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Zee.Now vai inaugurar categoria pet no iFood

Aplicativo de entrega de produtos para animais prevê faturamento de até R$ 8 milhões em 2019 com apenas seis meses de operação. Empresas investem na integração de sistemas


postado em 15/10/2019 06:00 / atualizado em 15/10/2019 08:10


Zee.DogFundadores de Zee.Now: Felipe Diz, Rodrigo Monteiro e Thadeu Diz (foto: Divulgação)
Zee.DogFundadores de Zee.Now: Felipe Diz, Rodrigo Monteiro e Thadeu Diz (foto: Divulgação)

São Paulo – No lançamento da Zee.Now, a pergunta foi inevitável. Como oferecer um serviço de delivery atraente, voltado apenas aos produtos para animais, com concorrentes do tamanho de Rappi e iFood? Ao contrário das duas startups, a empresa, que pertence aos mesmos sócios da Zee.Dog (marca de acessórios para pets), é verticalizada – seu estoque é próprio e fica armazenado em minigalpões, com áreas entre 80 metros quadrados e 150 metros quadrados, espalhados, por enquanto, pelas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Eram espaços onde funcionaram negócios como borracharias e que foram alugados para servir de depósito para produtos como ração, biscoitos, tapetes descartáveis e brinquedos.

Com essa estratégia descentralizada, porém com uma gestão própria do estoque, a Zee.Now consegue oferecer o serviço de entrega ininterruptamente e, com equipe própria, promete deixar o pedido no endereço do cliente em até 1 hora e sem cobrar a taxa de frete.

Passados cinco meses desde o início da operação, Thadeu Diz, um dos fundadores, conta qual é o próximo passo do aplicativo. O Zee.Now vai inaugurar a categoria pet no iFood em novembro. A plataforma parceira servirá como mais um canal de distribuição dos produtos.

O empreendedor não acredita que haja risco de sofrer com a concorrência de outros possíveis parceiros desse mercado no iFood. Isso porque será mantido o atual modelo, com entregas feitas apenas pelos prestadores de serviço da Zee.Now, 24 horas por dia. “Não dá para levar um pacote de cinco quilos de ração na mesma mochila em que os entregadores carregam pizza e lanche”, completa.

O iFood vai funcionar, segundo o sócio da startup, como um tomador de pedidos. Agora, as empresas vêm investindo na integração de sistemas para que as compras feitas pelo app do iFood caiam diretamente na Zee.Now. Paralelamente, a empresa tem buscado reforçar a equipe de entrega para evitar que um aumento abrupto de demanda gere uma experiência negativa para os clientes.

“O grande controlador nesse negócio é o estoque. Se tivermos problema, apertamos o botão vermelho de pânico e tiramos a opção do iFood. A gente adora risco, mas não é maluco”, explica.

A concorrência, segundo o empreendedor, vem de outra direção. “Nossos concorrentes são os petshops, não os aplicativos de entrega. Trabalhamos buscando formas de resolver pontos de dor para o cliente. Os petshops fecham cedo e não entregam com rapidez, mas a necessidade de comprar ração ou tapetes higiênicos pode surgir a qualquer hora”, explica Diz.

Apesar de a Zee.Now ser recente, o fundador calcula que neste ano, com seis meses de operação, o faturamento deverá ser de R$ R$ 7 milhões a R$ 8 milhões. Já a Zee.Dog, fundada em 2012 e com um perfil de negócio bem mais maduro, deverá apresentar crescimento na receita de cerca de 50% em comparação ao resultado de 2018 (quando também chegou a uma expansão nas vendas da mesma ordem) e a previsão é alcançar R$ 100 milhões.

MERCADO RESILIENTE 

A taxa de crescimento da empresa nos últimos anos é inversamente proporcional ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para o fundador das duas marcas, o mercado pode ser apontado como um dos mais resilientes aos anos de crise que o país enfrentou nos últimos anos. Parte desse resultado vem dos negócios em outros 22 países, nos cinco continentes, para onde os acessórios são exportados. Além das vendas para o exterior, a Zee.Dog conta com uma loja no Bairro do Soho, em Nova York.

