (PDT-SP) tem trocado ideias com articulistas e flertado com os liberais Pérsio Arida e André Lara Resende, dois dos pais do Plano Real, assim como tem mantido contato com os ex-ministros Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser Pereira, e o ex-presidente do BNDES no Governo Temer, Paulo Rabello de Castro (PSD-RJ), além do professor da Unicamp Luiz Gonzaga Belluzzo, defensores do papel do Estado na economia.

Já a eventual equipe do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) para a Economia é uma incógnita.

Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, concede entrevista
O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido), defensor da terceira via, aparece ligado a Sérgio Moro, que pode concorrer pelo Podemos (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press - 20/11/15 )

Responsabilidade fiscal

O diretor-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castello Branco ressalta que os investidores esperam previsibilidade, estabilidade, planejamento e responsabilidade fiscal. “Anseiam por menos tensões. No Brasil, há diagnósticos suficientes. O que falta é a existência de um ambiente político que permita a implementação das medidas necessárias”, defende.

O cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, aponta que Eduardo Leite possui história de responsabilidade fiscal e perfil liberal. Por outro lado, Doria também tem experiência administrativa como governador e resultado positivo na economia em São Paulo.

Lula e Ciro Gomes estariam num perfil intervencionista e estatizante, para ele. “Acredito que Ciro tem experiência administrativa, mas o perfil é estatizante, intervencionista, de esquerda. Mas está mais ligado à responsabilidade do que Lula.”

Um dos desafios de Moro seria o de apresentar suas ideias para a Economia, ainda desconhecidas, defende. “Moro parece mais ligado ao perfil liberal, mas isso não está claro. Precisa debater mais, expor as ideias.”

O mesmo ocorre com Mandetta, ressalta: “Ele parece ter um perfil que tende ao liberal, mas com preocupações sociais. No entanto, os pressupostos econômicos não estão definidos”.

O economista Pérsio Arida gesticula ao conversar com interlocutores
O economista da ala liberal Pérsio Arida tem seu nome ligado ao presidenciável Ciro Gomes (PDT-SP) (foto: Marcos Alves/Agencia O Globo - 2/8/03)


Em 2018, Bolsonaro tinha um rótulo liberal que era Guedes, mas o conteúdo sempre foi estatizante, intervencionista e corporativista, explica.

“Vemos com o que ele tem feito na tentativa de ganhar as eleições, com uma guinada populista e de irresponsabilidade fiscal. O mercado está precificando isso e, em 2022, ele não terá o trânsito que teve em 2018 quando convenceu a Faria Lima que teria perfil liberal.Acredito que é quem vai gerar mais desconfiança no mercado”.

O analista político do portal Inteligência Política, Melillo Dinis, caracteriza Mandetta como um “neófito no mundo da economia”. “Se a base for o União Brasil (DEM %2b PSL), muito provavelmente, terá como eixo econômico as relações tradicionais entre mercado, produção, trabalho e renda, repetindo os últimos 30 anos de crise econômica que, exceto pelo ciclo das commodities, marcou todo o país”.

O cientista político e professor adjunto do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Josué Medeiros, avalia que Doria, Leite, Moro e Mandetta optariam por um líder comprometido com o mercado.

Nomes como o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o ex-Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, se encaixam nesse perfil: “Com esses ministros teríamos mais privatizações e algumas reformas que Bolsonaro não fez, como a reforma administrativa”.


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