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Estado de Minas ECONOMIA

Marfrig vende Keystone para americana Tyson por US$ 2,5 bi e ações despencam


postado em 18/08/2018 09:05

A gigante americana Tyson Foods fechou acordo com o grupo brasileiro Marfrig para comprar, por US$ 2,5 bilhões, a Keystone, uma das maiores fornecedoras de carne de frango industrializada para o McDonald’s, apurou o Estado com fontes a par do assunto. O anúncio da transação, ainda não oficializado entre as partes, derrubou os preços das ações da Marfrig. Os papéis, que chegaram a atingir pico de alta de 10% na manhã de ontem (17) na Bolsa, encerraram em baixa de 9,3%, a R$ 6,34, a maior queda do Ibovespa. A expectativa do mercado era de que o valor da operação chegaria a US$ 3 bilhões.

O acerto foi feito na noite de quinta-feira, nos Estados Unidos. Pelo acordo, a Tyson Foods levará todos os ativos da companhia, que incluem fábricas nos Estados Unidos, Coreia do Sul, Tailândia, Malásia e Austrália. Ficou fora da venda apenas uma unidade processadora de hambúrguer bovino. Procurada, a Marfrig não comenta. A Tyson não retornou os pedidos de entrevista.

O grupo americano ganhou exclusividade para comprar a Keystone em julho - a rival Cargill também tinha interesse no negócio, mas não queria ficar com a divisão da empresa na Ásia. A chinesa Cofco também estava no páreo, segundo fontes a par do assunto.

Adquirida pela Marfrig em 2010, por US$ 1,26 bilhão, o faturamento da Keystone foi de US$ 2,8 bilhões no ano passado. Com a venda desse negócio, o frigorífico brasileiro se concentrará em carne bovina - o grupo é o segundo maior produtor global, atrás da rival JBS, da família Batista - e reduzirá suas pesadas dívidas.
Como parte desta estratégia, a companhia controlada pelo empresário Marcos Molina anunciou, no início de abril, a aquisição de 51% do controle da National Beef, quarto maior frigorífico dos EUA, por US$ 969 milhões. À época, também informou que venderia a Keystone. O JP Morgan foi contratado pelo grupo para assessorar a operação. O plano, até então, era abrir o capital dessa empresa.

Nesta semana, ao divulgar os resultados financeiro, o diretor financeiro da companhia brasileira, Eduardo Miron, já havia sinalizado que a venda da Keystone seria concluída nos próximos dias. No segundo trimestre, a companhia encerrou com prejuízo líquido de R$ 582 milhões, aumento de 122% sobre o segundo trimestre de 2017. A receita líquida subiu 135%, para R$ 5,115 bilhões. A dívida líquida da Marfrig ficou R$ 16,27 bilhões - em junho do ano passado, era de R$ 22,5 bilhões.

A meta do frigorífico brasileiro é reduzir, até o fim do ano, a relação dívida líquida sobre lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) para abaixo de 2,5 vezes. Atualmente, esta relação está em 4,2 vezes.

Em comentário sobre a venda da Keystone, o BTG Pactual acredita que a transação é positiva e vai levar a ação da Marfrig a um múltiplo mais próximo da média do setor. Analistas do banco de investimento projetam que vê o nível de alavancagem cairia para 1,9 vez.

Sócio de peso. A Marfrig, que tem entre seus principais acionistas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), foi um dos grupos escolhidos pelo banco de fomento como uma de suas apostas de "campeões nacionais" no setor de carnes, ao lado de JBS, Bertin e Independência. O BNDES injetou mais de R$ 4 bilhões na companhia. Nos últimos anos, Marcos Molina vendeu alguns ativos para a concorrente JBS- entre eles, a Moy Park.


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