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Estado de Minas DATA ESPECIAL

Dia das Mães: com lojas fechadas, comércio digital é alternativa

Dos pequenos aos grandes, marcas apostam na divulgação e vendas pela internet e redes sociais para tentar garantir parte do faturamento da data


postado em 06/05/2020 18:59 / atualizado em 08/05/2020 11:03

(foto: Chris Graythen/AFP)
(foto: Chris Graythen/AFP)
O comércio digital deve marcar o Dia das Mães deste ano diante das regras de isolamento social impostas pela pandemia do novo coronavírus. Pequenos, médios e grandes negócios tentam garantir parte do faturamento da segunda data mais importante do ano para o comércio brasileiro divulgando e vendendo pela internet. Isso pode significar uma expansão do segmento on-line, ainda que menos brasileiros devam ir às compras em 2020 em comparação com os anos anteriores. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), as vendas pela internet cresceram em média 30% desde a implementação da quarentena. 
 
A loja de acessórios e kits personalizados Espaço Balão, de Belo Horizonte, percebeu um aumento significativo das vendas eletrônicas de presentes para o Dia das Mães deste ano. A marca tem um escritório no bairro Floresta, na Região Centro-Sul da capital, e divulga e vende os produtos quase que exclusivamente pelas redes sociais e aplicativos de mensagem.
 
“Desde a Páscoa já estamos vendo esse aumento. Agora, para o Dia das Mães, estamos com entrega marcada até sábado. Em virtude de o comércio estar fechado, a gente está tendo um número maior de clientes”, conta Mariângela Cunha, responsável pelo marketing da empresa. 
 
Mariângela acredita que o diferencial para a data está na personalização dos presentes, com a gravação do nome das mães nos produtos, por exemplo. Ela ainda diz que a pandemia de coronavírus fez com que redobrassem os cuidados com o manuseio e as entregas dos itens. “A própria equipe que está fazendo as entregas, não estamos contratando empresas terceirizadas”, afirma. 

Grandes marcas

O foco nas vendas pela internet também é a aposta das grandes marcas para o Dia das Mães deste ano. A rede de drogarias Araújo ainda conta com 98% das lojas abertas em todo o estado de Minas Gerais, por ser considerada fornecedora de serviço essencial. Porém, a empresa não deixou de focar na divulgação dos meios de venda digital, para tentar driblar a provável queda nas vendas com o isolamento social.

 

A marca oferece ao cliente a opção de comprar pelo site, aplicativo ou televendas. Nesse caso, o produto é entregue na casa do consumidor, de carro ou moto. Outra possibilidade é comprar remotamente e escolher uma loja para retirar o produto. Para o Dia das Mães deste ano, a Araújo aposta em produtos que já estavam no portfólio da marca, como o dermocosméticos. E um novo serviço: entrega de flores, disponível também online. 

 

Segundo o líder de e-commerce da Araújo, Thiago Rocha, o segmento online da marca já cresceu em torno de 200%. Ele aponta que em parte por causa da pandemia, mas também porque as vendas remotas são uma estratégia da empresa há algum tempo. “Existe uma boa expectativa para este Dia das Mães, especialmente no digital, para suprir a demanda do cliente que quer presentear”, afirma Rocha. 


A rede de franquias de perfumaria O Boticário fortaleceu os canais de comércio digital para garantir parte das vendas da data. O cliente pode comprar na loja virtual ou entrar em contato com uma revendedora no site da marca, bem como adquirir o presente no aplicativo.

 
Outra possibilidade é pelo aplicativo de mensagens Whatsapp, no qual um atendente virtual encaminha o consumidor para um consultor da loja mais próxima. O sistema está disponível em Belo Horizonte e cidades de outros 17 estados. Os produtos são entregues em domicílio. 
 