As operações da Zee.Dog e Zee.Now nasceram no Brasil – apontado como segundo maior mercado consumidor nesse setor, com 139,3 milhões de animais, segundo o Instituto Pet Brasil, e R$ 20,3 bilhões de vendas no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Mas, apesar do DNA local, a produção dos acessórios da Zee.Go é na China. Um escritório próprio de produtos e design, em Madri, onde vive um dos sócios, cuida do desenvolvimento de itens como coleiras, guias e brinquedos.

DINHEIRO 

Para acelerar ainda mais a expansão, Diz poderá recorrer a uma rodada de investimentos, com recursos obtidos no mercado. O empresário conta que vem conversando com investidores internacionais e que há, segundo ele, vários interessados tanto na Zee.Now quanto na Zee.Dog, que no início do negócio passou por um aporte da DXA Investments, do Rio de Janeiro.

A participação da DXA Investments foi vendida de volta para os próprios fundadores – além de Thadeu, seu irmão Felipe e Rodrigo Monteiro – no ano passado. Como os sócios ainda estão em uma fase de conversa com os interessados, não está definido se os recursos serão num volume maior para o grupo ou se o montante poderá ser menor e direcionado para uma das duas empresas.

Do ponto de vista dos investidores, negócios como a Zee.Dog são atraentes por vários motivos. Um deles é o fato de a empresa ser lucrativa. Soma-se a isso o fato de a operação já ser internacional, o que mostra que dar escala ao empreendimento não é apenas um projeto, mas algo que está sendo colocado em prática.

Há também uma questão comportamental quando se avalia o potencial desse setor. As famílias são menores e muitas pessoas optam por não ter filhos ou preferem adiar a decisão. Nesse contexto, os pets ganham espaço como uma espécie de integrante da família e recebem cada vez mais atenção de seus donos, seja em forma de carinho ou de brinquedos, petiscos e outros acessórios.

Thadeu Diz, dono dos vira-latas Theo e Ava, admite que pode chegar um momento em que a venda das empresas será inevitável. Mas por ora ele acredita que há muito o que expandir. “Somos inquietos, querem criar soluções que não existem, apesar de já termos um negócio muito consolidado como a Zee.Dog.”

UNICÓRNIO 

Mesmo cheio de planos e com a expectativa de um faturamento crescente, o empreendedor garante que não trabalha para ver a Zee.Dog como um dos próximos unicórnios brasileiros – como são chamadas as startups com valor de mercado a partir de US$ 1 bilhão.

“Não saio da cama todo dia correndo em busca de ser unicórnio. É um troféu de ego, mas não necessariamente é um bom negócio. Nosso driver é fazer inovação para esse mercado, criar impacto. Vender bilhões é consequência disso”, opina.

Aos 36 anos, Diz se classifica como um empreendedor da “velha guarda”. Por isso, procura se descolar do comportamento dos jovens donos de startups que passam muito tempo em busca de investidores sem ter a viabilidade do negócio testada, amadurecida.

“Não somos como a molecada que monta ideia no PowerPoint, como se palavras bonitas fossem suficientes para atingir o valor de US$ 1 bilhão. Sim, eu venderia a empresa, dependendo do preço, e tenho certeza de que ela vai virar um unicórnio, mas não montei a operação com esse objetivo, mas sim para ser algo realmente inovador. Ela vai chegar lá se for uma empresa sólida”, avalia o fundador da Zee.Dog.

Enquanto segue com a estratégia de expansão das duas marcas, Thadeu Diz observa outras possibilidades de aproveitar oportunidades no mercado. Hoje, ele tem mantido contato – mas não dá detalhes – com três empresas que poderão “trazer novas formas de inovação”.

“A gente não vai parar aqui. O grupo vai ficar cada vez mais robusto. O Brasil já é um dos mercados mais inovadores no segmento pet e tem condições de passar os EUA”, analisa.

"A gente não vai parar aqui. O grupo vai ficar cada vez mais robusto. O Brasil já é um dos mercados mais inovadores no segmento pet e tem condições de passar os EUA
Thadeu Diz, 
um dos fundadores da Zee.Now


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