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Estado de Minas

Coronavírus: floricultores mineiros vivem crise sem precedentes

Cancelamento em massa de eventos e fechamento das floriculturas ameaça negócios em toda a cadeia


postado em 06/04/2020 18:28 / atualizado em 06/04/2020 18:56

Muitos floristas estão falindo em razão das baixas vendas e da perda da produção(foto: MARCO BERTORELLO / AFP)
Muitos floristas estão falindo em razão das baixas vendas e da perda da produção (foto: MARCO BERTORELLO / AFP)
 

Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com mais produtores de flores. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), no total são mais de 500 pessoas cultivando cerca de 2,5 mil hectares com 160 variedade de flores de corte e de vaso. O trabalho, entretanto, perdeu o mercado consumidor ativo com a pandemia do coronavírus.

Apesar de a paralisação do comércio e o isolamento social serem importantes para evitar a propagação da COVID-19, essas medidas trouxeram estagnação para os produtores e distribuidores de flores. "Houve cancelamento em massa de eventos, como aniversários, casamentos e festas empresariais, e os pedidos foram cancelados. Além do mais, não tem como abrir as feiras", conta o presidente da Associação de Distribuidores e Produtores de Flores de Minas, Flávio Vieira.

Além da falta de atividade comercial, o prejuízo consegue ser ainda maior, já que as flores são perecíveis, ou seja, sofrem degradação rápida. Segundo Viera, um produtor sem uma câmara fria consegue manter uma flor viva por, no máximo, cinco dias. "Tem alguns produtores que já ‘passaram máquina’ na produção pois simplesmente quebraram e não têm a mínima condição de voltar ao mercado. Tudo isso por causa do alto prejuízo”, relata Flávio.


Conforme o presidente da Associação de Distribuidores e Produtores de Flores de Minas Gerais, os floristas que tinham uma reserva financeira estão "“segurando o mercado". Entretanto, ele diz acreditar que o consumo de flores volte ao normal a partir da segunda quinzena de julho. Muitos produtores não vão aguentar esse período. Então, a gente vai ter muito mais desempregados”, completa.

Flores em casa

Em uma tentativa de reduzir as perdas do setor, a Associação de Distribuidores e Produtores de Flores de Minas Gerais criou uma campanha para as pessoas consumirem mais flores em casa. Apesar do sucesso inicial, a iniciativa perdeu força com o fechamento do comércio. "Com as floriculturas fechadas, o consumidor não tem onde comprar", conta.

O proprietário da produtora de flores Dona Dinda, que distribui em todo o estado, Fábio Tsutsumi, afirma que a solução para a crise passa pela reabertura das floriculturas. "Acho que devia ter liberação, assim como dos supermercados, farmácias, postos de combustíveis etc. Mas sem aglomerações", explica.

“Vamos precisar recorrer a financiamentos para cobrir pagamentos de funcionários, insumos e gastos diários da fazenda”, completa Tsutsumi.

*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa 


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