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Estado de Minas ECONOMIA

Com dívida de R$ 638 mi, dona da Capodarte e da Ortopé pede recuperação judicial


postado em 25/06/2019 14:49

Uma das principais referências do setor calçadista no País, o Grupo Paquetá - dono de marcas como Ortopé, Capodarte e Dumont - entrou com pedido de recuperação judicial na noite de segunda-feira, 24, para renegociar uma dívida de R$ 638,5 milhões.

A companhia, que fatura R$ 1,3 bilhão por ano, preparou o projeto de recuperação ao longo dos últimos dez meses. A empresa tem hoje 10,2 mil funcionários e mantém dez fábricas em operação, além de uma operação de varejo que inclui 148 lojas próprias e 86 franqueadas.

Embora o grupo esteja sofrendo com a atual situação econômica, uma fonte do setor calçadista informou que os problemas da companhia começaram a se agravar há dez anos. A exemplo do que ocorreu com a Sadia, a empresa também apostou na febre dos derivativos cambiais de 2009 - e amargou forte prejuízo.

Ao contrário do que ocorreu com a Sadia - que teve de se unir emergencialmente à Perdigão -, a Paquetá conseguiu rolar seu endividamento graças ao patrimônio pessoal de seus proprietários. Contava com a manutenção dos bons ventos no mercado de varejo que sopravam à época para resolver os débitos ao longo do tempo.

Como desde então a situação só piorou, a companhia se viu obrigada a cortar parte de suas operações - interrompendo operações em mercados como o Rio de Janeiro e a Argentina, que sofreram especialmente ao longo da última década. Como isso não foi suficiente, teve de recorrer à recuperação judicial.

A intenção dos assessores da Paquetá é encontrar um fundo de private equity (que compra participações em empresas) que se associe aos donos atuais para tocar o processo de reestruturação das dívidas - a exemplo do que ocorreu com a varejista de eletrodomésticos Máquina de Vendas.

A empresa é auxiliada no processo de recuperação judicial pelos escritórios de advocacia Carpena Advogados, João Pedro Scalzilli e pela consultoria Galeazzi & Associados.

Novos concorrentes

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo com fontes próximas ao assunto, apesar de ter uma forte presença no País - no Nordeste, é dona da rede Esposende, uma das líderes na região - e estar presente em 18 mercados no exterior, as dificuldades da economia vão além dos problemas do varejo em geral.

O grupo também sofreu com uma mudança no mercado, com lojas de departamentos como Renner e Riachuelo abocanhando uma fatia muito maior das vendas. Há dez anos, essas empresas tinham cerca de 5% do segmento - hoje, a participação é de cerca de 25%. Isso pressiona as varejistas que tradicionalmente atuam no setor de calçados.


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