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Estado de Minas

Cresce número de brasileiros que trocam pontos no cartão por milhas de viagens

Com câmbio flutuante e dólar em alta, empresas de programas de fidelidade aumentam em 25% o número de associados


postado em 24/08/2018 06:00 / atualizado em 24/08/2018 07:53

O programa Smiles, da Gol, contabilizou um crescimento de 150% na receita líquida por participante no segundo trimestre do ano(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
O programa Smiles, da Gol, contabilizou um crescimento de 150% na receita líquida por participante no segundo trimestre do ano (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


São Paulo – Se é verdade que viajar é preciso, economizar é mais ainda, especialmente em tempos de crise. Mas hoje é possível viajar e economizar ao mesmo tempo, graças ao crescimento dos programas de fidelização, como Multiplus, Smiles, Livelo, Dotz e Netpoints, entre outros. Os dados mostram que os brasileiros têm trocado, como nunca, pontos ou milhas do cartão de crédito por viagens e entretenimento.

Números divulgados pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf) mostram que, somente no primeiro trimestre do ano, a quantidade de cadastros em suas associadas cresceu 25%, chegando aos 115 milhões no primeiro trimestre de 2018.

“Em momentos de baixo crescimento econômico e alguma instabilidade, como a que estamos enfrentando no Brasil, os programas de fidelidade são importante aliado do consumidor, pois de fato aumentam seu poder de compra”, diz Roberto Chade, presidente da Abemf.

De acordo com o executivo, o cenário está ajudando a mudar os hábitos de consumo dos brasileiros, que estão aprendendo a se beneficiar de algo que antes era ignorado pela maioria. “As empresas também ganham ao investir em fidelidade, uma vez que passam a conhecer melhor o perfil dos seus clientes e, dessa forma, conseguem oferecer ofertas relevantes e personalizadas”, afirma.

Os índices registrados pela associação apontam ainda que as principais fontes de pontos ou milhas continuam sendo o cartão de crédito e o varejo, responsáveis por 85,4% do total acumulado. Na hora da troca por produtos ou serviços, os bilhetes aéreos são a preferência da maioria, 75,8%. Os outros 24,2% são para aquisição de produtos e outros serviços.

Na avaliação de Chade, o início de 2018 foi positivo, com destaque também para o faturamento das empresas, que cresceu 11,2% no primeiro trimestre de 2018 frente ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 1,63 bilhão. “As passagens aéreas são sempre nosso carro-chefe. No Brasil, um bilhete aéreo custa em média RS 280 a R$ 300 e precisa de 12 mil milhas para compra. Se você compra uma cafeteira que custa R$ 300, também vai usar as mesmas 12 mil milhas”, explica Leonel Andrade, CEO da Smiles, programa de fidelidade originalmente criado pela Gol.

“Para a companhia aérea, cinco assentos vazios é prejuízo. Mas, para a loja de departamentos, deixar de vender uma cafeteira não causa tanto problema porque se ela for vendida depois, não há prejuízo.”

Apenas como comparação, a Smiles contabilizou, no primeiro trimestre de 2013, receita líquida por participante de R$ 12,70. No segundo trimestre deste ano, a receita líquida por participante era de R$ 31,60 – ou seja, um crescimento de 150%.

O mercado de pontos é impulsionado por dois fatores. O primeiro é que o brasileiro tem aprendido cada vez mais a ganhar pontos e convertê-los em benefícios. As empresas também vêm investindo em informações que visam aumentar as oportunidades de acúmulo e resgate.

De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, a quantidade de pontos expirados nos cartões de crédito vem caindo desde 2016, o que significa um melhor uso dos pontos acumulados pelos clientes. “O setor de fidelidade, embora esteja crescendo, tem uma penetração muito baixa no Brasil, e atinge cerca de 10% da população”, afirma Ronald Domingues, diretor de Finanças e Estratégia da Multiplus, maior programa de fidelidade do Brasil, criado para ser o programa de pontos da TAM. “Por esse motivo, ainda temos espaço para crescer. Se observarmos a Inglaterra ou o Canadá, a penetração atinge de 30% a 40% da população.”

O segundo fator é a questão financeira. Com menos dinheiro no bolso em razão da crise, o consumidor desenvolveu a habilidade de fazer mais com menos. É possível trocar pontos por ingressos de cinema, shows, teatro ou mesmo desconto em restaurantes. Além disso, os clubes de fidelidade oferecem uma série de benefícios extras aos participantes dos programas, como promoções exclusivas, bônus na transferência e no acúmulo de pontos ou milhas, descontos em resgates e sorteios.

Para aproveitar melhor os benefícios, a orientação da associação é que os participantes façam pesquisa entre as diferentes iniciativas existentes no mercado e verifiquem qual melhor encaixa em seu perfil de consumo. Hoje, há opções para todos os bolsos, a partir de R$ 9,99 por mês. Feita a adesão, é importante ficar atento às comunicações do programa, por e-mail, site ou aplicativos, para não perder as promoções e aproveitar ao máximo os benefícios do clube.

De acordo com a educadora financeira e coach Maiara Xavier, os programas de fidelidade podem ser excelentes alternativas para quem não quer deixar de viajar em tempos de dólar caro e aperto no orçamento. “É preciso aproveitar as milhas. O momento é ideal para aproveitar as milhas na compra de passagens aéreas e garantir que o roteiro de viagem para o exterior não seja frustrante por conta da desvalorização do real.”

 


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