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Estado de Minas

Argentina pede ajuda financeira ao FMI para conter crise

Sem revelar valor, presidente anuncia início de conversas com o Fundo para obterempréstimo para o país enfrentar crise que já desvalorizou o peso em mais de 10%


postado em 09/05/2018 07:00 / atualizado em 09/05/2018 08:03

 

Macri diz que os diálogos foram iniciados de forma preventiva(foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil )
Macri diz que os diálogos foram iniciados de forma preventiva (foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil )

Buenos Aires – A Argentina anunciou ontem que buscou ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar a grave turbulência de seus mercados, e a diretora do organismo, Christine Lagarde, afirmou que as negociações terão início “em breve”. “De forma preventiva, decidi iniciar diálogos com o FMI para que nos conceda uma linha de apoio financeiro”, anunciou o presidente Mauricio Macri em um pronunciamento televisionado, após o peso cair ontem mais de 4% em relação ao dólar na abertura dos mercados. No último mês, a depreciação foi de mais de 10%.

“Estamos recorrendo ao único caminho possível para sair da estagnação, buscando evitar uma grande crise econômica que nos faria retroceder e prejudicaria a todos”, acrescentou. “Foram iniciadas discussões sobre como podemos trabalhar juntos para fortalecer a economia argentina e levaremos esses diálogos a cabo em breve” informou Lagarde em uma nota oficial, sem mencionar os eventuais valores do aporte financeiro. De acordo com ela, a Argentina “é um membro valioso” do FMI.

Macri e seu ministro de Economia, Nicolás Dujovne, não especificaram qual será o montante do crédito solicitado pela Argentina, terceira maior economia da América Latina. “Não podemos ainda anunciar os montantes, mas concordamos que o FMI vai prestar apoio financeiro à Argentina”, indicou Dujovne. “Neste momento dos diálogos, ainda não falamos de detalhes. Temos que levar em conta que estamos falando com um FMI muito diferente do que conhecemos há 20 anos”, acrescentou o ministro.

Em janeiro de 2006, a Argentina tinha saldado seu último crédito com o FMI, por US$ 9,6 bilhões. A Argentina sofreu, em 2001, uma crise econômica que provocou a queda de quatro presidentes em uma semana e levou o país à moratória.

Cenário

Macri explicou sua decisão afirmando que “durante os dois primeiros anos (de governo) tivemos um contexto internacional muito favorável, mas esse contexto está mudando. Estamos entre os países que mais dependem de financiamento externo no mundo”. Quando assumiu, em dezembro de 2015, Macri permitiu a flutuação da moeda, eliminando o controle cambial que vigorou durante o governo de Cristina Kirchner (2007-2015). Mas a valorização do dólar nos últimos dias afetou o peso argentino mais que a outras moedas.

Segundo o mandatário, o financiamento do FMI permitirá fortalecer seu “programa de crescimento e desenvolvimento, dando-nos maior respaldo para enfrentar este novo cenário global e evitar crises como as que tivemos em nossa história”. A moeda argentina, que na abertura dos mercados ontem se desvalorizou 4,61%, a 23,41 pesos por dólar, ganhou um pouco de força após o discurso de Macri, indo a 23,06. A Bolsa também freou sua queda.

Para enfrentar a desvalorização do peso, o Banco Central decidiu na semana passada aumentar a taxa básica de juros a 40% ao ano, a mais alta do mundo. A taxa tão elevada pode afetar o crescimento do país. Além da desvalorização, a Argentina enfrenta uma inflação de mais de um dígito (24,8% em 2017) e um déficit fiscal cuja meta foi reduzida de 3,2% para 2,7% do PIB na semana passada. O governo estabeleceu uma meta de inflação de 15% para este ano e insiste que não será modificada, embora o próprio FMI a tenha projetado em 19%.

"Durante os dois primeiros anos (de governo) tivemos um contexto internacional muito favorável, mas esse contexto está mudando"
.Mauricio Macri,
presidente da Argentina


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