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Estado de Minas

Crise econômica na Turquia traz risco na economia mundial

Desvalorização da moeda turca e cenário político eleitoral no Brasil podem prejudicar economia nacional


postado em 17/08/2018 14:35 / atualizado em 17/08/2018 17:30

(foto: CRIS FAGA/FOX PRESS PHOTO/ESTADAO CONTEUDO SP )
(foto: CRIS FAGA/FOX PRESS PHOTO/ESTADAO CONTEUDO SP )

A recente desvalorização da lira turca impactou os grandes bancos europeus. A política expansionista do governo turco aliada à inflação descontrolada, desvalorização cambial e os créditos a juros baixos –incentivados pelo presidente Recep Erdogan – fizeram com que a moeda do país desvalorizasse 40%, contaminando a economia global. 

De acordo com Rafael Mendes, operador da WM Manhattan (mesa proprietária que opera no mercado de renda variável e ensina traders atuarem na bolsa de valores) afirma que o agravamento da crise se deve ao fato dos grandes bancos europeus como UniCredit italiano, BNP Paribas francês e o BBVA espanhol possuírem cerca de 14% dos investimentos na Turquia. 

De acordo como o especialista, “esses bancos mantinham em seus portfólios títulos da dívida pública turca, além de posições abertas em lira. A situação cambial também afetou empresas locais alavancadas em euro e dólar, o que prejudica sobremaneira seus balanços”. 

Como crise pode afetar “emergentes”

Rafael Mendes explica que a situação nos países emergentes é diferente.  “Em situações de estresse financeiro, o investidor estrangeiro retira o capital das economias emergentes, com objetivo de reavaliar o portfólio e realizar investimentos apenas em locais com menor risco associado. Assim, o rand (moeda sul afriacana), rublo russo, peso argentino, real brasileiro e demais moedas de emergentes foram depreciadas. 

Briga com EUA

Como não se bastasse à crise econômica, o governo turco iniciou uma disputa comercial com os Estados Unidos. Tudo porque a Casa Branca exigiu a soltura do pastor evangélico Andrew Brunson (americano) acusado pelos turcos de terrorismo. 

Trump anunciou a elevação das tarifas cobradas sobre aço e alumínio procedentes da Turquia. Por sua vez, a Turquia anunciou retaliação sobre veículos, álcool e tabaco. Até os produtos Apple podem ser afetados, já que o governo turco prometeu boicote aos produtos da marca.
 
Impacto no Brasil e as eleições

A corrida presidencial ainda muito indefinida aliada à situação das contas públicas– de acordo com a análise de Rafael Mendes – não configura um cenário positivo para o investimento externo no Brasil. O índice IBOV, que recuperava após a greve dos caminhoneiros, registra perdas de aproximadamente 5% a partir da crise turca. O dólar chegou a encostar novamente na região de R$3,90 após passar praticamente boa parte do mês de julho entre R$3,70 e R$3,80. 

“Para alavancar a economia é necessário que presidente eleito enfrente a questão das reformas estruturais que o país precisa logo nos primeiros meses de mandato. O resultado das urnas e as decisões tomadas pelo novo presidente terão o condão de decidir se o Brasil seguirá o caminho de Argentina e Turquia ou se mudará de patamar com políticas sérias que tornem o país atrativo a investimentos, gerando oportunidades e retomando o crescimento”, finaliza Rafael.


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