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Estado de Minas

Operadora de telefonia está de olho no agronegócio

TIM vai propor a redução de tributos no setor para ampliar a adoção da Internet das Coisas no campo. Operadora de telefonia se associou a três empresas do segmento


postado em 30/04/2019 06:00 / atualizado em 30/04/2019 08:14

"Se o Brasil não se conectar, vai ficar para trás. Isso porque outros importantes competidores do agronegócio, como os Estados Unidos, já estão muito avançados nessa área" - Rafael Marquez, diretor de marketing do segmento corporativo da Tim Brasil (foto: TIM/Divulgação )
Empresa espera que a expansão da banda larga no campo e em áreas remotas conte com apoio governamental para deslanchar(foto: TIM/Divulgação)
Empresa espera que a expansão da banda larga no campo e em áreas remotas conte com apoio governamental para deslanchar (foto: TIM/Divulgação)

São Paulo – As operadoras de telecom têm buscado alternativas para melhorar o desempenho financeiro. Isso ocorre porque a taxa de crescimento nesse segmento tem desacelerado nos últimos anos. O Brasil chegou ao fim do primeiro trimestre do ano com 228,88 milhões de linhas móveis em operação, o que representa queda de 2,93% no total de linhas no país em 12 meses (-6,91 milhões).

Por isso, empresas como a TIM se voltaram para novas oportunidades. A operadora italiana começou, há um ano, projeto para levar o serviço de banda larga para as propriedades rurais do interior do país. Nesse período, fechou parceria com três empresas do agronegócio. Agora, parte para uma fase mais agressiva de expansão a partir da participação, pela primeira vez, na Agrishow, maior evento do setor, que começou ontem, em Ribeirão Preto (SP).

Rafael Marquez, diretor de marketing do segmento corporativo da TIM Brasil, diz que a estreia na Agrishow marca a chegada oficial da operadora no setor do agronegócio, levando cobertura 4G para o campo. “A estratégia tem a ver com o fato de o Brasil já ter ultrapassado mais de uma linha por habitante, ou seja, esse mercado que engloba a população urbana está praticamente ocupado. Mas, nesses anos todos, foi deixada de fora a maior área do país, a rural. Um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) vem do agronegócio. Não atender a esse segmento é um contrassenso”, detalha o executivo.

Com o segmento da pessoa física bem atendido, a TIM tem como foco a maior geração de negócios no universo corporativo, ou seja, no B2B, e isso vale também para o agronegócio. Segundo Marquez, esse é um setor que tem demandado cada vez mais tecnologia, “mas que não está conectado”. “Agora, estamos endereçando como modelo de negócio. Isso tem sido impulsionado pela chamada ‘limpeza do espectro’, ocorrida com a transição da TV analógica para a TV digital”, afirma.

O diretor da TIM explica que o aumento da oferta de banda larga no campo terá impacto direto no ganho de eficiência, já que permitirá ao produtor rural tomar decisões em tempo real. “Se o Brasil não se conectar, vai ficar para trás. Isso porque outros importantes competidores do agronegócio, como os Estados Unidos, já estão muito avançados nessa área.”

A TIM espera que a expansão da banda larga no campo e em áreas remotas conte com apoio governamental para deslanchar. Isso significa, entre outras coisas, convencer o poder público a abrir mão de arrecadação para que seja concedido o benefício da redução fiscal.

“Já começamos a conversar com órgãos de fomento, como bancos privados e públicos, e esse assunto será levado durante a Agrishow. Queremos mostrar que, sem a desoneração, não será possível dar escala ao negócio e levar ajuda ao médio e pequeno produtores”, avalia Marquez.

O executivo lembra que, sobre a área de telecom, há a incidência de uma série de tributos, em diferentes fases do negócio e em distintas esferas do Executivo. Ele cita, por exemplo, o ICMS e o PIS/Cofins. “Nossa proposta é que essa desoneração tributária seja discutida para que o Brasil possa avançar em tudo que for relacionado à Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e, assim, ser mais competitivo”, avalia.

COBERTURA 


Essa é uma das pautas de um grupo lançado ontem na Agrishow e do qual a TIM faz parte. O ConectarAGRO, formado também pelas empresas AGCO, Climate FieldView, CNH Industrial, Jacto, Nokia, Solinftec e Trimble, tem como pauta principal a conectividade do agronegócio brasileiro e a promoção de ambiente favorável de acesso à internet móvel nas diversas regiões agrícolas brasileiras.

