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Estado de Minas

Setor de serviços ainda está longe da recuperação

Empresas do segmento tiveram alta de 0,1% no volume de trabalho e vendas em fevereiro sobre janeiro. No ano, queda é de 1,8% e demanda das famílias é a mais baixa da história


postado em 14/04/2018 06:00 / atualizado em 14/04/2018 08:27

Na academia: demanda das famílias por serviços teve queda de 0,8% em fevereiro sobre janeiro (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press )
Na academia: demanda das famílias por serviços teve queda de 0,8% em fevereiro sobre janeiro (foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press )

Rio de Janeiro –
Em fevereiro, o volume de serviços prestados no Brasil registrou aumento de 0,1% ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o volume de serviços acumulou queda de 1,8% no ano. O acumulado nos últimos doze meses também ficou negativo (-2,4%) em fevereiro de 2018. Economistas afirmam que a retomada do segmento ainda deve prosseguir de forma bem modesta.

Ainda que seja um desempenho um pouco mais favorável que a queda de 1,9% de janeiro, os analistas afirmam que a recuperação prossegue fraca, pois os condicionantes do consumo também continuam fragilizados. Exemplo atual dessa percepção foram as vendas do varejo de fevereiro, que decepcionaram boa parte do mercado. “Depois do resultado de janeiro, o ímpeto em relação à retomada de serviços diminuiu. As vendas do varejo corroboram essa estimativa”, afirma o economista Vitor Velho, da LCA Consultores.

“Serviços prestados estão correlacionados à PMC. O canal de crédito ainda não está dando sinal forte de melhora. O Banco Central vem atuando para tentar diminuir os spread (diferencial entre taxas de captação e aplicação de recursos), mas o juro para o consumidor segue elevado, assim como o desemprego”, explica Velho. O setor de serviços ainda não mostra sinais de recuperação, avaliou o analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Rodrigo Lobo.

A queda de 2,2% no setor de serviços registrada em fevereiro ante igual mês do ano anterior representa uma aceleração do ritmo de perdas, apontou Lobo. Em janeiro, o recuo tinha sido de 1,5%. Em dezembro, houve crescimento de 0,6%, que interrompeu uma sequência de 32 quedas consecutivas. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira, 13, pelo IBGE. “Em fevereiro ante fevereiro, a gente retoma aquela sequência de taxas negativas que tinha sido interrompida em dezembro”, ressaltou Lobo.

A taxa acumulada em 12 meses, porém, manteve a trajetória ascendente iniciada em abril de 2017, quando recuava 5,1%. A taxa passou de recuo de 2,7% em janeiro para uma redução de 2,4% em fevereiro. “A taxa de serviços em 12 meses está negativa desde julho de 2014”, lembrou Lobo. “A recuperação ocorre por taxas negativas menos intensas, mas a informação ainda é menor do que no ano passado. São poucos os sinais de melhora, todos insuficientes para cravar que há algum tipo de recuperação (nos serviços)”, concluiu.

Famílias
Depois de meses de perdas consecutivas, o setor de serviços prestados às famílias atingiu em fevereiro o ponto mais baixo da série histórica da PMS. A atividade de serviços prestados às famílias está 17,5% abaixo do pico registrado em outubro de 2013. “O principal impacto da perda são restaurantes, 45% dos serviços prestados às famílias como um todo são restaurantes”, apontou Rodrigo Lobo. Nem a melhora recente no mercado de trabalho tem impulsionado o volume de serviços prestados pela atividade. “Os poucos ganhos auferidos pelas famílias não têm se revertido em ganhos nos serviços prestados às famílias”, confirmou Lobo. “Tem muita gente levando comida para o trabalho, gente que compra marmita”, lembrou.

Segundo o pesquisador, a melhora do segmento depende da decisão de consumo das famílias. Num momento de instabilidade e incerteza, o aumento na renda pode ser revertido para a poupança ou pagamento de dívidas, por exemplo. “Não é automático o aumento da renda para o aumento de consumo. Por enquanto não tem se revertido. Depende da escolha das famílias”, avaliou. O segmento de serviços prestados às famílias responde por apenas 9,5% do setor de serviços como um todo, por isso a recuperação do mercado de trabalho não é determinante para impulsionar avanços generalizados, frisa Lobo.

Setores

 

O setor de serviços registrou quedas disseminadas entre as atividades pesquisadas na passagem de janeiro para fevereiro, segundo a PMS. O único segmento a escapar do vermelho foi o de serviços profissionais e administrativos, que avançou 1,7% em fevereiro ante janeiro. “Foram os serviços profissionais que sustentaram sozinhos essa alta de 0,1% na média global em fevereiro ante janeiro”, apontou Rodrigo Lobo. Entre os serviços mais pesados dentro dessa categoria de serviços profissionais estão os relacionados a segurança, limpeza, meios de pagamento, engenharia e atividades jurídicas. “No mês de janeiro, essa atividade tinha recuado 2,3%, então essa alta não recupera a perda anterior. Essa atividade, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, recua há 35 meses”, ponderou Lobo.

Os serviços prestados às famílias recuaram 0,8% em fevereiro ante janeiro; os serviços de informação e comunicação caíram 0,6%; transportes e correio tiveram uma perda de 0,3%; e o segmento de outros serviços diminuiu 0,7%. Já o agregado especial das atividades turísticas apresentou uma queda de 4% na passagem de janeiro para fevereiro.

"A recuperação ocorre por taxas negativas menos intensas, mas a informação ainda é menor do que no ano passado. São poucos os sinais de melhora, todos insuficientes para cravar que há algum tipo de recuperação (nos serviços)"


. Rodrigo Lobo,

analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE

Rio de Janeiro – O setor de serviços ainda opera 12,6% abaixo do pico de atividade registrado em novembro de 2014, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, o patamar atual está apenas 1% acima do ponto mais baixo da série, que foi alcançado em março de 2017. “Os serviços estão muito mais próximos do ponto mais baixo da série do que do ponto mais alto. Não está mais no nível mais baixo, mas não mostra sinais claros de recuperação”, apontou Rodrigo Lobo, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Com as oscilações na série com ajuste sazonal nos últimos meses, o volume de serviços prestados voltou ao patamar de outubro de 2017. A ligeira alta de 0,1% registrada em fevereiro ante janeiro foi avaliada pelo IBGE como estabilidade. “É estabilidade, ainda mais com os últimos resultados. Janeiro devolve o ganho de novembro e dezembro. O patamar de fevereiro é o mesmo de outubro”, disse Lobo. “Estar no mesmo patamar de outubro de 2017 significa que os serviços pelo menos pararam de cair”, acrescentou.

Contudo, o pesquisador confirmou uma perda recente no ritmo do setor, evidenciada também pela comparação entre a ligeira queda de 0,1% no fechamento do quarto trimestre de 2017 e o recuo de 1,8% acumulado no primeiro bimestre de 2018. O índice de difusão ficou em 47,% em fevereiro, ante 43,4% em janeiro, tendo como base 166 subsetores investigados. “O índice de difusão mostra algum tipo de melhora”, confirmou Lobo.


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