Depois de sete meses de retomada das operações, a mineradora
Samarco
conseguiu passar por cima das dificuldades impostas após cinco anos paralisada – desde o
rompimento da barragem de Fundão, em Mariana
, em novembro de 2015 – e garantir números satisfatórios no mercado.
Retomada que só está sendo possível devido ao
processo de recuperação judicial
, que protege a empresa dos credores financeiros. Com isso, a empresa recebeu aprovação da Justiça de Minas Gerais para obter financiamento no valor de US$ 225 milhões.
Renato Pereira, gerente-geral comercial e marketing da Samarco destaca a importância do retorno operacional das atividades da
mineradora
.
“O foco é exclusivamente conseguir garantir a continuidade das nossas operações. Atender os compromissos sociais e ambientais que temos em virtude do rompimento da barragem e ter esse foco, essa proteção judicial para que a gente possa estar focado nessas atividades para conseguir cumprir nossos objetivos econômicos, sociais, impostos, geração de empregos”, disse.
Em sete meses de retomada, a empresa emprega 947 trabalhadores em Minas Gerais, nas mineradoras de Ouro Preto e
Mariana
, na Região Central do estado. Outros 485 trabalhadores são do Espírito Santo, onde fica o porto da empresa. A Samarco também conta com 1.500 fornecedores e 5.600 empregos indiretos.
Com relação à produção, a mineradora acumulou 4,4 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas neste ano. São 47 navios embarcados em Anchieta (ES) com destino a todo globo – mais de 17 países.
Números da Operação Samarco até 30/07:
- 47 navio embarcados
- Atendendo os seguintes continentes: América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia (Incluindo China, Oriente Médio e Sudeste Asiático), África (Norte)
- Clientes em 17 países
- Vendas para o Brasil, apoiando a cadeia de produção de aço nacional
- 4,2 milhões de toneladas vendidas
- 4,4 milhões de toneladas produzidas
“Nossa operação voltou de forma completamente segura e estável, que era nosso maior objetivo”, afirmou o gerente-geral.
Segurança sem barragem
A barragem da Samarco, que se rompeu na tarde de 5 de novembro de 2015, provocou 19 mortes. Além de destruir casas, o mar de lama devastou o Rio Doce e atingiu o oceano no Espírito Santo. O desastre foi causado pelo método “a montante”. Hoje, segundo a empresa, esse método não é mais utilizado – a empresa garante que não utiliza mais barragens.
“Não utilizamos mais a barragem a montante. A gente implementou uma forma de filtragem de rejeitos: a gente filtra esse material, deságua e empilha. Ou seja, não vai mais para a barragem. Uma parcela menor, que é 20% do rejeito, é hoje disposta no que chamamos de ‘cava’ contido naturalmente por rochas, então não tem nenhum barramento. O restante, que é 80%, é empilhado”, explicou Renato.
“Segurança acima de tudo no operacional. A Samarco se empenhou ao longo dos últimos anos num projeto que chamamos de prontidão internacional onde toda empresa fez toda verificação de todos os processos operacionais e corporativos para garantir um retorno estruturado. Temos o que tem de mais moderno em monitoramento. Sem nenhuma pressão de acelerar e produzir mais”, afirmou. “Com muita alegria que hoje, depois de sete meses, a gente confirma que conseguiu fazer isso”, acrescenta.
Financiamento
A Samarco recebeu aprovação da Justiça de Minas Gerais para obter novo financiamento no valor de US$ 225 milhões. A autorização para o empréstimo foi dada pela 2ª Vara Empresarial de Belo Horizonte que reconheceu a necessidade da empresa por recursos que garantam sustentação das suas operações ao longo do processo de recuperação judicial que está em curso desde abril deste ano.
O empréstimo foi aprovado via 'DIP Financing', uma linha de financiamento específico para empresas em recuperação judicial.
Desde 23 de dezembro de 2020, quando retomou sua produção, a Samarco tem operado com 26% da sua capacidade total e, de acordo com o seu plano de negócios, não deve atingir sua plena capacidade produtiva até 2030.
"Temos retomado nossas operações passo a passo e sabemos que temos um longo caminho para percorrer, mas faremos isso sem pressão para acelerar a operação mais do que devemos", disse o gerente-geral comercial, Renato Pereira.
Mercado e comércio
A Samarco produz
minério de ferro
com mais de 40 anos de relacionamento comercial. Ricardo comemora que os clientes sempre acompanharam a empresa mesmo no período de interrupção de operação.
“Conseguimos manter os contatos sempre vivos para que na hora do retorno fosse suportada pelo mercado, e foi. Estamos tendo sucesso nesse reentrada no mercado, muito felizes, com um passo-a-passo, um passo de cada vez”, disse.
Daqui pra frente
A empresa espera que no próximo semestre haja a consolidação da atividade operacional.
“Os números são muito positivos, muito estáveis. A Samarco era reconhecida no mercado por conseguir implementar seus projetos de uma forma muito suave, muito adequada, muito estável. Mesmo depois de cinco anos parado, o retorno da Samarco foi e tem sido muito estável”, elogia o executivo.