A disciplina de empreendedorismo do Departamento de Ciência da Computação (DCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) começou a ser ministrada no início dos anos 1990. Passada longa interrupção, ex-alunos integrantes do San Pedro Valley (SPV), comunidade que reúne cerca de 300 startups de Belo Horizonte, propuseram, em 2016, novo formato.
Em cada aula, o “professor” seria um empreendedor do SPV à frente de um negócio real (foto). “Fizemos uma construção conjunta, com uma configuração inédita”, afirma o professor e subchefe do DCC, Renato Ferreira. Já são quatro semestres de história e dois prêmios.
A UFMG recebeu, pela segunda vez consecutiva, o prêmio de universidade do ano pelo Startup Awards 2018, evento organizado pela Associação Brasileira de Startups, que homenageia os destaques em inovação e empreendedorismo no país. “É um reconhecimento de que a universidade presta serviço à comunidade, os alunos aprendem a partir das experiências”, afirma Ferreira.
As aulas ocorrem duas vezes por semana, com conteúdo teórico sobre as metodologias de criação de uma startup e palestras semanais dadas por empreendedores convidados. Além das aulas, os alunos desenvolvem um protótipo de startup, que recebe mentorias e é avaliado por uma banca composta por empreendedores do San Pedro Valley.
“Este prêmio reconhece um trabalho que envolve alunos, ex-alunos, empreendedores locais e corpo docente”, afirmou Pedro Israel, cofundador da startup Melhor Plano e um dos professores voluntários da disciplina empreendimentos em informática. Cerca de 50 empreendedores participam dos “encontro-aulas” a cada semestre.
O poder audiovisual
Já ouviu falar sobre OTT? É a sigla para Over the Top, que nada mais é do que entrega de conteúdo audiovisual pela internet. TV a cabo fica fora desse mercado. Entram, por exemplo, Netflix e outras plataformas digitais. Antigamente (não tão assim), pessoas e empresas que desejavam investir em vídeo na internet tinham o YouTube como principal canal de distribuição.
Por meio do OTT, as opções de monetização aumentam e o produtor tem mais domínio sobre o conteúdo. Do outro lado, o telespectador quer assistir somente ao que deseja, em qualquer hora e lugar, em múltiplas telas e pagando cada vez menos. O Brasil, hoje, é considerado o 8º maior mercado de OTT do mundo.
Samba Tech
Fundada em 2014, a startup belo-horizontina Samba Tech é líder em gestão e distribuição de vídeos on-line na América Latina. Já foi eleita, pela FastCompany, uma das empresas latinas mais inovadoras. Através do Samba Vídeos, sua plataforma de vídeos on-line, oferece tecnologia para gerenciamento, distribuição, monetização e mensuração do consumo de vídeos. A empresa suporta 500 milhões de visualizações de vídeo mensalmente. Em 2015, o CEO Gustavo Caetano foi eleito pelo site Business Insider o “Mark Zuckerberg brasileiro” devido à sua trajetória inovadora e empreendedora.
"A receita do mercado global de vídeo OTT (internet) foi de US$ 96 milhões em 2013, atingiu a marca de US$ 1,01 bilhão em 2017, e a projeção para 2018 é crescer mais US$ 783 milhões"
Gustavo Caetano, CEO da Samba Tech, durante o Connect Samba, maior evento sobre o mercado de vídeos on-line no Brasil
Mais carona, menos carro
O Waze, aplicativo que ajuda o motorista a se guiar pelas cidades, lançou em agosto o Waze Carpool, serviço de compartilhamento de assentos vazios. Belo Horizonte já é a cidade com o segundo maior número de usuários, atrás apenas de São Paulo. “Muita gente vai sozinha para o trabalho, para a universidade. O Carpool veio para resolver esse problema que afeta o trânsito das cidades, pois conecta pessoas que fazem a mesma rota e poderiam ir juntas para o mesmo local. Quando a gente compartilha, diminuímos o número de carros na rua”, afirmou Douglas Tokuno, diretor do Waze Carpool no Brasil, que visitou Belo Horizonte nesta semana. Leia mais em www.uai.com.br/foradacaixa.