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Estado de Minas

Dólar segue escalada e tem maior valor em três anos

Moeda dos EUA fecha a R$ 4,12 com nervosismo externo e incerteza eleitoral, diante do silêncio do Banco Central. Bolsa também sente efeito e encerra pregão em queda de 1,65%


postado em 24/08/2018 06:00 / atualizado em 24/08/2018 08:00

 

Dólar fechou em alta de 1,45% no mercado à vista e atingiu R$ 4,1203, terceiro maior valor da história do Plano Real(foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Publicas )
Dólar fechou em alta de 1,45% no mercado à vista e atingiu R$ 4,1203, terceiro maior valor da história do Plano Real (foto: Fernanda Carvalho/ Fotos Publicas )

São Paulo – O dólar emplacou ontem sua sétima alta consecutiva, que resultou do mau humor no mercado internacional, combinado com o desconforto dos investidores com o cenário eleitoral interno.

Sob o monitoramento silencioso do Banco Central, o dólar fechou em alta de 1,45% no mercado à vista e atingiu R$ 4,1203, terceiro maior valor da história do Plano Real. Na cotação comercial, a moeda saltou 1,73% e fechou a R$ 4,214, o maior valor desde 23 de setembro de 2015. Em sete altas consecutivas, o dólar à vista já subiu 6,69%, levando o acumulado de agosto para uma elevação de 9,72%.


O silêncio do Banco Central diante da nova escalada do dólar foi considerado por diversos analistas como um fator de incerteza para o mercado. Para os profissionais, a falta de uma sinalização da autoridade monetária deixa em aberto qual seria o teto da moeda. Por conta disso, afirmam, os negócios no mercado à vista se retraem, enquanto a pressão no mercado futuro se mantém firme, o que leva o dólar a galgar novos patamares a cada dia.


“A maior parte do nervosismo veio hoje (ontem) do exterior, mas o fato de o Banco Central não se pronunciar leva o dólar a subir novos degraus. O mercado não está conseguindo enxergar até onde a cotação chegará”, disse José Carlos Amado, operador da Spinelli Corretora. A opinião é compartilhada por Hideaki Iha, da Fair Corretora. Ele ressalta a forte influência do cenário internacional num dia de alta do dólar e queda das commodities, além da expectativa pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, hoje no seminário de Jackson Hole. No entanto, ele afirma que o cenário eleitoral doméstico continua a motivar a busca por dólares, com incertezas sobre até onde vai a cotação.


Ontem foi dia de alta generalizada do dólar ante moedas emergentes, em meio a uma série de temores, a maioria relacionados aos Estados Unidos. Um dos pontos de tensão foi o início da vigência de novas tarifas dos EUA contra a China, ao mesmo tempo em que o gigante asiático acenou com retaliação e anúncio de ingresso de ação na Organização Mundial de Comércio. Temores de elevação de juros nos EUA e ruídos na Itália também influenciaram a aversão ao risco no mercado externo.


O cenário doméstico não trouxe grandes novidades, depois dos dias de agitação por conta da divulgação de pesquisas eleitorais Nem por isso a cautela do investidor se dissipou, uma vez que a percepção é de que pode ser grande o desafio de Geraldo Alckmin (PSDB) de chegar ao segundo turno da eleição presidencial. A favor do candidato tucano contam os 5min32 de tempo na propaganda eleitoral da TV – o maior entre os presidenciáveis. O PT terá 2min32. Jair Bolsonaro (PSL) terá 8s e Marina Silva (Rede), 21s.

Ações Os investidores importaram o mau humor externo em um contexto ruim que segue em torno das incertezas com a corrida eleitoral. Assim, o Ibovespa voltou a operar no nível dos 75 mil pontos, após ter oscilado 1.700 pontos entre a máxima e a mínima. No fechamento da sessão de negócios, o principal índice do mercado acionário brasileiro marcou 75.633,77 pontos, em baixa de 1,65%.


“Hoje (ontem) o mercado está em linha com o real contexto externo e político interno”, complementa Rafael Bevilacqua, sócio da Levante Ideias de Investimentos. Para ele, o cenário está negativo e nem mesmo as divulgações de dados econômicos com resultado mais ameno, como a arrecadação de impostos e contribuições federais acima do esperado, deram algum alívio.


A Bolsa abriu o pregão pela manhã com estabilidade, já mostrando que tinha pouco fôlego para sustentar a alta da véspera. Quando o mercado acionário dos Estados Unidos abriu, houve volatilidade, mas o que predominou foi o dia no negativo. Lá fora, os mercados globais reagiam ao recrudescimento da tensão comercial com ataque e contra-ataque entre Washington e Pequim. Aliado a isso, também houve reação ao anúncio dos chineses de que recorreram à OMC contra os americanos.


Entre as blue chips, as ações de Itaú Unibanco PN perderam 3,89%, seguidas pelas Units do Santander (-3,50%). Bradesco PN e Banco do Brasil ON perderam 2,50% e 2,53%, respectivamente. Os papéis da Petrobras recuaram 1,36% (ON) e 2,23% (PN). Exceção ficou com as empresas exportadoras da carteira teórica, que se beneficiam da alta do dólar, como Vale, Fibria, Klabin e Braskem.
A B3 informou ontem que os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 335,948 milhões no pregão do último dia 21 de agosto. Em agosto, o saldo de recursos estrangeiros na Bolsa segue positivo em R$ 2,442 bilhões, mas ainda não reverteu o do acumulado do ano, que é negativo em R$ 3,720 bilhões. encerrou em 11,37%, de 11,21%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou a 12,11%, de 11,96%.


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