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Estado de Minas

Petróleo continua em queda e já 'vale menos do que uma pizza'

No início da tarde desta terça-feira, o barril americano estava a 4,39 dólares, depois de passar a maior parte da sessão no negativo


postado em 21/04/2020 15:31 / atualizado em 21/04/2020 16:03

(foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)
(foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)

A agitação no mercado petroleiro, que despencou pela falta de demanda decorrente da pandemia de coronavírus, persistiu nesta terça-feira (21), depois que, nos Estados Unidos, os produtores tiveram de pagar para vender.


Este quadro arrastou as bolsas europeias nesta terça. Assim, Frankfurt perdia 3,99%; Paris, 3,77%; Londres, 2,96%; Milão, 3,59%; Madri, 2,88%.


"Ontem, alguns achavam que (a queda dos preços do petróleo) poderia afetar apenas o contrato de maio", ou seja, as entregas de cru confirmadas para este mês.


Isso parecia apontar para "fatores técnicos", para "liquidar rapidamente reservas acumuladas", explicou à AFP o analista Alexandre Baradez, da IG France.


"Desde o início do contrato de junho (que começou a ser cotado nesta terça), porém, observamos movimentos (de queda) igualmente importantes", acrescentou o especialista.


Às 13h (horário de Brasília), o barril de Brent do mar do Norte para entrega em junho perdia 25,58%, a 19,02 dólares em Londres, após ter chegado a 18,10 dólares durante a sessão. Foi seu valor mais baixo desde dezembro de 2001.


Já o West Texas Intermediate (WTI) americano para entrega em maio (último dia de cotação) estava a 4,39 dólares o barril, depois de passar a maior parte da sessão no negativo. Chegou a cair em torno de -10 dólares. Na segunda-feira, fechou a -37,63 dólares.


"Nunca pensei que seria possível que o petróleo americano chegasse a valer menos do que uma pizza, ou uma fatia de pizza", disse Jameel Ahmad, chefe de estratégia de divisas e pesquisa de mercado na FXTM.


"Era impensável, mas se tornou realidade para os operadores que o preço do cru americano fosse negativo pela primeira vez na história", completou Ahmad.


O próximo contrato de WTI, para entrega em junho, e que será o ponto de referência a partir de quarta, retrocedia 38,82%, a 12,50 dólares. Começava a se recuperar, após cair até um mínimo de 11,60 dólares.


O mercado vem caindo há várias semanas.


Os preços negativos fazem os operadores terem de pagar para encontrar compradores que fiquem com o petróleo fisicamente. Esta é uma tarefa complicada no momento em que quase não há capacidade de armazenamento pela queda da demanda.


Nesta terça, vários países-membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reuniram por videoconferência, para analisar a "situação dramática" do mercado de cru.


Durante esta conferência "informal", os participantes "reiteraram seus compromissos para ajustar a produção de petróleo", segundo os termos do acordo firmado em 12 de abril passado - ainda insuficiente.


Hoje, a Arábia Saudita declarou que acompanha de perto a evolução do mercado de petróleo e que está pronta para adotar "qualquer medida adicional".


- Trump quer plano para setor do petróleo


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou nesta terça que seu gabinete elabore um plano de emergência para ajudar a indústria do petróleo e de gás.


"Nunca deixaremos quebrar o nosso grande setor americano de petróleo e gás", prometeu o presidente em um tuíte.


Na publicação, Trump anunciou que os departamentos de Energia e o Tesouro americano têm a missão de "colocar fundos à disposição para que essas empresas muito importantes e os empregos (gerados por elas) sejam mantidos no futuro".


O petróleo é vítima da queda do consumo por causa das medidas que reduziram a mobilidade em todo o mundo, como forma de combater o novo coronavírus. No entanto, sua produção está mantida, em um mercado que antes mesmo da crise já estava sobrecarregado.


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