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Estado de Minas

Mercado pet resiste à crise

Segmento cresce com diversificação de produtos e serviços. Com 132,4 milhões de animais de estimação no país, setor deve faturar mais de R$ 14 bilhões


postado em 04/10/2018 06:00 / atualizado em 04/10/2018 09:52

Rede paulista de petshops inaugurou 33 lojas nos últimos dois anos e ampliou atuação para cinco estados e o Distrito Federal(foto: Cobasi/Divulgação)
Rede paulista de petshops inaugurou 33 lojas nos últimos dois anos e ampliou atuação para cinco estados e o Distrito Federal (foto: Cobasi/Divulgação)

São Paulo – Nos últimos dois anos, a Cobasi, rede paulista de petshops, uma das mais tradicionais do país, viveu seu período mais intenso de expansão no número de unidades. Foram inauguradas 33 lojas, com estreia nos estados do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Pernambuco e no Distrito Federal. Até então, a Cobasi estava presente apenas em São Paulo e Rio de Janeiro. “É um mercado que cresce solidamente, muito movido pelo grande afeto existente entre o tutor e os animais de estimação, que hoje são vistos membros da família”, explica da gerente de marketing da Cobasi, Daniela Bochi. Entre outubro e novembro deste ano, está prevista a abertura de mais quatro lojas, sendo duas em Brasília, uma em Jundiaí, no interior paulista, e uma em Ponta Grossa, no Paraná. “Já temos outras 15 lojas já planejadas para os próximos anos”, acrescenta Daniela.

As recentes turbulências na economia, que atingiram o bolso da maioria dos consumidores, não impediram que o mercado pet se mantivesse imune à crise. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 19 bilhões, uma expansão de quase 7% sobre o exercício anterior. No Brasil, há mais de 132,4 milhões de animais de estimação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total, 52 milhões são cães e 22 milhões são gatos. Os demais estão divididos entre aves, peixes e animais de estimação exóticos e menos populares, como répteis, anfíbios e invertebrados.

Tanta potencialidade acirrou a concorrência entre as empresas do ramo, que se viram obrigadas a diversificar o leque para conquistar a preferência dos protetores dos animais domésticos ou dos novos integrantes de uma família. “Na crise, as compras no mercado pet passaram a ser mais conscientes, menos por impulso”, garante Daniela. “Mas, por serem membros da família, continuaram fazendo parte do orçamento familiar.”

Seja pela emoção ou pela razão, os produtos e serviços voltados aos bichanos estão em franca ascensão no Brasil. Enquanto o varejo como um todo deve crescer 4% neste ano, o segmento pet pode saltar 7,5% e movimentar R$ 14,3 bilhões, pelos cálculos do IBGE. Há ainda muito espaço para crescimento e a previsão é de que, em 2020, o setor chegue a R$ 20 bilhões. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) indicam que, no ano passado, o setor aumentou 4,9%, consolidando o Brasil como o terceiro maior mercado em faturamento. O país movimentou US$ 5 bilhões em 2017. O ranking é liderado pelos EUA, com US$ 49 bilhões, e Reino Unido, que movimentou US$ 6 bilhões.

“Por causa do envolvimento emocional, os gastos com animais têm tido prioridade no conjunto de gastos das famílias, por isso, não sofre tanto o impacto da crise econômica”, disse a assessora econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), Fernanda Della Rosa. “A variedade de produtos com diferentes faixas de preços viabiliza e facilita a compra. Grandes redes também parcelam o pagamento no cartão, o que permite a compra de maior quantidade de itens.”

Indiscutivelmente, a diversificação tem sido um trunfo para o setor. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o segmento de pet food (alimentos para animais) representa 67,3% do faturamento do setor. Em seguida, estão os segmentos de serviços, como banho e tosa, com 16,8%; pet care (equipamentos, acessórios e produtos de beleza) no terceiro lugar, com 8,1%; e pet vet (produtos veterinários) em quarto lugar, com 7,8%.

Variedade

Esse crescimento do setor pet não reaqueceu apenas o comércio de alimentos e produtos como fez também surgir novas frentes de negócios. Há de tudo um pouco a quem pretende adotar cuidados especiais ao melhor amigo do homem. Centros de assistência animal, planos de saúde, fisioterapias aquáticas ou terrestres, acupuntura, reabilitação motora e até spas que oferecem desde escovação nos dentes até ofurô, massagem em banheira com pétalas de rosa.

No turismo não é diferente. Recentemente, a Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav) criou um serviço de orientação e apoio a pessoas interessadas em investir em turismo para animais de estimação, as chamadas viagens “pet friendly”. Segundo o agente de viagem Maurício Penteado, que ajudou no processo de orientação, com a realização de palestras, não há crise neste meio, já que há 65 milhões de domicílios brasileiros que possuem animais e apenas 18% dos hotéis brasileiros aceitam pets como hóspedes. “O bichinho precisa aproveitar a viagem sem traumas. É muito importante que seja treinado para vários ambientes e situações”, diz.


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