O governo quer voltar a oferecer em 2020 as áreas de Atapu e Sépia, que não atraíram interesse na licitação de ontem. Diante da falta de ofertas pelos blocos e de competição, o Ministério de Minas e Energia considera também rever a metodologia nas próximas rodadas. No megaleilão, a Petrobras foi praticamente a única a apresentar ofertas.
Entre as empresas estrangeiras inscritas, apenas as chinesas CNOOC e CNDOC participaram e, ainda assim, em parceria com a estatal e com participações de apenas 5% cada uma. As duas fazem parte do consórcio que levou o campo de Búzios. Entre as 11 petroleiras estrangeiras inscritas, nove preferiram não participar da concorrência.
“Amanhã (hoje) haverá novo leilão de pré-sal. Vamos esperar o resultado para pensar em rever a metodologia”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
O ministro afirmou ainda que, apesar da ausência das multinacionais, o leilão foi um sucesso e que, somado aos demais realizados neste ano, a receita gerada soma R$ 85 bilhões. Titular da pasta da Economia, Paulo Guedes, esteve no Supremo Tribunal Federal (STF) no início da tarde de ontem e, na saída, não comentou o resultado do megaleilão da cessão onerosa, após ser questionado pela imprensa. A ideia do encontro era abrir espaço para Guedes detalhar a integrantes da Corte o conjunto de propostas econômicas que foram entregues pelo governo na terça-feira ao Senado.
O secretário especial do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que o resultado do leilão do excedente da cessão onerosa vai ajudar o país a reduzir o déficit fiscal para algo em torno dos R$ 85 bilhões, e também permitirá o descontingenciamento dos R$ 22 bilhões anunciados para este ano.
“A União está há seis anos com déficit primário, o número vai ser bem menor que os R$ 139 bilhões. Algo entre R$ 85/83 bilhões de déficit primário. Vai ser bem abaixo dos R$ 100 bilhões, ganhamos um fôlego adicional”, disse. O secretário afirmou ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços) do país deverá ficar acima de 1% este ano, ante previsões anteriores ao redor de 0,90%.
“Com as novas informações, o crescimento vai ser acima de 1%”, afirmou, referindo-se ao leilão, à reação do comércio, que, segundo o secretário, reflete a recuperação do poder do consumo do brasileiro, além de dividendos que entrariam ano que vem e vão entrar neste ano (BNDES, Caixa), entre outros fatores.