Dos lojistas entrevistados, 68,2% revelaram que as vendas neste ano foram menores do que as do Natal do ano passado. O menor movimento já era aguardado por boa parte dos comerciantes e apenas 37,5% reportaram que o resultado ficou aquém das expectativas.
A pandemia de COVID-19 e as medidas de isolamento para contê-la na capital foram apontadas para explicar o baixo desempenho comparado a 2019, tendo em vista que a maioria da população ainda não se sente segura para realizar compras em estabelecimentos físicos de ruas e shoppings.
Para o presidente da CDL-BH, Marcelo Souza e Silva, com a crise sanitária, suas consequências nas finanças das pessoas e o receio com o desemprego, a população direcionou a maior parte de sua renda para a compra de bens essenciais, como alimentos e produtos de higiene, evitando o consumo de bens de maior valor e o endividamento.
“Em um balanço geral, concluímos que o auxílio emergencial, a Black Friday e as estratégias adotadas pelos lojistas, como promoções e vendas on-line, foram essenciais para que o varejo não amargasse ainda mais prejuízos”, constata.
Para 27,5% dos entrevistados, as vendas foram melhores do que no ano passado, o que pode indicar, segundo a CDL, um ajuste, nesses estabelecimentos, ao comportamento do consumidor, que, além da opção por presentes de menor valor, tem preferido cada vez mais o comércio eletrônico, uma tendência já observada na Black Friday, que aconteceu no final de novembro.
A pesquisa também apurou fatores que para os comerciantes foram importantes para as vendas na data. O atendimento de qualidade foi destacado por 26,9%, enquanto 23,1% citaram o auxílio emergencial pago pelo governo federal. Promoções e ofertas (19,2%), compras on-line (8%), divulgação do produto (7,7%) e décimo-terceiro salário (4%) também foram apontados pelos lojistas como essenciais para alavancar o consumo e atrair os clientes.
A pesquisa da CDL-BH ouviu 180 comerciantes da capital entre os dias 26 e 28 de dezembro.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.