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Estado de Minas INADIMPLÊNCIA

Com renda incerta e eleição à vista, calote volta a subir em BH

Depois de 11 meses de queda, inadimplência na capital mineira cresceu 1,35% em junho. Impacto da greve dos caminhoneiros e insegurança com o futuro do país influenciaram


postado em 26/07/2018 06:00 / atualizado em 26/07/2018 07:55

SPC da capital: última taxa de aumento das dívidas em atraso foi registrada em junho do ano passado
SPC da capital: última taxa de aumento das dívidas em atraso foi registrada em junho do ano passado

O índice de consumidores que não conseguiram quitar suas dívidas e ficaram inadimplentes voltou a crescer em Belo Horizonte, de acordo com pesquisa divulgada nessa quarta-feira (25) pela Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL-BH). O aumento de 1,35%, apurado no mês passado ante junho de 2017, encerra a sequência de 11 meses de queda do indicador. A última vez que havia sido verificado aumento foi em junho do ano passado. O levantamento de dados mostrou ainda que os idosos e as mulheres são os grupos da população que mais foram afetados pela falta de dinheiro.


O crescimento de inadimplentes não avançou apenas na comparação naual. De maio para junho, a inadimplência na capital cresceu 0,81%. O presidente da CDL, Bruno Falci, avalia que a inflação e alguns fatores pontuais, como a greve dos caminhoneiros, que ocorreu no fim de maio, fizeram com que a economia sofresse impactos e isso resultou na dificuldade de pagamento pelos consumidores.


A elevação do dólar também é apontada como motivo para o resultado negativo e todo o cenário que impactou no orçamento das famílias. Outro fator é o parcelamento do salário dos servidores estaduais. “Esses acontecimentos pressionaram a inflação, com efeito direto no custo de vida das famílias, diminuindo a renda disponível para o pagamento das dívidas, e favorecendo o crescimento da inadimplência.


Entre os maiores de 65 anos – faixa etária mais impactada –, o número de endividados cresceu 16,05%. A principal explicação, segundo o presidente da CDL, está no fato de que muitos deles acabam sendo responsáveis pelas despesas da família, e sofrem com a dependência única da renda da aposentadoria, associada à alta do custo de vida. “Com a elevação do custo de vida, sobram menos recursos para a quitação dos débitos”, afirma Falci.


Já os mais jovens, com idade entre 18 a 29 anos, são os menos endividados (-31,7%). Na análise dos resultados por sexo, o endividamento foi maior entre as mulheres, com crescimento de 1,07%. Entre os homens, houve estabilidade, com variação de 0,03%.



A justificativa para as mulheres apresentarem dívida maior que a dos homens, está ancorado em uma anomalia do mercado, como destaca a CDL-BH. Elas têm salário médio menor – cerca de R$ 2.400 ante R$ 3.600 auferidos pelos homens –, e ainda sofrem com índices mais elevados de desemprego.


A despeito do aumento da inadimplência, o número de débitos vencidos caiu 3,54% em junho. “Apesar de a inadimplência ter apresentado crescimento nesta mesma base de comparação, o número de dívidas registradas apresentou queda devido à entrada de capital extra, via PIS/PASEP, que possibilitou que as pessoas quitassem alguns débitos. Na comparação mensal, houve crescimento de 0,8%.”, afirma a CDL, por meio de nota.


Mais uma vez, a maioria das dívidas ficou com as pessoas que têm mais de 65 anos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a renda média das pessoas nessa faixa caiu de R$ 3.392 em 2017 para R$ 3.174 neste ano, redução de 6,4%.


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