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Estado de Minas AGRONEGÓCIOS

Embrapa inova para substituir transgênicos

Usar a edição genômica para produzir soja resistente à seca e reduzir o escurecimento do feijão e certificação de carne carbono neutro são apostas das pesquisas da empresa


postado em 23/12/2019 04:00 / atualizado em 23/12/2019 08:19

Confirmado como presidente da empresa de pesquisa, Cezar Luiz Moretti prevê agenda robusta para o ano que vem (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Confirmado como presidente da empresa de pesquisa, Cezar Luiz Moretti prevê agenda robusta para o ano que vem (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Após seis meses interinamente à frente da presidência da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o pesquisador Celso Luiz Moretti foi confirmado na última semana como titular do cargo pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Moretti adiantou que em 2020 a empresa vai continuar com “uma agenda robusta”, e neste sentido três frentes terão prioridade.

Uma delas, a edição genômica permite, por meio das chamadas tesouras genéticas, editar o DNA de plantas, animais e micro-organismos. Os pesquisadores querem tornar a soja adaptada à seca e também resistente a uma praga chamada hematoide, uma espécie de verme que ataca a raiz e mata a planta.

A mesma técnica também é usada para reduzir o problema do escurecimento do feijão. “Acredito que essa tecnologia substituirá os transgênicos. Isso vai impactar na questão de barreiras a alimentos que hoje, por exemplo, não conseguem chegar à Europa por causa da transgenia”, avaliou, em entrevista à Agência Brasil.

Ainda entre as novidades do próximo ano está o início do processo de certificação e comercialização de produtos com a marca-conceito carne carbono neutro (CCN). Isso garante que os animais que deram origem ao produto tiveram as emissões de metano entérico – gás produzido na digestão dos ruminantes e eliminado pelo arroto dos bichos – compensadas durante o processo de produção pelo crescimento de árvores no sistema.

A empresa calculou a quantidade de gases que as vacas produzem durante seu ciclo de cria, recria e engorda – prejudiciais ao meio ambiente – e chegou à conclusão de que, quando animais de corte ou de leite são criados em meio a lavoura e árvores, o CO2 e o carbono do meio ambiente são totalmente neutralizados.
 
 
Plantação de soja: além de resistente à seca, pesquisadores querem desenvolver planta imune a hematoides que atacam a raiz e matam a planta(foto: Faemg/Divulgação)
Plantação de soja: além de resistente à seca, pesquisadores querem desenvolver planta imune a hematoides que atacam a raiz e matam a planta (foto: Faemg/Divulgação)

Agricultura digital


 Outra prioridade do próximo ano é o investimento em agricultura digital. “A gente utilizará mais drones, mais sensores, mais internet das coisas para que a agricultura brasileira avance a passos mais largos e mais rapidamente”, explicou.

Moretti admitiu que, diferentemente de países como a China, que apresenta cobertura de internet em 95% de seu território, no Brasil, só 65% das localidades estão conectadas pela rede mundial de computadores. O otimismo vem da aprovação, este mês, pelo plenário da Câmara, do Projeto de Lei (PL) 1.481/07, do Senado, que permite o uso de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) na área de telefonia móvel.

De acordo com o texto, que ainda precisa de nova votação no Senado, fica definido que o objetivo do Fust, que arrecada R$ 1 bilhão anualmente e já tem acumulados R$ 21,8 bilhões, praticamente não utilizados para investimentos no setor de telecomunicações, é estimular a expansão, o uso e a melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações para reduzir desigualdades regionais. Também poderá ser usado para o uso e o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade.

Programas e projetos para serviços de telecomunicações e políticas para inovação tecnológica de serviços dessa natureza, nos meios rural e urbano, contarão com recursos do fundo para melhorar o acesso em regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e sem viabilidade econômica.

Currículo 


Engenheiro-agrônomo, Moretti é pesquisador da Embrapa desde 1994, quando foi contratado para atuar no Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Embrapa Hortaliças, unidade que chefiou entre agosto de 2008 e março de 2013. Também atuou na sede como chefe do então Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD), de abril de 2013 a julho de 2017, e depois como diretor de P&D a partir de julho de 2017 – cargo que estava acumulando como presidente interino.



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