Técnicos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) fizeram um monitoramento de empresas mineiras cadastradas no Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), na terça-feira e ontem. Durante as visitas, os técnicos acompanharam os resultados de empresas cadastradas e buscaram bons exemplos para replicar em outras regiões do país. O programa é uma parceria entre a CNI e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Na quinta edição da iniciativa, que começou em 2016 e vai até 2020, estão sendo investidos R$ 2,2 milhões em 291 empresas mineiras, que participam de 14 projetos. O estado concentra a maior parte das empresas do convênio, com 13% das 2.230 indústrias participantes em todo o país.
Segundo a coordenadora do Procompi, Valentine Braga, a visita a Minas foi “muito proveitosa”. “Os projetos estão bem encaminhados e os empresários atendidos se mostraram satisfeitos e otimistas. Avaliam que, de fato, o Procompi vai gerar ganhos de competitividade”, afirma. Segundo a coordenação do programa, os resultados positivos de Minas se devem à coordenação entre a CNI, o Sebrae e a Fiemg.
A parceria apoia as micro e pequenas indústrias, bem como o micro empreendedor individual (MEI), oferecendo consultorias para redução de custos, aumento de produtividade, vendas e eficiência no fornecimento energético. Segundo a CNI, a produtividade das empresas de Minas apoiadas pelo Procompi chega a dobrar. De acordo com dados preliminares da iniciativa, houve uma alta de 74% no faturamento de empresas de metalmecânico em Itajubá. Além desse tipo de indústria, também são atendidos setores como o de panificações, TI, reparação de veículos, cachaça, construção civil, eletroeletrônico e cerâmica. A maior parte (80%) das ações programadas para Minas Gerais já foi concluída.
Segundo a área técnica da CNI, 93% das indústrias brasileiras são de micro e pequeno porte. "Depois de um longo período de crise, as micro e pequenas empresas registram os primeiros sinais de recuperação", analisa a confederação.
A CNI afirma que, depois das consultorias do Procompi, as empresas reduziram a dependência de intermediários e criaram um canal de vendas diretor com o consumidor final. Ainda de acordo com a confederação, o volume de negócios teve uma alta de 64%, enquanto o faturamento cresceu 56%. Além disso, o apoio teria resultado na criação de 85 postos de trabalho. Para aumentar a eficiência, as empresas tiveram que adaptar os processos de produção, com especial atenção para a redução de perdas e custos.
Em comunicado, a CNI dá como exemplo de atuação do Procompi a transformação de Santa Rita do Sapucaí, no Sul do estado, de um polo agropecuário em um dos maiores centros de desenvolvimento do setor de eletroeletrônicos do país. De acordo com a confederação, foram instaladas 150 empresas na região, que exportam para 41 países. A cidade de apenas 40 mil habitantes passou a produzir softwares, placas e baterias para a indústria de energia eólica e fotovoltaica.
A Bluepoint, empresa de tecnologia da informação de Belo Horizonte, conseguiu reduzir a taxa de inadimplência em 75% com as consultorias. “Criamos mecanismos para sinalizar aos clientes que eles estavam devendo e implementamos processos para evitar que a inadimplência volte a crescer”, diz Pedro Henrique de Barros, sócio da empresa. Ele afirma que a microempresa não teria condições de pagar por uma consultoria como essa e que o programa mudou a cultura dos funcionários. “Percebi que o engajamento deles com o negócio melhorou”, relata.
A Cerâmica Paraense, de Igaratinga, conseguiu expandir as vendas em quase 30% com a criação de um canal de venda próprio, que substituiu um terceirizado. “Depois da consultoria, reorganizei a minha estrutura e criei um setor de vendas que tem funcionado muito bem”, diz Dilermando José da Silva, dono da empresa. Agora, ele afirma que está mais competitivo e prevê a contratação de até 30 funcionários em 2020.
* Estagiário sob supervisão da subeditora Marta Vieira
Os projetos estão bem encaminhados e os empresários atendidos se mostraram satisfeitos e otimistas. Avaliam que, de fato, o Procompi vai gerar ganhos de competitividade”
Valentine Braga, coordenadora do Procompi