Essas empresas pretendem promover a adoção de soluções abertas, inicialmente com a utilização da rede 4G na faixa de 700MHz, tecnologia global que permite a cobertura mais eficiente no campo.

Pelos cálculos da TIM, o investimento para implantar a tecnologia da rede 4G é de até meia saca de soja por hectare, avaliado pelo executivo como custo baixo em relação ao retorno possível. Segundo Marquez, o investimento em cobertura de rede aumenta a produtividade em cerca de 1% na primeira safra, o que já paga o investimento.

Até agora, a TIM foi a única operadora a fazer parte do ConectarAGRO. “Estamos mobilizando o setor público e privado, puxando um movimento, mas esse não é um grupo fechado.” A expectativa com o ConectarAGRO é acelerar a expansão da cobertura 4G e chegar a cerca de 10% da área cultivada brasileira até o fim de 2019.

Atualmente, a TIM conta com três grandes clientes – dois deles já em operação, o que dá um total de 700 mil hectares cobertos com tecnologia 4G. São eles Jales Machado, em Goianésia, Adeco Agro (MT) e SLC Agricola (Sul da Bahia). Até dezembro, a operadora planeja ampliar sua rede para uma cobertura de 5 milhões de hectares. “Estamos destravando barreiras. Esse crescimento vai depender de fomento, de desoneração, mas gostamos de colocar o desafio antes”, diz o diretor da companhia.

. O tamanho da TIM no Brasil

Participação de mercado* (nacional):    24,33%
Receita líquida*:    R$ 4,479 bilhões
Total de clientes*:    55,9 milhões
Clientes pré-pago*:    35,7 milhões (63,8 % da base)
Clientes pós-pago*:    20,2 milhões (36,2% da base)
Funcionários:    10 mil
Plano Industrial Brasil:    R$ 12,5 bilhões (2019/2021)
Cobertura 4G**:    3.295 cidades (liderança)
Cobertura 3G**:    3.186 cidades (3º lugar)
Clientes Telefonia Fixa e VOIP:    800 mil

Fonte: TIM

*4º Trimestre
**Março/2019

Grandes operadoras perdem assinanates


Dados divulgados na semana passada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que tem havido movimento de crescimento na adesão às linhas móveis pós-pagas, que registraram 102,24 milhões de unidades em operação em março.

Com esse número, as linhas de pós-pago passaram a responder por 44,67% do mercado de telefonia móvel, o que representa aumento de seis pontos percentuais de participação em 12 meses. Esse número é reflexo do aumento no volume de linhas pós-pagas, de 12,89% (+11,67 milhões de unidades).

Já as linhas de telefone móvel pré-pago tiveram recuo no mesmo período. A queda foi de 12,79% (-18,58 milhões de unidades), totalizando 126,64 milhões em operação em março. No mês passado, o país atingiu 228,88 milhões de linhas móveis em operação. Esse volume revela diminuição de 2,93% do total de linhas no país em 12 meses (-6,91 milhões).

A concentração do mercado de telefonia móvel nas mãos de grandes grupos de telefonia é altíssima no país. Em março, eles detinham 97,28% de participação (222,65 milhões de linhas em operação).

A Vivo registrou 73,53 milhões de unidades. Em segundo lugar ficou a Claro, com 56,38 milhões de linhas, seguida muito de perto pela TIM, com 55,08 milhões. A quarta posição está nas mãos da Oi, com 37,66 milhões.

BASE


Segundo a Anatel, nos últimos 12 meses, todas as operadoras tiveram redução na base de assinantes. A TIM apresentou a maior perda, de 4,86% (-2,81 milhões de linhas móveis em operação), seguida pela Claro, com menos 4,13% (-2,43 milhões), pela Oi, com menos 2,90% (-1,12 milhão), e pela Vivo, com menos 2,09% (-1,57 milhão).

Já as chamadas Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) cresceram 19,67% em 12 meses ( 1,02 milhão de linhas móveis em operação) e totalizaram 6,23 milhões de linhas em março deste ano. Do total de assinantes das PPPs, 55% estão na base da Nextel (3,43 milhões), que teve aumento de 16,51% em 12 meses ( 485,61 mil assinantes). A Datora chegou a 420,36 mil assinantes em março – expansão de 84,55% ( 192,58 mil assinantes). Na sequência está a Porto Seguro, que cresceu 26,43% ( 163,68 mil), totalizando 783 mil assinantes.


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