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Gigante do e-commerce cresce no Brasil com novas lojas, avança no segmento de livros, mas não fala da produção de conteúdo local para canal de streaming e de comando por voz


postado em 08/11/2018 06:00 / atualizado em 12/11/2018 16:53

Escritório da multinacional no Brasil ocupa um moderno prédio na Zona Sul da capital paulista. Centro de distribuição fica em Barueri(foto: Júlio Vilela/Amazon/Divulgação)
Escritório da multinacional no Brasil ocupa um moderno prédio na Zona Sul da capital paulista. Centro de distribuição fica em Barueri (foto: Júlio Vilela/Amazon/Divulgação)

São Paulo – Séries para streaming de TV, forno de micro-ondas, assistente pessoal de voz, chuveiro e livros, muitos livros. Fundada por Jeff Bezos em 1995, em Seattle, nos Estados Unidos, a Amazon começou sua história em uma garagem com a venda de publicações. Hoje, como mostra sua logomarca, vai de “a a z”.


Maior varejista de comércio eletrônico do mundo, a companhia foi a segunda empresa do planeta a ultrapassar o valor de mercado de US$ 1 trilhão, em setembro. Hoje, a operação, espalhada por cerca de 30 países, absorve, só na sede, em Seattle, certa de 45 mil funcionários, além de 6 mil cachorros. Sim, é isso mesmo. A empresa libera que seus empregados levem os pets para o trabalho. Esta é apenas uma das particularidades da empresa do bilionário Bezos.

Empresa utiliza aviões, caminhões e vans para realizar suas entregas em mais de 30 países onde tem operações(foto: Amazon/Divulgação)
Empresa utiliza aviões, caminhões e vans para realizar suas entregas em mais de 30 países onde tem operações (foto: Amazon/Divulgação)

Passadas mais de duas décadas desde a fundação da companhia, a Amazon encontrou na diversificação dos negócios uma forma de se manter com fôlego. Além da força do e-commerce, tem uma operação de produção de conteúdo e canal de streaming de TV, oferece hospedagem em nuvem, faz serviços de entrega com vans, grandes caminhões e até avião.

Imersão brasileira

 No Brasil, sua operação ocupa alguns andares de um moderno prédio na região da Avenida Juscelino Kubitschek, na Zona Sul da capital paulista, além de utilizar um centro de distribuição terceirizado, localizado em Barueri (Grande São Paulo). A reportagem fez uma imersão de pouco mais de oito horas para conhecer o que eAstá por trás da operação brasileira da gigante do e-commerce. Para isso, conversou com executivos de diferentes áreas e pôde saber um pouco dos planos da empresa.

Como suas ações são negociadas em bolsa, os dados locais não foram divulgados. Não se fala, por exemplo, do número de funcionários, mas sabe-se que há atualmente há 117 vagas oferecidas no site da companhia, em áreas como publicidade, finanças, vendas, tecnologia e marketing, em diferentes níveis, de gerente de produto a cientista de dados.

Os negócios em território nacional começaram em 2012, com o lançamento da loja do e-reader Kindle. A partir de 2014, a Amazon passou a de fato ter uma operação mais parecida com o que oferece nos Estados Unidos, com a oferta de livros físicos. A partir de 2017, tornou-se um e-commerce mais amplo com a entrada, por meio da associação com parceiros, em canais específicos de produtos.

Hoje em dia, já são 12 canais. O mais recente deles, de moda e esportes, passou a ser oferecido em agosto. O vendedor pessoa física, que pode, por exemplo, vender um livro usado, paga à Amazon R$ 2 por item negociado, mais uma comissão, segundo a categoria, que vai de 10% a 20% sobre o valor de venda. Já um vendedor profissional, com volume acima de 10 itens, paga R$ 19 por mês, mais a mesma comissão cobrada da pessoa física.

Abaixo o powerpoint

Samuel Kim, gerente sênior de categoria, diz que hoje há brasileiros que distribuem seus produtos, particularmente no caso de livros, para outros países. É das mãos do executivo, que veio da operação da Amazon em Luxemburgo, que surgem algumas das propostas para operar como novos segmentos.

Na hora de expor a ideia aos colegas, nada de PowerPoint. O dono da ideia deve entregar um release com sua proposta durante uma reunião. O conteúdo será lido e depois cada um terá a oportunidade de argumentar sobre a sua viabilidade ou fazer propostas. “Nesse momento, não ficamos focados em problemas e obstáculos, mas no cliente e no que pode surpreendê-lo”, afirma Kim.

Do mix atual, alguns setores têm surpreendido, como o de moda e eletrodomésticos, itens para casa e a linha de videogames, por causa da relação que a empresa já tem estabelecida com o chamado público “geek”, ligado em tecnologia e no mundo das histórias em quadrinhos.

A loja de moda tem um apelo diferente das outras, segundo o gerente, porque conta com uma curadoria feita pela empresa. “Queremos nos posicionar com a oferta dos melhores produtos, não apenas oferecendo roupa, mas com conceito.”

A logística – uma das partes mais sensíveis do negócio de e-commerce, é feita por cinco transportadoras (Directlog, Total Express, Sequoia, Loggi e os Correios). Apesar de não ser um serviço próprio, Daniel Mazini, diretor de varejo, conta que a velocidade de entrega é monitorada o tempo todo. O executivo garante que seu serviço de entrega é o mais rápido entre todos os competidores do segmento de livros. Hoje, já é possível receber esses pedidos, dependendo de onde partiu a compra, no dia seguinte.

