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Estado de Minas

Dólar bate recorde e Bovespa desaba

Mercado reage ao surgimento do primeiro caso no Brasil e Bolsa fecha com queda de 7%, diante da incerteza da doença


postado em 27/02/2020 04:00 / atualizado em 27/02/2020 09:18

Pregão na Bolsa de Valores de São Paulo foi marcado pelo nervosismo e fechou com retração nas ações de companhias aéreas e exportadoras(foto: Miguel Schincariol/AFP )
Pregão na Bolsa de Valores de São Paulo foi marcado pelo nervosismo e fechou com retração nas ações de companhias aéreas e exportadoras (foto: Miguel Schincariol/AFP )

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu em queda na quarta-feira de cinzas e o principal índice de lucratividade, o Ibovespa, fechou com desvalorização de 7%, aos 105.718 pontos. O dólar subiu 1,12%, cotado em R$ 4,44, renovando o recorde histórico. Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 10,75%. O euro comercial fechou o dia vendido a R$ 4,85, com alta de 1,43%. O movimento repercutiu a desvalorização das principais bolsas do mundo, na segunda e na terça-feira, quando o Brasil estava com mercado fechado por conta do feriado de carnaval.
O tombo já era esperado pelos analistas, justamente por se tratar de um ajuste às quedas globais, motivadas pelo avanço do coronavírus fora da China. As ações das companhias aéreas, principais afetadas pelo cancelamento de voos, por conta da epidemia, foram as mais afetadas. Os papéis da Gol despencaram 14,67% e os da Azul caíram 13,17%. Ativos mais negociados da B3, os papéis da Petrobras caíram 10% os preferenciais e 9,95%, os ordinários. As ações da Vale também sentiram o tombo, depois de um navio da empresa encalhar com milhares de toneladas de minério de ferro na costa do Maranhão. As ações da mineradora caíram 9,54%.
Durante o feriado, as ADRs, principais ações de empresas brasileiras negociadas na Bolsa de Nova York, já davam o tom de que o pregão de ontem seria de grande queda. As ADRs da Petrobras fecharam a terça-feira em queda de 1,99% (ante 7% na véspera), as da Vale, -2,37% só na terça, e as da Oi, (-4,27%). O EWZ (iShares MSCI Brazil), maior fundo de índice (ETF), que replica as variações dos preços das ações mais negociadas na bolsa brasileira, caiu 1,41% na terça-feira ante recuo de 4,99% na segunda-feira.
Para tentar conter o avanço do dólar, o Banco Central (BC) vendeu, nos primeiros minutos de negociação, US$ 500 milhões em contratos de swap cambial – que equivalem à venda de dólares no mercado futuro – e anunciou um leilão de US$ 1 bilhão para hoje. Mesmo assim, os anúncios foram insuficientes para segurar a alta do dólar, que, para alguns especialistas pode passar de R$ 4,50 no curto prazo.
Para Davi Lelis, assessor de investimentos da Valor, o pânico do mercado mundial no início da semana foi absorvido ontem pela Bolsa brasileira. “Há mais casos agora fora da China do que lá. Também está no radar a descoberta do primeiro caso no Brasil. Apesar disso, acreditamos que o impacto negativo na Bolsa não será de longo prazo”, afirmou.
No curto prazo, no entanto, a atenção deve ser redobrada, segundo o especialista. “Não sabemos o que vai acontecer daqui para frente, por conta do efeito do carnaval, muita aglomeração de pessoas. E tem que ver período de incubação e manifestação de sintomas”, detalhou. 

Reação As bolsas da Europa fecharam em alta ontem à exceção de Frankfurt. Após fortes quedas nesta semana, em resposta à rápida disseminação do coronavírus pelo Velho Continente, o tom dos mercados foi de recuperação no pregão de ontem, mesmo que parcial. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em leve alta, de 0,02%, perto da estabilidade, aos 404,62 pontos. O coronavírus segue em foco. 



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