A redução no percentual do dividendo dos lucros reservado para acionistas foi uma das medidas adotadas pela Cemig para equilibrar as contas da empresa durante anos de grave crise econômica.
Segundo o vice-presidente da Cemig, Luiz Humberto Fernandes, nas últimas administrações da empresa a distribuição de recursos aos acionistas por meio dos dividendos era considerada prioridade. Entre 2006 e 2014, foram distribuídos R$ 25,6 bilhões em dividendos, o que representa quase a totalidade do lucro no período.
“Uma das medidas para reduzir as despesas e priorizar os investimentos foi reduzir a distribuição dos dividendos ao mínimo previsto no estatuto da empresa, que é de 50% do lucro obtido. Essa mudança permitiu aumentar a alocação de parte do lucro para investimentos em manutenção e renovação de equipamentos, com objetivo de melhorar a prestação do serviço”, explica Luiz Humberto. Em 2017, do lucro total de R$ 1,1 bilhão, foram repassados aos acionistas R$ 560 milhões.
De acordo com o vice-presidente da Cemig, escolhas feitas nas gestões passadas da empresa limitaram os recursos disponíveis no caixa da empresa, o que levou à perda das quatro usinas hidrelétricas – São Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande –, leiloadas para estrangeiros no fim do ano passado.
“Em um determinado momento, a empresa fez opções no passado e se descapitalizou muito. Destinou grande parte do dinheiro que recebia para o pagamento dos dividendos. E mais do que isso, foi preciso até tomar empréstimos para distribuir os dividendos. Isso comprometeu as finanças da empresa e quando foi preciso do recurso para participar dos leilões, não conseguiu”, afirma Luiz Humberto.
Dívida Entre 2014 e 2018, a dívida da empresa se manteve em torno de R$ 15 bilhões, mas os diretores que participaram do balanço comemoraram o alongamento da dívida, o que aliviou o caixa, melhorou a avaliação de risco da empresa e permitiu a volta de investimentos.
A redução na folha de pagamento também foi apontada como um avanço para a estatal mineira, que reduziu em três anos cerca de 25% da folha de pagamento. O número de funcionários (incluindo os terceirizados) passou de 13 mil em 2015, para 9 mil em 2018.
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Casa e plano para a gastronomia mineira
O governador Fernando Pimentel (PT) inaugurou na manhã desta quinta-feira a Casa da Gastronomia Mineira – Espaço Mineiraria, em Belo Horizonte, e lançou o Plano Estadual de Desenvolvimento da Gastronomia. O espaço, segundo o governo de Minas, será usado para “valorizar e fomentar” a culinária do estado. Expectativa é investir até o fim deste ano R$ 50 milhões em programas voltados para o setor. Em seu discurso, Pimentel disse que o reconhecimento de Minas pela sua culinária também deve ser usado como aspecto gastronômico. “Nós trouxemos a gastronomia para o centro de decisões do governo. Não é só uma questão folclórica, é trazer isso para dentro do governo e fazer disso uma alavanca para o desenvolvimento. Porque a gastronomia, hoje o mundo inteiro sabe disso, puxa uma enorme cadeia produtiva”, disse.