Belo Horizonte acaba de receber a primeira unidade, de pelo menos três previstas, de uma das maiores startups do mundo, avaliada em US$ 45 bilhões. A americana WeWork, fundada em Nova York em 2010, é uma rede de espaço de trabalho. Não estamos falando de capacidade de extração de milhões de toneladas de um recurso natural e nem da fabricação de milhares de unidades de um produto a ser escoado por nossas rodovias. Falamos, sim, de uma organização que promete impactar, culturalmente, muitas das empresas dos setores que mais pesam na balança comercial de Minas Gerais.
Mineração
Entre os principais diferenciais apresentados ao cliente estão internet de alta velocidade, café e chope à vontade, limpeza, recepção e segurança 24 horas – o que já atraiu de advogados a startup que desenvolve projetos para a indústria aeroespacial. Mais do que isso. Lançou, dentro da WeWork Labs, programa global de iniciativa a startups, o primeiro hub de inovação para o setor de mineração. O Mining Hub reúne, no mesmo ambiente, 12 mineradoras concorrentes, que decidiram buscar juntas soluções para problemas comuns, além de fornecedores e outros integrantes da cadeia. Fato inédito no mundo.
O laboratório ocupará todo um andar do edifício, dos seis destinados exclusivamente ao WeWork. “Será um espaço focado em inovação aberta para trabalhar de forma colaborativa e não competitiva”, disse o gerente de gestão, estratégia e inovação da mineradora Ferrous, Gustavo Roque. Ele dividirá o ambiente com representantes da Anglo American, AngloGold Ashanti, ArcelorMittal, CBMM, CSN, Gerdau, Kinross, Nexa, Samarco, Usiminas e Vale, que juntas representam 150 mil funcionários e faturam R$ 120 bilhões.
Conexão
“As empresas e startups que ficarão aqui estarão automaticamente expostas a uma nova cultura de trabalho e de negócios. A tecnologia é só um meio para inovar. A inovação começa mesmo na mudança de mindset (mentalidade) das pessoas”, destacou Bruno Scolari, o responsável pelo WeWork Labs em Minas Gerais. Outro ponto interessante é a conexão que pode ser realizada com membros de outras unidades do WeWork, em locais que são polos tecnológicos e também de mineração, a exemplo do Chile, Canadá e Austrália.
Aceleração
O projeto, que conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), abrange desafios divididos em cinco áreas: segurança operacional e saúde ocupacional, gestão da água, fontes de energia alternativa, eficiência operacional, e gestão de resíduos. Durante um ano, empreendedores e startups serão acelerados, com o apoio da Neo Ventures, empresa com histórico em programas de inovação aberta para corporações e na aceleração de startups. O edital para participação será lançado na próxima terça-feira. Mais informações podem ser obtidas no endereço eletrônico mininghub.com.br.
WeWork em números
» US$ 45 bilhões representam o seu valor de mercado
» 320 mil membros, sendo 12 mil no Brasil
» 335 espaços físicos em 83 cidades e 24 países
» 12 endereços no Brasil, em São Paulo, Rio de Janeiro e, agora, BH
Pílulas
» Futuro do trabalho é tema de evento da Fumsoft, organização com foco no desenvolvimento de empresas de base tecnológica, na próxima terça-feira, das 8h30 às 19h, no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1.201, Centro). Entre os palestrantes estão representantes da Microsoft e Hyperloop.
» O fundador do projeto Capitalismo Consciente Brasil, Thomas Eckschmidt, autor do Guia capitalismo consciente, participa de encontro para explorar o tema, na próxima terça-feira, às 19h, na A Central (Praça Rui Barbosa, 104).
» A Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Amcham-BH) realiza o painel Indústria 4.0, com Deloitte, BH Airport, CNH, Arcelor Mittal e Comau, também na próxima terça-feira, das 8h30 às 11h30, no Actuall Hotel.