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Estado de Minas COMéRCIO INTERNACIONAL

EUA e China confirmam etapa inicial de acordo

Tarifação das importações chinesas será retirada nessa 1ª fase que foi acertada, em troca de aumento das compras em solo americano. Relações com o Brasil se manterão


postado em 14/12/2019 04:00

Exportações de soja e de carnes do Brasil para o país asiático devem seguir sem alterações após pontapé do acordo(foto: Monsanto/Divulgação %u2013 31/1/14)
Exportações de soja e de carnes do Brasil para o país asiático devem seguir sem alterações após pontapé do acordo (foto: Monsanto/Divulgação %u2013 31/1/14)


Autoridades da China informaram ontem que chegaram a um acordo com os Estados Unidos (EUA) sobre a “fase 1” de um acordo comercial bilateral. Durante entrevista coletiva em Pequim, o vice-ministro do Comércio, Wang Shouwen, afirmou que os dois lados concordaram em fechar “o mais rápido possível” os procedimentos para revisar legalmente o pacto, para que ele então possa ser firmado. As autoridades chinesas qualificaram o anúncio como um “grande avanço” no diálogo.

Com base na negociação, os EUA devem retirar tarifas sobre produtos chineses em fases. As novas tarifas previstas para entrar em vigor no dia 15 não mais serão levadas adiante, informaram fontes envolvidas na tentativa de acordo comercial. Além disso, parte das tarifas americanas existentes já serão retiradas na “fase 1” do acordo.

A China informou que houve concordância em avançar na cooperação comercial, o que será benéfico para os dois países. “Saudamos a entrada de serviços e produtos de qualidade dos EUA”, disse uma das autoridades presentes na coletiva. Pequim prometeu importar mais serviços e produtos americanos, citando especificamente o setor agrícola, do qual prometeram contratar “grandes compras” e disseram que há complementariedade entre as duas economias.

O pacto comercial entre americanos e chineses não vai afetar a importação de soja e carne do Brasil pelo país asiático, segundo o cônsul-geral da China no Rio de Janeiro, Li Yang. O diplomata disse ontem que o acordo entre China e EUA, também anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, não vai afetar a relação bilateral sino-brasileira.

“Pessoalmente, não acho que a negociação entre a China e os Estados Unidos vai ter uma relação com o Brasil. Tenho toda a confiança no relacionamento entre Brasil e China em todas as áreas”, disse o cônsul, após participar do seminário “O futuro da parceria estratégica global China-Brasil”, na Fundação Getulio Vargas (FGV). O acordo entre China e Estados Unidos prevê que Pequim compre grandes quantidades de produtos agropecuários americanos. Para Li Yang, no caso da indústria de carne, as exportações brasileiras para a China não são maiores por questões ligadas à logística e ao sistema de refrigeração do produto: “Podemos investir para melhorar a condição dos frigoríficos”.

Outros parceiros 

O governo chinês informou que o acordo comercial com os EUA ajudará a impulsionar a confiança nos mercados globais, e ressaltou que não haverá ameaça aos interesses de outros parceiros comerciais da potência asiática. Além de recuar em tarifas, os americanos aumentarão isenções para produtos chineses, informou Pequim.

As autoridades presentes na coletiva não detalharam os termos do acordo já fechado. Segundo uma delas, o documento terá de passar por procedimentos legais, revisões, traduções e outras etapas, para então ser detalhado e assinado pelos líderes dos dois países.

A China sinalizou, ainda, que um acordo comercial preliminar com os EUA ainda precisa ser concluído, apesar da aprovação do presidente Donald Trump, mostrando a imprevisibilidade de um processo de negociação que abala os mercados financeiros mundiais desde meados do ano passado, segundo o jornal The Wall Street Journal.

Taxação 

Trump deu seu aval à chamada “fase 1” de um pacto comercial que vai retirar tarifas impostas a importações chinesas e cancelar nova tarifação que entraria em vigor amanhã, em troca de uma promessa de Pequim de comprar dezenas de bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA, entre outras concessões, segundo relatos da mídia americana e britânica.

Embora Trump tenha ficado “animado e entusiasmado com esse avanço”, segundo Michael Pillsbury, assessor do presidente durante as negociações, o humor em Pequim é definitivamente mais moderado. Nenhum dos órgãos de imprensa estatais ou agências econômicas da China envolvidos no diálogo sino-americano fez comentários públicos ontem sobre o acordo endossado por Trump.

Em coletiva de imprensa semanal, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hua Chunying, comentou ontem apenas que notícias sobre um acordo ajudaram a impulsionar as bolsas de Nova York e europeias. Os rumores também deram força aos mercados chineses. No entanto, Hua não confirmou a existência de um pacto e disse apenas que “qualquer acordo deve ser mutuamente benéfico”.


Repercussão nas bolsas

‘Os contratos futuros do cobre recuaram ontem após a cautela com a finalização da chamada “fase 1” do acordo comercial entre Estados Unidos e China ter prevalecido no mercado de metais. O preço do cobre para março caiu 0,55%, a US$ 2,7810 a libra-peso, na Comex, divisão de metais da Bolsa de Valores de Nova Iorque (Nymex), mas registrou alta semanal de 2,06%. Já o cobre para três meses teve queda de 0,41%, a US$ 6.130 a tonelada, no mercado de Londres (LME), com avanço de 2,34% na semana. O exterior operou com volatilidade durante a manhã, à medida que eram divulgadas informações sobre a guerra comercial sinoamericana. O cobre se valorizava, após a notícia de ontem de que Washington e Pequim haviam chegado a um entendimento, mas passou a cair após um tuíte do presidente americano, Donald Trump. O líder da Casa Branca criticou uma reportagem do Wall Street Journal sobre a retirada de tarifas à China.
 


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