Para os sem-editora

Mas a operação brasileira da Amazon tem outras frentes, como o KDP (Kindle Direct Publishing), de publicação de livros digitais. Nela, o autor disponibiliza sua produção na plataforma da empresa para a comercialização. Parte dos direitos autorais vai para o escritor, segundo o tipo de contrato pré-estabelecido.

Se a Amazon tiver a exclusividade na comercialização do conteúdo (chamado de KDP Select), esse percentual é maior e chega a 70%. Do contrário, o repasse é de 35% sobre o valor de venda. Há dois pré-requisitos: a obra não pode ter sido plagiada e deve estar de acordo com a legislação brasileira. A checagem conta com uma equipe dedicada e se estiver tudo ok o conteúdo está disponível on-line em até 72 horas, em mais de 170 países.

A plataforma para publicação é gratuita e o preço pode variar de R$ 1,99 a R$ 400. “Não damos sugestão sobre o valor. Orientamos para que o escritor faça uma pesquisa segundo seus concorrentes da categoria e o gênero”, diz Talita Taliberti, gerente de KDP.

Há quem acredite que essa não é uma aposta rentável, mas alguns dados mostram o contrário. Da lista dos 100 livros mais vendidos pela Amazon no Brasil, 30 são da ferramenta de autopublicação da empresa. Os algoritmos dão uma força aos novos autores. De acordo com o seu perfil de compra e de navegação, são sugeridos títulos para futuras compras, inclusive os que estão no KDP.

A ferramenta serve não apenas para escritores iniciantes, mas também para pequenas editoras e até as grandes, que podem avaliar a receptividade de uma determinada obra no mercado digital antes de fechar contrato com um escritor. Paulo Coelho é um dos usuários da plataforma. Os direitos autorais de seus livros físicos são negociados com várias editoras no mundo, mas a versão digital é publicada por ele pelo KDP.

A Amazon atua ainda na área de dispositivos, gerenciada por Jacques Benain, que cuida da venda dos modelos de e-reader (atualmente são três, que custam de R$ 299 a R$ 1.149) e do Fire TV (R$ 289), um diispositivo que pode ser conectado em TVs para dar acesso a outros aplicativos.


Uma pizza, Alexa

Por enquanto, a empresa não divulga quando pretende trazer para o Brasil a caixa de comando por voz Echo, com a assistente pessoal Alexa. Em mercados como o americano, onde foi lançada, a tecnologia permite que o usuário faça uma série de operações, que vão do pedido de pizza a um carro do Uber.

Mas essa área é bem maior em outros mercados. A Amazon tem, por exemplo, um micro-ondas inteligente, que pode ser acionado por voz, além de uma linha de câmeras, reforçada com a aquisição recente de uma grande empresa do setor.

Assim como ainda não há previsão para a chegada de Alexa ao Brasil, a companhia não fala se pretende investir na produção local de conteúdo para seu canal por streaming, a exemplo do que vem fazendo a concorrente Netflix. A mais recente estreia, a série “Homecoming”, tem Julia Roberts como protagonista e vem sendo muito elogiada pela crítica especializada.

 A Amazon brasileira
2012 – Lançamento da Loja Kindle, KDP e venda de Kindle por parceiros

2014 – Início da operação de venda direta de dispositivos Kindle e de livros impressos

2017 – Lançamento de diversas categorias do marketplace - Livros, Eletrônicos, Casa & Cozinha, Ferramentas & Construção

2018 – Lançamento de novas categorias: Papelaria, Escritório, Moda, Esportes, Móveis e Eletrodomésticos

Negócios na nuvem


Robôs tornam mais rápido o trabalho nos centros de distribuição da empresa (foto: Amazon/Divulgação )
Robôs tornam mais rápido o trabalho nos centros de distribuição da empresa (foto: Amazon/Divulgação )
Para a Amazon, a divisão de serviços de nuvem é relevante e só cresce. No Brasil, a Amazon Web Services (AWS) atua tanto junto a empresas quanto na área de prestação de serviço governamental. Uma das atividades é desenvolvida pela divisão Activate e é voltada para a prestação de serviço a startups, que começam seus negócios com pouco caixa. Além do armazenamento de dados em nuvem, a companhia fornece outros recursos, como créditos, treinamento e suporte.

Foi por meio desse serviço que a startup MaxMilhas, de Minas Gerais, conseguiu dar escala ao negócio, investindo em uma operação 100% na nuvem da AWS. A parceria começou em junho do ano passado e permitiu que a startup mineira aumentasse o número de acessos ao site de venda de passagens aéreas, além de aumentar a segurança no acesso.

Já a área AWS Educate se dedica a oferecer a alunos e professores recursos que permitam acelerar o aprendizado relacionado à nuvem. Hoje, participam do programa 91 instituições brasileiras, incluindo PUC-MG, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade de Uberaba.  Outra divisão é a AWS Academy, que disponibiliza cursos de computação da Nuvem AWS desenvolvidos para instituições de ensino superior. O objetivo é ajudar na formação de futuros profissionais de TI

 


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