Segundo o Boticário, todas as lojas da franquia em Belo Horizonte estão fechadas, mas algumas no interior de Minas Gerais já reabriram e estão funcionando em horários alternativos. A gerente regional da empresa na região Sudeste, Fernanda Reis, acredita que as vendas on-line são uma das opções para driblar a crise. “Temos visto muita gente optar pelo meio para não deixar de presentear”, afirma. A gerente diz que a empresa está otimista para o Dia das Mães, mas vê a crise do coronavírus como um momento “bastante desafiador” para o varejo.

Estratégias 

A estratégia da rede de franquias de chocolate Kopenhagen para a data é parecida. Segundo a empresa, todas as lojas estão fechadas. Com isso, as vendas estão sendo feitas apenas pelo delivery de cada unidade ou pelo site da marca. Os aplicativos de entrega Rappi e Ifood também são uma alternativa. “Queremos incentivar os consumidores, mesmo com a distância atual, a adoçar o dia da personagem mais importante da nossa família”, afirma Maricy Porto, diretora de marketing do Grupo CRM, controlador da marca Kopenhagen.
 
A rede de conveniência Lojas Americanas também aposta na divulgação dos canais de venda digital para garantir o faturamento no Dia das Mães. Um dos serviços do tipo que a marca oferece no site permite ao cliente inserir um CEP e escolher a loja mais próxima, para ir buscar o produto ou receber no endereço informado. O consumidor também pode consultar a disponibilidade da entrega com o endereço e é direcionado para ser atendido no Whatsapp da loja mais próxima.
 
Outro estímulo para comprar pela internet é o chamado sistema de cashback, no qual o cliente recebe parte do dinheiro de volta em compras online. No caso da Americanas, quem compra pelo aplicativo Ame Digital pode receber até 10% do valor de volta.

Itens preferidos

Segundo um levantamento da startup de tecnologia Behup, 82% dos filhos que pretendem presentear as mães este ano pensam em comprar pela internet. O estudo prevê que os produtos mais vendidos serão perfumes, roupas, chocolates, flores e acessórios. De acordo com a empresa, as vendas de Dia das Mães no comércio on-line deste ano devem superar os R$ 2,2 bilhões do ano passado. A explicação seria a importância extra que o dia ganha com o isolamento social imposto para conter o coronavírus. 
 
O cenário de distanciamento pode ser favorável para as vendas na data. A avaliação é do gerente nacional de competitividade do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Cesar Risette. “O coronavírus não mudou a importância da demonstração de afeto com as mães, ao contrário, com o distanciamento essa experiência ganhou ainda mais relevância. O que mudou é a forma como esse presente pode ser adquirido e entregue”, afirma. Rissete pensa que os negócios que se prepararem para oferecer comodidade e segurança nas compras pela internet saírão na frente na competição pelo consumidor. 
 
Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) também aponta que o comércio digital deve ser a alternativa para este Dia das Mães. No levantamento, 53% dos entrevistados citaram a internet como meio de compra preferencial. As lojas de bairro ou rua reuniram 49% das respostas. A pesquisa também concluiu que o gasto médio com os presentes este ano será de R$ 188, o que pode representar um faturamento total de R$ 20,2 bilhões para o comércio.
 
Apesar das expectativas de salvar o faturamento com as vendas on-line, o número de brasileiros que devem comprar no Dia das Mães vai ser o menor em três anos. O levantamento da CNDL/SPC aponta que 68% dos brasileiros devem presentear as mães em 2020. Nos anos anteriores, esse índice superou os 70%. De acordo com as entidades, isso é reflexo da crise econômica provocada pela pandemia e a queda da renda familiar, por consequência. 
 
Entre quem não vai presentear este ano por estar desempregado, não ter dinheiro ou não podem encontrar a mãe, 77% dos entrevistados afirmaram que a pandemia é o principal motivo para isso. Já entre quem vai comprar presentes, 45% vão gastar menos do que no ano passado. A crise provocada pelo coronavírus impactou a decisão de 88% desse grupo. 
 
*Estagiário sob supervisão do editor Bruno Furtado 


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